Grêmio Libertador

2019 é logo ali. Quem vai transmitir o Brasileirão?

Interrompemos a vibe Taça Libertadores por um motivo importante:

Como todos vocês sabem, o grupo Turner, através do Esporte Interativo, está entrando força no mercado da bola brasileiro. O grupo que começou a ganhar os direitos dos campeonatos do Nordeste (entre eles a Liga de lá), passou para voos maiores. A emissora já detém o contrato exclusivo da Champions League, por exemplo, tirando da boca da ESPN. E o próximo alvo é a Globo, detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Como os contratos (e aquelas “maravilhosas” estratégias de adiantamento de cotas) assinados foram longos, novos ares mesmo só aparecerão em 2019. E é aí que o grupo quer fincar uma mordida no futebol nacional.

Antes de falar sobre o presente, um pouco de passado. Se você acha que essa é uma discussão inútil, não esqueça que foi forte o suficiente para acabar com o Clube dos 13 e as negociações coletivas de direitos. Em 2011 o começo de ano não foi só tomado por uma negociação com um [$PILANTRA$] e a perda do Jonas. Odono fez mais negociatas e foi o primeiro a fechar os valores com a Globo de maneira isolada, implodindo de vez as tentativas de negociação em bloco. A tal da diferença que “não seria maior que 30%”, como ele disse ao conselho, se mostrou respeitada apenas de uma faixa pra outra, deixando o tricolor recebendo menos que a metade do que Corinthians e Flamengo no volume total em 2016. Antes de 2011, os clubes da “faixa 1” recebiam R$ 9 milhões a mais que o Grêmio (que recebia R$16 milhões). Em 2016 serão R$ 170 milhões contra o R$ 60 milhões do Grêmio. Ou seja, a diferença passou de absurdos 36%  para pornográficos 65% (dados do infográfico aqui).  O resultado tá aí: em cinco anos, dois campeonatos brasileiros pro clube paulista (não dá pra justificar o que o Flamengo faz com verba parecida).

Todo o mundo sabe que o dinheiro no Brasil é porcamente dividido. Outros lugares premiam a participação esportiva – tanto a simples participação no campeonato quanto o resultado final – não só o ibope. Novamente o Grêmio tem em mãos propostas que prometem ser um marco na negociação de direitos de TV. E, dessa vez, não de maneira prejudicial ao futebol. O EI está tentando comprar os direitos de TV fechada da competição. O valor é tentador: 550 milhões que serão distribuídos pelos 20 participantes da Série A da seguinte forma: 50% igualmente, 25% pela posição no campeonato e 25% pela audiência. E isso significa concorrência ao invés de monopólio, que é a nossa situação atual.

Conversamos com o pessoal do EI para esclarecer algumas dúvidas. Eis um relato:

Tirando o dinheiro, o canal ainda se compromete com coisas básicas que eram tratadas como “por fora” pela Globo,  que quer participação no negócio (pelo menos no contrato vigente): chamar as Arenas pelo seu Naming Rights (pois é, lembra do interesse do ICBC?), parar de focar apenas NA CARA do jogador para não mostrar patrocínios do Clube (ou pedir pra tampar, como vivem fazendo) e transmitir um número mínimo de jogos de cada clube, não como é hoje, onde parece que o jogo do SporTV é sempre Corínthians x Qualquer outro (ou Flamengo).

Por outro lado, a julgar pela posição já tomada pelo São Paulo, a proposta da Globo/SporTV é bem parecida: R$500 milhões, com 40% divididos igualmente, 30% por desempenho e 30% por Ibope. Olhando assim, isso já garante uma verba maior pra Corinthians e Flamengo do que a da Turner/EI . Da mesma forma, isso também dá uma grana a mais pra quem for o campeão.

Os detalhes do release lançado pelo EI estão na página deles no Facebook. O momento é agora. E tu, se tivesse que escolher, o que faria? Será que não é melhor aceitar a proposta pra oxigenar o mercado? Será que uma vitória do grupo Turner sobre a Globo (no jogo capitalista, não em uma competição de quem é mais bonzinho) não seria melhor pro futebol como um todo? Enfim, é hora do Grêmio se posicionar – inclusive, vamos buscar essas informações com eles. E a gente queria saber a tua opinião.

Recado do EI para os torcedores

OBS: Sobre a situação que os assinantes da Sky estão enfrentando (ausência dos canais EI), há conversas adiantadas desses canais aparecerem na grade ainda no segundo semestre desse ano. Em 2017 é 100% certo que isso ocorrerá – segundo a fonte informou.

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