2001 – Um pouco de passado

0 Postado por - 8 de novembro de 2011 - Artigos

As vezes, o passado pode trazer algumas indicações de como as coisas podem dar certo ou errado. Claro que, como historiador, sei que não existe determinismo da nossa história no nosso futuro. Mas os exemplos estão aí para mostrar, ao menos, como as coisas podem dar errado se unirmos determinadas características. Assim, volto ao início da década passada para fazer algumas reflexões. O ano era 2000 e, depois de um longo campeonato, chegamos na semifinal da Copa João Havelange. O nosso técnico? Celso Roth. O time base dele tinha: Danrlei, Anderson Lima, Marinho, Nenê, Roger; Polga, Gavião, Itaqui, Zinho; $ PILANTRA $ e Warley.

Depois de uma grave lesão de Roger, Patrício foi improvisado na lateral esquerda para os últimos jogos. Depois de perder para o São Caetano e não ter vaga para a Libertadores de 2001, a direção começou a se mover para a temporada seguinte. A partir do dia 05/12/2000 começaram as tratativas para contar com o $ PILANTRA $  em 2001. Porém, movimentação mesmo apenas à partir do natal daquele ano, sob o comando de um reeleito INOMINÁVEL para terminar o seu trabalho malévolo.

Um quarto lugar poderia ser considerado um bom resultado, mesmo que perdendo de um time da segunda divisão. Porém, não foi o que ocorreu. Do time base, Patrício, Warley e Gavião, segundo a imprensa,  eram as bolas da vez. Paulo Nunes, um salário altíssimo e pouco futebol, era a moeda de troca. Tinga, recém retornando do Botafogo, estava na berlinda, com proposta do Atlético MG.Porém, o passo mais importante estava dado: demitir Celso Roth para o ingresso de Adenor Bachi, que já havia derrotado a gente no ruralito.

Depois perder praticamente todo o mês de dezembro e janeiro, o tricolor tomou o segundo tufo da quadrilha $ PILANTRA $ (o primeiro foi um ano antes). A foto do tricolor precisou de mudanças. O esforço inútil fez com que o time estreasse na copa Sul Minas sem os 18 jogadores do banco. Os reforços, na sequência, foram Vagner (Bahia), ainda antes das férias; Luís Mário (Corínthians), depois da metade de Janeiro; Marcelinho Paraíba (Olimpique), dez dias depois; uns três dias depois, Mauro Galvão (Vasco), recém campeão da João Havelange; Rubens Cardoso (Santos) no início do mês de fevereiro. Outros vieram, mas a base do time que fez aquela partida espetacular contra o Corínthians veio nessa época.

Tite passou a usar o time com três zagueiros ao longo do campeonato, quando as atuações começaram a melhorar. Da ISL tínhamos o Marinho, o Zinho e o Anderson Lima. Roger e Danrlei eram múmias da nossa grande fase campeã. Tinga e Polga da base. Quatro vieram de fora: Mauro Galvão, Rubens Cardoso, Luís Mário e Marcelinho Paraíba. Mas, menos de seis meses depois, o time titular tinha um treinador e cinco novos jogadores na fotografia, mesmo com um quarto lugar. Além disso, quatro jogadores tinham tarimba de multi-campeões: Danrlei, Roger, Zinho e Mauro Galvão. Isso é uma base vencedora que merece ser mantida.

Este ano, terminaremos ali, na oitava ou décima colocação. No plantel, apenas Gilberto Silva já segurou um troféu decente. Será que “só uma ou duas peças” realmente nos levarão a títulos? Eu duvido. O ano de 2001, embora tenha sido o começo do caos, tem pelo menos essa lição para ensinar.

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7 + comentários

  • marcioabreu 8 de novembro de 2011 - 16:18 Responder

    Boa Fagner!

  • Matias Schuler Guenter 8 de novembro de 2011 - 16:20 Responder

    1 exemplo virou regra? Faça o mesmo para a formação do time de 95!

  • Daniel 8 de novembro de 2011 - 16:28 Responder

    Só vale lembrar que daquela turma de ex-são paulinos que andou pelo Grêmio nos últimos anos (Rodrigo, Souza, Leandro, Borges…) todos tinham títulos de expressão, mas não fizeram “m” nenhuma pelo Grêmio. O Carlos Alberto foi campeão da Liga dos Campeões e até do mundo, mas foi outra porcaria.

    Pegando um exemplo de fora, o Vasco campeão da Copa do Brasil deste ano era recheado de jogadores rodados e que só tinham levantado taças de estaduais, e nem sempre como titulares.

    Resumindo: Tarimba é importante, mas antes de tudo, tem que ter gana. E o passado recente nos mostra que jogador tarimbado também costuma se acomodar.

  • heraldo 8 de novembro de 2011 - 17:06 Responder

    Fagner,bom texto, mas acrescentaria que, é notório e conhecido, que os anos ruins devam ser esquecidos, discordo, os anos ruins, servem de parametro para que não repitamos as mesmas bobagens.

  • Davi Calil 8 de novembro de 2011 - 17:26 Responder

    Belo post! Concordo com muita coisa!
    Porém penso, e venho batendo nessa tecla a tempos, que a melhor contratação do grêmio viria de um treinador bom, e não posso pensar outro nome que não seja FELIPÃO. Sei tbm, que é muito difícil ele vir para cá, porque o técnico não é da mesma “turma” dos Paulo’s, mas seria a melhor opção de técnico, visto que ele tá em baixa no PaRmera, tbm se não for ele é melhor ficar com o ROTH, e trazer o Kléber mesmo!
    Fico preocupado, em não ver nos post’s nada relacionado a TÉCNICOS, e só relacionados a jogadores, basta lembrar-lhes que em 2009 o mesmo treinador não conseguiu ser campeão de um Brasileiro praticamente ganho!
    E se formos ver no PAPEL o time do Grêmio não perde nada para os que estão na frente!

    É o que eu penso né, e vocês o que acham, FELIPÃO é uma BOA ou não?!

    abraços!!

  • juca 8 de novembro de 2011 - 17:30 Responder

    Os isentos “formadores de opinião” vivem queimando o Gilberto Silva. Parece que esquecem que o ex-jogador em atividade no meio-campo gremista é o Rochemback.

  • Fagner 8 de novembro de 2011 - 19:24 Responder

    Resposta aos amigos que comentaram aqui:

    Farei, Matias. Mas tem uma prévia do início do ano nesse post (http://www.gremiolibertador.com/a-cancha-e-o-gremio/). Esses times que realmente venceram alguma coisa tinham jogadores ao estilo do Mauro Galvão. E isso não é regra. Mas é corroborado por muitos exemplos.

    Daniel, discordo que o Borges não tenha jogado nada. Souza e Leandro eram reservas no São Paulo e o Rodrigo passou correndo pelos títulos. Não são jogadores vencedores. O Carlos Alberto até tem títulos, mas estava em uma fase péssima quando chegou aqui. Não é o caso de nenhum dos citados no post. E isso também é papel da direção: existem jogadores que são campeões e outros que foram campeões. E a diferença entre eles é abismal.

    Finalmente, Heraldo, como historiador posso te dizer que minha ideia é exatamente o inverso: tudo deve ser lembrado. As coisas boas para comemorar e as ruins para que não se repitam. Nada deve ser apagado da história.

    Saludos,
    Fagner

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