Grêmio Libertador

Pensando no futuro

Já comentei aqui que o Grêmio está muito bem no planejamento de campeonatos pelo menos desde o ano passado. Também vem demonstrando que está muito certo no gerenciamento das carreiras dos seus craques. Sim, porque não adianta nada doar jogadores por merreca e pratas da casa precisam ser valorizadas. Um time campeão com um salário decente faz com que pensar na carreira passe a ser mais importante do que ganhar dinheiro. Faz com que até o jogador fique pensando no seu futuro. Se acha que não, fica só com os casos do Luan, que não quis sair pra jogar no leste europeu e no Arthur, que quis sair para o time onde o seu futebol mais se encaixa, o Barcelona.

Eu ficava pensando muito, já desde 2016, no momento do adeus do Renato. Quem me conhece sabe que, pelo menos desde 2013, é o meu treinador preferido. Toda a vez que abria uma vaga no Grêmio meu ficha um era ele. Mas, com tanto sucesso, agora todo o mundo está vendo quão completo ele é. Sabe muito não só de tática, de falar a língua do boleiro. Ele sabe falar a língua do torcedor, ele sabe falar a da imprensa, sabe valorizar o futebol. Logo ele vai ter todas as portas abertas para treinar o time que quiser. Sim, muito pela campanha que estamos fazendo, mas também pela pessoa que ele é.

Então, quando esse momento chegar, quem poderia ocupar o seu espaço? Como ocupar o espaço de um ente gigante? O Grêmio, hoje, é o Renato, assim como o Barcelona é o Messi e no Atlético de Madri o cara é o Simeone (aproveitando a deixa do Unai Emery). Eu gostaria que o Renato treinasse o Grêmio pro resto da vida dele. Porém, as renovações são sempre por apenas um angustiante ano. Então esse era um problema que sempre me incomodava. Mas eu fiquei menos incomodado assim que vi essa foto batida pelo Lucas Uebel.

O presente e o futuro. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr).

Essa foi tirada mais ou menos na época que houve o anúncio de uma conversa para a renovação do capitão por mais 4 anos – ou seja, se aposentar no Grêmio. O jogador que já figura na calçada da fama do Grêmio desde o final de 2017 já disse se sentir muito bem aqui. Eu preciso confessar que sempre critiquei o cara, pra mim iria para o banco, principalmente em 2016. Ano passado eu fiz um “hã?” quando fiquei sabendo da homenagem. Nesse 2018 é um dos melhores jogadores do Grêmio indiscutivelmente. E ele também parece ser muito mais do que isso.

Ainda antes da homenagem no meio dos maiores jogadores do Grêmio, enquanto contundido, Maicon já mostrava porque ainda era considerado uma das mais importantes lideranças do time. Arthur, então maior nome do time, havia revelado em entrevista que o Maicon levou ele para o CDD do Grêmio para apontar como deveria evoluir. A foto ali em cima é auto-explicativa. Ele consegue orientar taticamente o time e tem o respaldo do Renato. Há nesse jogador um enorme potencial de “projeto de Zinedine Zidane”. Um jogador muito inteligente que tem identificação com o time por uma longa e vitoriosa carreira no clube e, depois, se torna também um treinador vitorioso dentro da instituição.

O mercado de treinadores está mostrando uma nova geração muito inteligente taticamente, mas que ainda não conseguiu ser uma inconteste vencedora. Maicon é sanguíneo, explosivo, vencedor, líder de elenco e está fazendo estágio que já dura 20 meses com o melhor treinador do Brasil. Pensando no futuro, será que não seria um bom treinador no Grêmio? Será que não é isso que a direção está fazendo ao valorizar tanto o nosso capitão? Será que ele pode se igualar a Evaristo de Macedo como o segundo não gaúcho a ganhar algo importante treinando o tricolor? Só o tempo dirá. (Mas eu apostaria um dinheirinho nisso).

Treinadores que venceram títulos importantes com o Grêmio:

Ênio Andrade (Porto Alegre – RS), Brasileiro de 1981;
Valdir Espinosa (Porto Alegre – RS), Libertadores e Mundial de 1983;
Cláudio Duarte (São Gerônimo – RS), Copa do Brasil de 1989;
Luís Felipe Scolari (Passo Fundo – RS), Copa do Brasil 1994, Libertadores 1995, Campeonato Brasileiro e Recopa 1996;
Evaristo de Macedo (Rio de Janeiro – RJ), Copa do Brasil de 1997;
Adenor Bachi (Caxias do Sul – RS), Copa do Brasil 2001;
Renato Portaluppi (Guaporé – RS), Copa do Brasil 2016, Libertadores 2017 e Recopa 2018.

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