Grêmio Libertador

Não é todo o mundo, mas todo mundo deixa assim

Hoje o carro do Luan foi recebido no treino por uma chuva de pipocas. Cerca de quarenta pessoas vestidas de tricolor perderam algumas horas da sua vida para atirar porcaria contra o nosso melhor jogador. Foram fazer o que várias pessoas pediram (inclusive em comentários no nosso facebook – pode escolher o texto que quiser, sempre tem comentários do tipo) para fazer: ir lá dar uma “sacolejada” nos nossos jogadores. Porque, segundo alguns que comentam até aqui, nos textos do blog, o problema se reduz exatamente a isso: falta de raça. E é levando uns cascudos que o pessoal acha a tal raça.

Como ocorreu pela manhã, o fato foi prato cheio pra imprensa sedenta de crise – e com milhares de horas para encher linguiça na TV aberta ou fechada. Não interessa se o Grêmio é o único gaúcho na Libertadores, está na frente do Inter no Ruralito e a um jogo em casa de passar de fase no outro torneio disputado com uma vitória simples. Os quatro jogos sem vencer são crise e a criancice de alguns torcedores é o combustível para dizer que A TORCIDA está questionando o Roger. Junta aí o Victor, Jonas e Douglas Costa, por exemplo, e fica fácil dizer que o TORCEDOR DO GRÊMIO não gosta de jogador bom. Mesmo que milhares de outros gremistas apoiem o treinador e o trabalho. Mesmo que outros tantos tenham lamentado a saída do VictorDouglas Costa e do Jonas.

Ninguém precisa dizer pra mim que esses “quarenta” (ou vinte, ou dez, ou dois) não são TODA a torcida do Grêmio. Eu sei disso. E também sei que não adianta dizer isso pra imprensa e ficar colocando a culpa só nela quando A TORCIDA DO GRÊMIO recebe um carimbo desses. Há um problema maior: a impunidade dentro da nossa própria torcida. Esses “quarenta” torcedores identificados como gremistas (por isso, naquele momento, naquele lugar, A TORCIDA DO GRÊMIO, pra quem quiser dizer) não foram lá apenas por resultado de campo. Eles se sentiram autorizados a fazer isso. E, querendo ou não, nós demos essa autorização.

Mensagens colocadas no nosso FB ontem. A segunda foi apagada depois de ter mais de 60 curtidas (e do autor jurar de pé junto que não estava fazendo apologia à violência).

Como? Se não saindo abertamente dizendo que alguém precisa agir dessa forma (já que “merecem”),  ao menos vendo e ficando quieto. Foi assim com o caso de certo aracnídeo há uns tempos atrás. O silêncio da torcida é uma forma de conivência. É a aceitação. Quando um ou dois dão ideia e outros 50 fazem sem ninguém dizer “peraí, cara, tu não tá sendo um pouco idiota?” estamos demonstrando que não repudiamos. E isso é a senha, para muitos, de que tá tudo certo, vamos fazer. Se até chute em dirigente do adversário já foi comemorado, umas pipoquinhas são pouca coisa.

Enquanto A TORCIDA DO GRÊMIO não ridicularizar esses caras, não se manifestar fortemente contra, não se posicionar diferentemente dessa meia dúzia de imbecis, será sempre tomada no todo por quem adora simplificar (a.k.a. imprensa). E não vai adiantar a gente gritar que não. Quem tá agindo são eles; nós estamos quietos, só pedindo para não nos colocar na bacia. Tá na hora de sair dela. Partiu mostrar que eles são minoria? Ou vamos apenas admitir que a “imprensa vermelha” está certa e parar de reclamar?

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