Grêmio Libertador

A chatice da arbitragem

A rodada ainda nem passou para o Grêmio e temos a chance de chegar a um ponto do Galo, que segue com uma regularidade bem próxima da nossa. Só não conseguimos tirar a distância do Corinthians que segue vencendo todos os jogos enquanto nós não conseguimos. Mas o personagem da rodada foi o juiz. O Atlético Mineiro ontem perdeu para o Paranaense com um pênalti duvidoso, daqueles “de interpretação”. Enquanto isso os líderes fizeram dois a zero porque o bandeira errou absurdamente e anulou um gol do Fluminense.

Matéria da ESPN no mês passado. Se olhar a tabela hoje…

Já perdemos pontos por causa de erros nesse campeonato. E não é só porque a soma dos pontos ganhos com erros a nosso favor é muito menor que a dos que perdemos que deveríamos nos preocupar muito com  a arbitragem. Há um ponto onde qualquer juiz será questionado por qualquer decisão que tomar. Isso está tão próximo de acontecer que, em bem pouco tempo, teremos mais campeonatos decididos pelos tribunais de justiça desportiva (aquele teatro ridículo) e menos pelo resultado de campo. E isso é péssimo para o próprio futebol como esporte.

Podemos avançar muito e deveríamos fazer experimentações. Não é dando amarelo pra qualquer reclamação que vamos conter a avalanche de críticas que as arbitragens estão merecendo. Isso beira o ridículo. Já falei em outra oportunidade que as conversas do juiz com jogadores e o restante da arbitragem deveriam ser transmitidas junto com o jogo (existe comunicador, é só abrir o sinal) para evitar excessos de todas as partes. Dar amarelo pra “pô, foi pênalti” e “vai tomar no seu cu” é autoritarismo puro e simples. É desculpa pra botar jogador no chuveiro mais cedo.

Vou ainda mais longe: também, no mesmo texto, citei que bola na mão poderia ser infração sempre. “Ah, mas o cara vai chutar a bola propositalmente na mão do zagueiro”. Fácil: quando a mão estiver colada ao corpo (como naquele famoso segundo pênalti do Nunes no jogo contra o Náutico em 2005), não é mão. Se a mão estiver afastada (o famoso “aumentando o tamanho do jogador”) e a bola não tiver o caminho do gol é tiro livre indireto, com barreira, mesmo dentro da área. Se a bola estiver no caminho do gol e a ação impedir que isso ocorra, É GOL e o jogador é expulso por conduta anti-desportiva.

“Ah, mas vai seguir polêmico”. Se houver qualquer dúvida, uma equipe de árbitros de TV, com todo o recurso de slow-motion, de linha de tira-teima, 7 câmeras, etc, etc, igual a qualquer comentarista de arbitragem, que ficaria numa cabine, diria aos juízes do campo se  a marcação foi correta/errada. A imagem justificando a decisão seria transmitida via TELÃO, para o estádio inteiro ver, enquanto a partida estivesse interrompida. Exatamente como o desafio da NFL (nada de novo). Qualquer lance de bola na mão com a bola em direção ao gol seria, obrigatoriamente, avaliado pelos árbitros da TV. A equipe de arbitragem deveria ter os mesmos direitos dos caras que criticam as suas marcações nas transmissões, rever os lances polêmicos e evitar o descrédito geral.

Da mesma forma com impedimentos. Os treinadores teriam direito a quatro (ou, sei lá, sem limites, mesmo) desafios de marcação por jogo. Perdeu o desafio, pênalti pro adversário. Ganhou, marcação revertida. Se um impedimento mal marcado fosse dar vantagem indiscutível ao time prejudicado, este receberia um pênalti (se fosse uma situação como a do Kléber no jogo aqui contra o Fluminense em que foi lançado ainda no nosso campo e a jogada paralisada). Se o resultado do lance foi benéfico ao time prejudicado (como o gol do Fluminense de ontem, completamente legal) vale o resultado da jogada. O treinador vitorioso no desafio escolhe.

Resumindo, há alternativas. Mas enquanto dirigente ficar chorando que a arbitragem só rouba contra o seu time e ficar chamando o adversário de chorão quando rouba para o seu, vai ficar difícil. É hora de saírem da sua zona de conforto e se preocuparem com o espetáculo todo ao invés de ter os três pontos pra si. Não interessa se a FIFA não quer, dentro do nosso campeonato somos nós que deveríamos mandar.

Se tu leu tudo isso e ainda tem um “Ah, ia deixar o jogo chato”, preciso te dizer uma coisa: qualquer coisa é menos chata que discutir arbitragem em 38 rodadas do mesmo campeonato.

Comparilhe isso: