A chatice da arbitragem

2 Postado por - 3 de setembro de 2015 - Artigos

A rodada ainda nem passou para o Grêmio e temos a chance de chegar a um ponto do Galo, que segue com uma regularidade bem próxima da nossa. Só não conseguimos tirar a distância do Corinthians que segue vencendo todos os jogos enquanto nós não conseguimos. Mas o personagem da rodada foi o juiz. O Atlético Mineiro ontem perdeu para o Paranaense com um pênalti duvidoso, daqueles “de interpretação”. Enquanto isso os líderes fizeram dois a zero porque o bandeira errou absurdamente e anulou um gol do Fluminense.

Matéria da ESPN no mês passado. Se olhar a tabela hoje...

Matéria da ESPN no mês passado. Se olhar a tabela hoje…

Já perdemos pontos por causa de erros nesse campeonato. E não é só porque a soma dos pontos ganhos com erros a nosso favor é muito menor que a dos que perdemos que deveríamos nos preocupar muito com  a arbitragem. Há um ponto onde qualquer juiz será questionado por qualquer decisão que tomar. Isso está tão próximo de acontecer que, em bem pouco tempo, teremos mais campeonatos decididos pelos tribunais de justiça desportiva (aquele teatro ridículo) e menos pelo resultado de campo. E isso é péssimo para o próprio futebol como esporte.

Podemos avançar muito e deveríamos fazer experimentações. Não é dando amarelo pra qualquer reclamação que vamos conter a avalanche de críticas que as arbitragens estão merecendo. Isso beira o ridículo. Já falei em outra oportunidade que as conversas do juiz com jogadores e o restante da arbitragem deveriam ser transmitidas junto com o jogo (existe comunicador, é só abrir o sinal) para evitar excessos de todas as partes. Dar amarelo pra “pô, foi pênalti” e “vai tomar no seu cu” é autoritarismo puro e simples. É desculpa pra botar jogador no chuveiro mais cedo.

Vou ainda mais longe: também, no mesmo texto, citei que bola na mão poderia ser infração sempre. “Ah, mas o cara vai chutar a bola propositalmente na mão do zagueiro”. Fácil: quando a mão estiver colada ao corpo (como naquele famoso segundo pênalti do Nunes no jogo contra o Náutico em 2005), não é mão. Se a mão estiver afastada (o famoso “aumentando o tamanho do jogador”) e a bola não tiver o caminho do gol é tiro livre indireto, com barreira, mesmo dentro da área. Se a bola estiver no caminho do gol e a ação impedir que isso ocorra, É GOL e o jogador é expulso por conduta anti-desportiva.

“Ah, mas vai seguir polêmico”. Se houver qualquer dúvida, uma equipe de árbitros de TV, com todo o recurso de slow-motion, de linha de tira-teima, 7 câmeras, etc, etc, igual a qualquer comentarista de arbitragem, que ficaria numa cabine, diria aos juízes do campo se  a marcação foi correta/errada. A imagem justificando a decisão seria transmitida via TELÃO, para o estádio inteiro ver, enquanto a partida estivesse interrompida. Exatamente como o desafio da NFL (nada de novo). Qualquer lance de bola na mão com a bola em direção ao gol seria, obrigatoriamente, avaliado pelos árbitros da TV. A equipe de arbitragem deveria ter os mesmos direitos dos caras que criticam as suas marcações nas transmissões, rever os lances polêmicos e evitar o descrédito geral.

Da mesma forma com impedimentos. Os treinadores teriam direito a quatro (ou, sei lá, sem limites, mesmo) desafios de marcação por jogo. Perdeu o desafio, pênalti pro adversário. Ganhou, marcação revertida. Se um impedimento mal marcado fosse dar vantagem indiscutível ao time prejudicado, este receberia um pênalti (se fosse uma situação como a do Kléber no jogo aqui contra o Fluminense em que foi lançado ainda no nosso campo e a jogada paralisada). Se o resultado do lance foi benéfico ao time prejudicado (como o gol do Fluminense de ontem, completamente legal) vale o resultado da jogada. O treinador vitorioso no desafio escolhe.

Resumindo, há alternativas. Mas enquanto dirigente ficar chorando que a arbitragem só rouba contra o seu time e ficar chamando o adversário de chorão quando rouba para o seu, vai ficar difícil. É hora de saírem da sua zona de conforto e se preocuparem com o espetáculo todo ao invés de ter os três pontos pra si. Não interessa se a FIFA não quer, dentro do nosso campeonato somos nós que deveríamos mandar.

Se tu leu tudo isso e ainda tem um “Ah, ia deixar o jogo chato”, preciso te dizer uma coisa: qualquer coisa é menos chata que discutir arbitragem em 38 rodadas do mesmo campeonato.

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11 + comentários

  • Oliver 3 de setembro de 2015 - 16:14 Responder

    Concordo! Passou da hora já de começarem a profissionalizar o futebol mais. Tá virado uma várzea: é time que ganha campeonato roubado (pois não foi penalty, ou teve um gol impedido), é time que sofre com gols ilegais, marcações ruins de impedimento e por aí vai, quando a solução é tão simples: por que não criar um sistema como já existe em outros esportes, como o vôlei, onde há uma comissão de arbitragem televisiva controlando numa central? O cara de um time marca um gol e o bandeira anula dizendo ser impedimento. Neste momento a equipe televisiva já verificaria que o gol fora válido e o bandeira marcado impedimento errado. Neste momento, eles enviariam uma mensagem no fone do árbitro para desfazer a anulação do gol e converter o gol para a equipe.
    Essa simples medida transformaria o futebol num esporte mais justo. É inadimissível que no maior esporte do mundo tenha o sistema de arbitragem mais arcaica. E dane-se que parar o jogo para verificar o gol torna mais monótono o jogo, pois prefiro um gol sem tanta emoção do que um resultado roubado.
    Antigamente não existia impedimento, foi uma regra criada depois. O mesmo pode e deve valer para tecnologia de verificação de gols!!!

  • Ezio 3 de setembro de 2015 - 16:15 Responder

    A questão da arbitragem é relativa. O próprio GRÊMIO nos anos 90 provou que com time bom e bem treinado não tem arbitragem tendenciosa que pare. O próprio Edilson teve que se explicar pra quadrilha que o pagou pra arranjar o resultado de Vasco x Figueirense em que o Figueira enfiou 4 X 1 no Vasco no chiqueirinho de São Januário com 3 gols do Edmundo quando a quadrilha queria vitória do Vasco que “não tinha jeito o Edmundo jogou mto”. Se o GRÊMIO não ganhar este Brasileirão antes mesmo de falar das arbitragens que tão ajudando o Corinthians tem que falar dos 6 pts que deixou de ganhar na Arena ao tropeçar em Ponte Preta, Sport e Coxinha. Tivesse o GRÊMIO feito a sua parte só teriamos que nos preocupar em ganhar do Corinthians. Gurizada infelizmente os queridinhos da Globo Flamenguinho e Chinelagem de Itaquera sempre vão ter ajuda da arbitragem. São os que a quadrilha quer que ganhe sempre o Brasileirão. Cabe ao GRÊMIO sempre dar um jeito de dar um algo mais pra conseguir levar. Deixemos as choradeiras pros morangos mofados da padre cacique.

    • Fagner 3 de setembro de 2015 - 16:34 Responder

      Olha, cara, o time do Grêmio foi parado pelo unha de cavalo depois de reverter um 3×1 no Olímpico contra o Palmeiras, naquele gol pessimamente anulado do Jardel aos 40 do segundo tempo. Essa de “time bom ganha de juiz” é balela. Falta de memória.

      E, além disso, o post não é pedindo para deixarem de “roubar do Grêmio” ou começarem a “roubar pro Grêmio”. É sobre o esporte todo. Esse pensamento mesquinho e clubista nos levou até o nojo que estamos vivendo. Não tem como nos tirar daqui.

      Saludos,
      Fagner

      • Ezio 3 de setembro de 2015 - 18:27 Responder

        Ok Fagner mas por outro lado o GRÊMIO arrancou uma classificação dentro do chiquieirinho que o Palmeiras tinha com o juiz botando 2 dos nossos pra rua sendo que o Palmeiras batia como se estivesse em uma luta de MMA isso sem falar da Libertadores que até hj foi mal contada a suspensão do Danrlei e os caras deixaram o GRÊMIO sem goleiro pra enfrentar o mesmo Palmeiras no mesmo chiqueiro e mesmo assim o GRÊMIO conseguiu a classificação. Por isso cito aquele time do GRÊMIO pois foi UMA vez que conseguiram dobrar aquele time contra no minimo umas 5 vezes que se ferraram por mais que o Palmeiras tivesse além da grana da Parmalat o trio de arbitragem a favor. Jogo o quanto tu quiser que em 2005 se fosse aquele time do GRÊMIO dos anos 90 por mais que o Corinthians tivesse recuperado os 4 pts que perdeu originalmente a Chinelagem de Itaquera não iria levar aquele Brasileirão.

        • Fagner 3 de setembro de 2015 - 23:25 Responder

          Danrlei deu um soco murcho no Valber e isso foi visto claramente na transmissão. Cara, o Grêmio perdeu em outras oportunidades e pôs a culpa no juiz. A ideia de Parmalat comprar juiz foi forjada pelo Felipão nos microfones dos rádios. Não deixa a memória de boas recordações borrar o passado. E em 2005 o Grêmio estava na série B. Nem o Grêmio do Renato conseguiria fazer nada em relação ao título do Corinthians.

          Saludos,
          Fagner

          • Ezio 4 de setembro de 2015 - 01:05

            Ok Fagner só que o arbitro não expulsou o Danrlei e nem anotou nada em sumula. Segundo as normas da FIFA a súmula do juiz é o que vale qq coisa fora isso é treta. A alusão que fiz a 2005 era se o adversário do Corinthians fosse aquele time do GREMIO dos anos 90. O GREMIO até perdia algumas partidas mas jamais deixou de vencer campeonatos…Mesmo com arbitragens tendenciosas contra… Enfim sigo com a idéia que por mais que supostamente haja esquema pra favorecer X ou Y quando um time é bom mesmo passa por cima…

  • Fabio 3 de setembro de 2015 - 17:07 Responder

    Não deveria existir impedimentos no futebol

  • LauroRM 3 de setembro de 2015 - 17:34 Responder

    Esquece, isso nunca vai acontecer. Temos que ser mais realistas, não se trata de erros de arbitragens apenas, é armação mesmo, e não estou falando apenas deste ano. A começar pelos interessados, que é a TV Globo, para eles ficar fora da Libertadores, Flamengo, Corinthians, Palmeiras, SPFC e Fluminense, é uma tragédia. Eles sabem que o Flamengo não tem mais chances, por isso eles resolveram apostar tudo no Corinthians, tanto que estão dando muito destaque pra eles. E uma decisão política, Os dois Mineiros e os dois Gaúchos na Libertadores para eles é prejuízo, imagina se o Cruzeiro e Inter estivessem melhor, poderiam brigar pelo G4, e aí como fica as outras vagas pro times grandes do RJ e SP?

  • Luciano Camerini 3 de setembro de 2015 - 19:22 Responder

    É mas está difícil aguentar a chinelagem corinthiana. Aposto que agora que o Tite berrou, não vai mais ter jogos às 11:00! E é claro, ele só berrou depois de se garantir!
    Seria muito bom para o futebol brasileiro, os 19 clubes boicotarem jogos contra o Corinthians. Se houver pinição, punam-se os 19. Dêem a taça ao Corinthians e os outros disputem o Vice. Aposto que seria mais interessante, pois estaria sendo disputado com lisura.

  • Serrano 3 de setembro de 2015 - 20:15 Responder

    Que a regra do futebol já deveria ter sido revista, não é de hoje.
    O problema vai ser a vaidade. Por exemplo, será que um auxiliar vai reagir com naturalidade se o impedimento que ele assinalou está sob suspeita e vai ser, ali mesmo, reavaliado? Tenho minhas dúvidas.

    • Fagner 3 de setembro de 2015 - 23:22 Responder

      Nos esportes onde tem desafio ou juiz de câmera (Rugby, NFL, Baseball, Hoquei – gelo e grama, Tênis, só pra puxar de memória) eles não ficam chorando se a marcação é revista. Não vejo motivo para isso ser empecilho no futebol.

      Saludos,
      Fagner

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