Grêmio Libertador

Sandro Meira Ricci

Vi um monte de gente falando que não poderíamos reclamar de outra bela atuação do Sandro Meira Ricci porque o Grêmio jogou menos do que vinha jogando. Eu não sei onde está escrito que é proibido reclamar de arbitragem se o time não joga bem. Se o juiz estiver liberado pra prejudicar o time que não estiver bem, vamos parar por aqui e passar a assistir curling ou qualquer outra coisa.

O assoprador Sandro Meira Ricci já merecia um lugar na nossa Galeria dos Grandes Ladrões há algum tempo e parece fazer de tudo para ganhar um lugar de destaque nela. No ano passado, nos garfeou em Salvador, contra o Vitória, e contra o Palmeiras no Pacaembu, quando expulsou o Barcos num lance em que o Pirata nem encosta no adversário. Mas vamos aos motivos que ele deu ontem, contra o São Paulo.

Desde o início do jogo, o time paulista veio mais preocupado em fazer cera do que jogar bola. Falo isso com a propriedade de quem estava na Arena e viu um jogo totalmente diferente de quem viu pela TV. Digo isso porque amigos meus, que moram longe e viram pela TV, não viram nada demais, nem que o adversário fez cera. Ora, isso acontece porque os replays, recuperação de lances, gols dos outros jogos e tal só passam na tela quando o jogo está parado. Se o telespectador tivesse que ver o jogo corrido, sem os replays, entenderia o que estou falando. Mesmo com 0x0 no placar, o goleiro deles levava horas pra repor a bola em jogo, seguia a cartilha de como forçar um amarelo e nada do Ricci esboçar alguma reação. Jogadores fazendo cai-cai a cada dividida, cobrança de laterais que trocavam de batedor depois de horas… Ricci assistiu tudo como se fosse normal. Até é, mas aí é dever do juiz repor esse tempo perdido ao final dos 45 minutos.

Pois bem, no primeiro tempo, o goleiro adversário ficou exatos 2 minutos recebendo atendimento médico por uma dividida com um colega de time. Depois disso, outros 2 jogadores deles também precisaram de atendimento e foram tirados do campo de maca. Teve o gol. Ricci deu os 2 minutos protocolares de acréscimo quando o Grêmio mais ameaçava o gol sãopaulino. No segundo tempo, mais trocentos atendimentos médicos, 6 trocas… Falei pro cara do meu lado: pode cair um meteoro aqui que ele não vai dar mais do que 5 minutos. Bingo! O protocolo foi seguido à risca. Nem os 2 gols no apagar das luzes foram suficientes pra demover o assoprador a fugir do protocolo.

Ah, mas a conivência com a cera do adversário não é motivo pra tanta reclamação? E essa falta escandalosa no Fernandinho no início do segundo tempo?

Reprodução TV

O pênalti no Éverton pode-se discutir se ele forçou a queda ou não, mas que o jogador do São Paulo coloca os braços pra impedir a passagem dele é inegável.

Reprodução TV

 

Isso sem falar de um monte de faltinhas, inversões que o larápio foi dando e que não aparecem em lances capitais mas vão minando o time e a torcida. São esses pequenos erros relevados que, somados, mudam a história de uma partida. Só que eles não aparecem nos scouts dos jogos, dando a impressão de que foi tudo bem. O Sandro Meira Ricci só se sustenta porque tem números “bons”. E ele deve saber disso pois apita mais preocupado em ter tantos minutos de bola rolando, não dar mais que X faltas e Y cartões por jogo.

Nível da arbitragem brasileira só vai melhorar quando os responsáveis se preocuparem menos com estatísticas e mais com qualidade dos juízes.

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