Grêmio Libertador

Douglas e mais dez

Sei que estou repetindo o mote desse texto, mas, devido à insistência de algumas críticas, gostaria de colocar a minha posição sobre o nosso camisa 10: o time é ele e mais dez. Isso, claro tem implicações. A maior e, creio, mais óbvia, é que não é ele SOZINHO. Douglas é um ótimo jogador que depende do restante do time para render. Quem duvida disso é só lembrar de 2010 e 2011. No ano em que ganhamos o nosso último título de qualquer campeonato ele era uma das peças principais do time que disparou das últimas posições para a Libertadores no primeiro milagre do Renato. Que foi bem claro, diga-se: “Douglas é craque e craque não marca”.

Douglas e mais dez. Foto do Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

A segunda implicação diz respeito justamente a essa afirmação. Dizer que o Douglas não marca não é dizer que ele não sabe marcar, que vai se desviar da bola quando o adversário vier ou que vai se posicionar de modo a não ajudar o resto do time. A quantidade de bolas que ele desarmou prova o que estou dizendo: ele é o SEXTO que mais desarmou no time inteiro (15 certos e 4 errados). Pra quem está curioso, ele perde apenas para a defesa titular (Matíaz, Marcelo Oliveira, Erazo e Rhodolfo) e UM dos volantes (no caso o Felipe Bastos).

A terceira implicação é que ele joga DEMAIS quando o papel é ofensivo. Se não vejamos: é o cara que  mais passou pra gol (2 vezes) e finalizações (32 vezes), o que mais acertou cruzamentos (7 de 30), o jogador de ataque que mais fez lançamentos longos corretamente (16 vezes) e é um dos vice-artilheiros da temporada, com dois gols. Além disso, é o responsável pelo maior número de arremates certos ao gol adversário, fazendo isso 9 vezes em 21 chutes.

Agora, é meio óbvio que, como centro do time, temos a última implicação: a cobrança será muito grande toda a vez que ele fizer uma coisa errada. Alguém que passa a bola buscando o ataque, a infiltração, geralmente erra muitos passes. No caso, ele errou 79 de 468 passes (16%). Giuliano, por exemplo, errou 45 de 346 (13% do total). Luan, 42 de 314 (13%). Ou seja, o percentual é bem parecido para a função de puxar ataques. Jogadores que jogam mais atrás, como os volantes e zagueiros, tem percentuais maiores de acerto.

Ou seja, é um cálculo de custo-benefício. No caso, pra mim, ele é titular justamente porque os benefícios justificam os custos.

PS: todos os números retirados para essa análise vieram do Footstats.

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