Grêmio Libertador

Meus medos são outros

Falando em medos, o meu maior aconteceu: minha cafeteira quebrou. Sou uma pessoa movida por café. Tomo várias xícaras ao dia, uma carga de 36 cafés da máquina eu mato em algumas horas. E a cafeteira é uma grande ajuda: coloca o pó, a água, liga e espera. Agora eu vou ter que perder tempo para passar o café como um Australopitecus (ou seria o mais velho dos irmãos Biteco, o Australo Biteco?).

Bressan e Fred no treino. Foto do Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Tem quem tema mais Fred e Bressan na zaga. Pois bem, já tivemos esses três vezes como titulares. E trago notícias pra vocês: perdemos duas partidas e vencemos uma. A vitória veio com time reserva contra o VEC, sem levar gols. Nas derrotas, uma delas foi a primeira contra o Juventude (derrota de 2×0), a outra a primeira contra o Rosário Central, em casa (derrota de 1×0).  Porém, lembrem bem como foram as partidas. Uma conferida nos posts pós-jogo pode ajudar.

Se somarmos os dois jogos em que perdemos, dá pra dizer que os adversários tiveram 5 chances de gol. Veja bem, são 5 em 180 minutos. Como chance de gol defino aquela bola que o atacante tem a condição de marcar. Dessas cinco, três resultaram em gols. Foram duas partidas onde o Grêmio foi muito mal. A de Caxias por contar com um time misto, pouco entrosado e com doses de invencionice pra poupar jogadores. No segundo fomos muito bem amarrados e tivemos apenas uma chance de gol, em um sistema de jogo que já não me causa pavor – o Roger já teve chance de mostrar que ninguém mais consegue amarrar o Grêmio com aquele esquema.

Da mesma forma, os três gols foram em jogadas de bola aérea. É exatamente o mesmo problema que temos mesmo com a zaga titular. É só lembrar que tomamos 3 do Rosário fora com a zaga titular. Ou seja, estamos em outra situação. Se, por um lado, a defesa segue tomando gols, estamos fazendo gols. Nada impede que essa dupla de zaga volte para o banco sem levar gols. Até porque, se procurar direitinho, não repetimos muitas defesas e seguimos sem tomar gol. Com Geromel e Fred ficamos dois jogos sem tomar gol (Corinthians e Flamengo) ; Geromel e Bressan outros dois (Galo e Coritiba); Geromel e Wallace, mais dois (Ponte e Cruzeiro). Tomamos 4 gols com Geromel e Bressan (Palmeiras) e outros 4 com Geromel e Wallace (3 da Chapecoense e 1 do Fluminense). Bolas aéreas causam mais medos do que a composição da defesa.

Wallace e Geromel ficam fora por 3 semanas. Teoricamente voltam contra o Sport, fora de casa. Nesse intervalo enfrentamos o Vitória em casa, Atlético Paranaense fora, Santos em casa, Grenal fora e Figueirense em casa. Veja bem, três não são adversários fortes e apenas um deles está brigando com a gente no momento pelo título. E em 3 dos 5 confrontos são em casa. Se a escalação titular te traz medos, vai lá e lota a Arena. São três chances de ajudar a defesa (ou o ataque) a vencer os jogos.

Não precisamos nos desesperar por antecipação. Essa dupla não é tão ruim assim – podem dar folga para os seus medos. E terão sequência. Precisamos, sim, de mais um zagueiro, pelo menos, confiável no plantel. Mas tem que ser um cara paciente, provavelmente em fim de carreira, porque dificilmente será titular (ou um titular incontestável, o que é bem mais caro e difícil). Assim, amigos: só aceito manifestação de medo da defesa Bressan e Fred se for corneta (no sentido de piada, não ser chato). Não há o que temer.

Editado: o que aparece sublinhado foi acrescido depois que o Ezio lembrou que também jogamos contra o Veranópolis com essa defesa. Não lembrava disso por causa do carnaval, provavelmente. Ou seja, Fred e Bressan tem 3 jogos com 3 gols tomados, praticamente o 0,8 gols/jogo que é média das defesas do Grêmio desde 2013.

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