Grêmio Libertador

Por uma banda do Grêmio e não da Geral

Essa semana saiu mais um enrosco envolvendo a Geral. A história que contam é que há facções (?????) dentro da torcida que sabiam que um inimigo (????) tinha cumprido a punição e estava liberado para ir no jogo. Aí fizeram um bolo, gente apanhou covardemente, e a polícia e o MP deram mais 180 dias de punição para a TORCIDA toda. Somando os 180 que já tinham do início do ano dá, pasme, 360 (ou seja, UM ANO).

Tem várias reações a isso, mas quero comentar duas: a dos que falam que só punem a torcida do Grêmio (teve depredação e pancadaria nos jogos do Inter e a torcida não foi punida) e a dos que falam que querem, na verdade, é punir o Grêmio, fazendo ele perder o fator casa. Pois bem. Quanto ao primeiro, se eles erraram em não punir a torcida do Inter (e ERRARAM MESMO, punir individualmente não vai resolver), eles não erraram em punir a do Grêmio. Não há erro em punir toda a torcida quando eles partilham do mesmo espírito. Como falei no início, existem FACÇÕES lá dentro. Não é o indivíduo que está brigando.

Mas o que me interessa mesmo, que é o assunto desse post, é o segundo. Quem está punindo o Grêmio diminuindo o fator casa é o próprio Grêmio. O time simplesmente concordou com um sistema monopolista de torcer, deu poder pra Geral nos tempos de Odone e, finalmente, depois da Arena, terceirizou pra eles o único espaço onde é possível torcer diferente. Sim, outras torcidas estão lá, mas apenas a Geral coordena a banda. Aí, uma punição pra geral significa uma punição pra banda. Quem sofre, por omissão, é o Grêmio.

De minha parte, já sugeri aqui faz tempo: se torcer com banda é importante pro CLUBE, não pode ficar terceirizado. Ainda mais na mão de gente que se coloca à frente do Grêmio (até faz músicas pra Geral). Imaginei que o DTG iria ser o primeiro passo para retomar para o clube esse protagonismo e o momento é agora. O Grêmio precisa profissionalizar essa área. Com uma banda marcial própria, fazendo um serviço social na vila do entorno e preparar apresentações deles durante o jogo e nos intervalos (como nos jogos de College nos EUA). Contratando um carnavalesco (por que não?) pra bolar as apresentações dos jogos. Contratar compositores para termos músicas divertidas e sem machismo, homofobia e racismo. E dando oportunidade pro sócio, pro gremista que quer ajudar o time a construir vitórias (ao invés de ganhar poder dentro de facções), pra quem curte ensinar música pra criançada carente. Ser um clube maior, plural.

Então, tenhamos muito cuidado com a situação: a Geral prejudica o Grêmio faz tempo. Não invertam os papeis. Defender o Grêmio não significa (e nunca deve significar) passar pano pra Geral. Precisamos tirar o “monopólio das formas de torcer” da Geral. Se as novas arenas exigem esse tipo de monopólio, ele deve ser do Grêmio.

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