Grêmio Libertador

Uma vez volante, sempre volante

“Felipão escala o Grêmio com três volantes e um armador”. Ouço e leio quase todos os dias tal frase. Ela também é ponto de partida para comentaristas que analisam os jogos do Tricolor, como se de fato o Grêmio jogasse num 4-3-1-2, ao invés do claro 4-1-4-1 adotado na maioria dos jogos.

Parte da imprensa tem uma visão batida sobre alguns aspectos do futebol, e isso fica claro quando o assunto é volante. Por mais que um jogador que tenha como origem a posição de volante desempenhe uma função completamente diferente dentro de campo, ele sempre será volante.

Além do mais, a parte tática é completamente desconsiderada na maioria das análises. Basta ter um pouco de atenção que se vê claramente a formação de uma equipe. Este exercício é simples e deveria ser adotado por todos para melhor informar seu público. Infelizmente, parece ser mais fácil se agarrar a uma leitura antiga do que ver o jogo com mais atenção.

O comentarista mais atento, nota logo nos primeiros movimentos que o Grêmio não joga com três volantes e um armador. Os quatro homens de meio-campo formam uma linha em que a armação da jogada fica sob responsabilidade dos volantes (?), que saem com a bola dominada e têm por objetivo fazer com que a jogada chegue aos pontas ou ao centroavante. Ou seja, com a bola são meias e sem ela marcam tanto quanto quem joga pela ponta.

Enquanto as análises levarem em conta a posição do jogador e não o papel que ele desempenha dentro das quatro linhas, o público seguirá ouvindo e lendo análises que não coincidem com que o técnico pede aos seus comandados e com a realidade do futebol atual.

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