Grêmio Libertador

Por que perdemos?

Compreender o motivo da derrota é fundamental nesse momento de “terra arrasada”. E não foi só o acadelamento. Já fizemos isso antes e ganhamos (como contra o Brasil). Qual o motivo do Grêmio se fechar e perder se, no ano passado, ele se fechava, jogava por uma bola e conseguia ganhar? O que mudou? Bem, a primeira coisa é que, pra jogar no contra-ataque, é preciso roubar a bola. E além do nosso maior ladrão de bola ter sido o Souza, havia uma obrigação de marcação do Kléber e do Vargas. O Luan e o Dudu mais cercam do que marcam (embora o Luan tenha roubado várias bolas no Grenal). Ou seja, só conseguimos a bola quando a zaga rebate (o que tem sido, quase sempre, pra lateral, ou seja, perdendo a posse) ou quando ela vai para tiro de meta. Simplesmente nunca vai funcionar assim.

A estrela solitária do Grêmio. Foto: Lucas Uebel, flickr oficial do Grêmio

Jogamos muito melhor que o Inter enquanto fizemos pressão. Porém foi “meia” pressão, porque não perseguimos o Dida. E, no primeiro tempo, eles recuaram várias bolas pro cara que tomou gol do Valter treinado pelo Enderson no ano passado. Acho que só ele esqueceu disso. Mas, é claro, o Grêmio não aguentaria jogar na pressão por 90 minutos. Não tem preparo físico que aguente. Então, sem poder fazer pressão e sem conseguir roubar a bola, o que deveríamos fazer? TER A BOLA. Jogar com ela lá no campo do adversário, como o Inter fez depois do segundo gol. Aquela confusão babaca no final do jogo é o clássico ganhar tempo efetivamente. Porque dá muito mais resultado do que chamar o time adversário pra dentro colocando mais um zagueiro aos 40 do segundo.

É o terceiro jogo onde foi flagrante o Enderson estar completamente fora da partida (coloco aí o jogo contra o Nacional em Montevideo e o jogo contra o Brasil na Arena). Eram partidas onde o Grêmio não jogou bem, o treinador mudou mal, mas ganhamos. E o adversário cresceu durante o jogo acertando as nossas fraquezas. É claro que temos falhas individuais (insisto, o Werley não pode ser titular; ele é muito pior que o Bressan e não sei o motivo de não testar o Geromel ali). Mas o Pará não falhava tanto no ano passado não porque ele era melhor, mas porque ele tinha o Rhodolfo ali. O lado que tomava bola nas costas era o do Alex Telles. Mas não existe elenco perfeito. Tem que arrumar o time de forma que os ruins não apareçam.

Tá tudo errado? Óbvio que não. Já falei (e levei muito pau por isso) que o Grêmio precisa ser o Grêmio. HOJE somos um time de toque de bola e posse ofensiva. Foi o acerto do Enderson, a grande diferença pro time do Renato. É assim que somos fortes. Agora, o Enderson tem que ter coragem de seguir fazendo isso com 0x0, 2×1,  10×0 ou 0x20. Pra isso temos peças. Agora, pra ficar inventando jogar no contra-ataque, tem que ir às compras ou ser muito criativo pra alterar o sistema de jogo. Coisa que só um não treinador consegue fazer, ao que parece.

Se tem uma parte boa de perder ontem é que os erros, agora, ficaram claros. Agora é hora de trabalhar pra corrigir.

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