Grêmio Libertador

A intolerância impera

Faz uma semana o Grêmio lançou uma campanha contra o racismo entre gremistas. E escrevi um post aqui elogiando o material e conclamando os gremistas a deixarem de ser. Não tem a menor graça discriminar alguém. Houve alguma repercussão nos comentários e um, em particular, me deixou meio desconfortável. Um leitor nosso resolveu dizer que quem se ofende com o termo macaco é que é o racista. Deixei pra lá. Pois hoje veio um fato, que não tem diretamente a ver com o Grêmio, mas tem tudo a ver com intolerância, que me trouxe novamente a história na cabeça: o selinho do Sheik.

“Se ele quiser ficar com palhaçada, vai procurar outro clube. Foi herói na Libertadores, joga bola, mas gay aqui não. Não é homofobia, mas aqui não é lugar desse tipo de gente. A gente fica zoando os bâmbis e ele faz isso e acha que é normal?”

A frase acima foi dita por um BABACA, supostamente integrante da Camisa 12, mostra duas coisas: a primeira é que ele não entendeu nada sobre o que é homofobia. Trocando em miúdos, é ter medo de homossexuais, achar que eles são anormais, que tem alguma doença que pode contagiar as outras e tornar o mundo um lugar cheio de “bâmbis”. Aí, pra “resolver o problema” se espanca, discrimina, exclui, esconde, não divulga. Exatamente o que ele sugere, colocando o salvo conduto “não é homofobia” no início da frase. A segunda é a mais triste: não interessa quem é que vai ser ofendido, vai sofrer, vai ser punido. O que interessa é que eu mantenha a “minha liberdade” de ficar “zoando os bâmbis”. Como é que um homossexual pode ser corithiano se eu digo que isso é coisa de são paulino?

Se ele não fosse homofóbico, não haveria o que “zoar” com os bambis. Aliás, eu poderia, inclusive, conclamar nós, os Gazelas, aquele animal rápido, ágil e imponente da África a prestar solidariedade aos bambis. Por que quem se ofende com os termos é que é o homofóbico, né?

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