Grêmio Libertador

A tal convicção

Roger foi anunciado hoje como novo técnico do Grêmio. Formado no clube, foi contratado para ser auxiliar técnico ainda nos tempos do Renato Gaucho, em 2011, com o Odono. Foi comandante do time nos jogos no interior e também foi responsável pela primeira vitória em grenais fora do Brasil. É cria da casa, desde a base. Aprendeu a treinar no Grêmio, depois de se formar em Educação Física. Foi embora porque quis, depois de mais um período de interinidade, já no comando do Fábio Koff e Rui Costa, em 2013. Ou seja, conhece o clube, as panelas e a pressão que vai sofrer.

Roger Machado: novo velho técnico do Grêmio.

Depois da saída fez apenas dois trabalhos, ambos bem ruins. Com o Juventude, desde 20 de fevereiro de 2014, foram apenas 16 jogos até ser demitido, com 6 vitórias, 5 derrotas e 5 empates (48% de aproveitamento). Com metade das partidas no Ruralito, a outra na série C, a única diferença nas campanhas é o número de derrotas e empates: 3 derrotas no Ruralito, 3 empates na série C. No Novo Hamburgo, veio para substituir o Mabília e comandar “os galáticos” do Vale. O time mais caro do interior fez 6 vitórias, 3 empates e 6 derrotas (46% de aproveitamento), caindo para o Grêmio nas quartas de final, depois de ser derrotado na fase de grupos.

Roger também não é famoso por revelar jogadores. Até por ser inexperiente, tem apenas DOIS trabalhos em times do interior. Era compreensível o Grêmio fazer uma aposta. Os grandes medalhões não estão dando resultado, é preciso uma renovação no mercado. Cristóvão Borges, o primeiro nome a ser fortemente especulado, também era da nova geração mas já tinha experiência de dois anos na série A. Se queria a comissão dele e o Grêmio não, Doriva era um nome novo também, sem experiência em série A mas com dois títulos seguidos como treinador (um em um campeonato com 4 clubes da série A). Era compreensível uma aposta.

O que Roger Machado tem em comum com eles? É de uma nova geração. E GANHA POUCO. Parece que é essa a única convicção do futebol do Grêmio: economizar. E tinha outros nomes com pouca expressão que fariam muito mais sentido que o Roger: o Rogério Zimmermann, que já fez o Brasil de Pelotas subir pra série C e o bi-campeonato do interior pelo mesmo time (ou seja, só atrás dos times da série A), além do Mabília, que acabou de ser contratado pela Tombense (campeã da série D em cima do próprio Brasil) depois de ser quarto colocado em Santa Catarina (também atrás apenas dos três times da Série A) e de comandar esses guris todos que estão aparecendo agora por três anos na base do Grêmio. O que o Roger tem a mais do que eles? Exatamente: “ser cria do Grêmio” (Mabília mandou um abraço), “ter a cara do Grêmio”, ter sido multicampeão quando jogador. Como vários outros que não deram certo (Adilson Batista, De Leon, etc). Em suma, um pouco mais de PENSAMENTO MÁGICO (já que tava pouco, né, mandaram mais).

Espero um Grêmio acovardado – forte defensivamente (como foi o Juventude e o Novo Hamburgo dele) e com imensas dificuldades de fazer gol. Mais preocupado em defender do que atacar. Espero que, pelo menos, com uma transição rápida (o que não conseguiu nos seus trabalhos anteriores). Boa sorte, Roger Machado. Vai precisar.

PS.: Vê se queima a minha língua.

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