2014: antes de arrancar, tem que parar e pensar

0 Postado por - 3 de dezembro de 2013 - Artigos

Começou a temporada de plantação, de pedidos, de vontades, de especulações. O momento do ano onde a maioria dos torcedores fica louca discutindo com certezas de duas horas, com acertos verbais, com interesses. Tem gente que queria que a direção já estivesse fazendo isso há tempos. Tem outros que queriam cinco ou  seis peças novas depois do empate com a Ponte, por mais louco que pareça. Mas, no final das contas, são poucos os que se dão conta de que o que realmente começa agora, no fim de temporada (e isso independe do nosso resultado contra a Portuguesa) é a parada. Parar para avaliar.

Foto de Paulo Hoeper http://www.flickr.com/photos/prhoeper/9343609520/sizes/z/in/photolist-feErzS-asDx2o-evMSFH/

Foto de Paulo Hoeper http://www.flickr.com/photos/prhoeper/9343609520/sizes/z/in/photolist-feErzS-asDx2o-evMSFH/

Defendi ferrenhamente o Renato aqui no blog. Levei bordoada de tudo o quanto é lado por mostrar as injustiças da imprensa contra o seu “inimigo” e que a maioria da torcida simplesmente entrou na onda e criticava sem saber bem o porquê. Como se simplicidade com a imprensa ganhasse jogo, como se nenhum treinador fosse teimoso, como se o Grêmio fosse um amontoado de peças no campo, como se ele não soubesse treinar. Aliás,  tivemos um novo esquema tático no final do campeonato. A entrada do Zé no meio com o Vargas presente criou  mais um modelo de jogo, que funciona muitíssimo bem contra adversários retrancados: atacamos com Kléber e Barcos mais na frente e só o Vargas voltando e compondo com o Zé a intermediação com o ataque.

Mas isso não quer dizer que o Renato é a melhor opção para 2014. O que é que vai definir isso? Custo/benefício. Tem que ver o quanto ele quer ganhar. Tem que aturar a má vontade da imprensa e de grande parte da torcida que cai na dela (afinal, estamos “na merda”, mesmo em segundo, não é?). Tem que impor disciplina aos jogadores e ao próprio treinador, freando declarações e prêmios pro elenco. Tem que participar ativamente da montagem e desmontagem do elenco. Mas, do outro lado, ele já conhece  o grupo, conseguiu um resultado consistente (o Grêmio tem 58% com ele no comando), tem conhecimento tático, tem poucas opções melhores e mais baratas no mercado. Só depois de pesar isso e ver quem vai ser o treinador é que se deve começar a pensar em reforços.

Isso porque, como já disse, esse time do Grêmio não é o tipo de time pro tipo de futebol do Renato. O melhor meio campo é Riveros, Ramiro e Souza. Pra agregar alguma coisa, precisamos de um volante que seja rápido, tenha drible, seja criativo e finalize pra substituir um deles (tipo Paulinho ou Elias). Mas e se o Grêmio só joga assim porque não tem um zagueiro confiável para jogar com o Rhodolfo? Se jogarmos com um lateral esquerdo mais inteligente na marcação e tivermos dois atacantes que caiam pelas pontas e que saibam driblar? Qual é o esquema que vai ser diferencial no início da temporada do ano que vem? Desde 2006 temos terminado o ano sempre dizendo: só precisamos de “mais um aqui, outro ali”. Que reformular o elenco é ruim. Mas não tem dado certo.

Ou seja, acho que está na hora de agir diferente. Não adianta olhar para o time de 2013 e pensar em reforços. É preciso pensar em um time de 2014 primeiro e, depois, quem de 2013 serve pra chegar lá e quem de fora pode entrar. Quem sabe, fazendo diferente, o resultado seja também diferente.

Comparilhe isso:

15 + comentários

  • Cícero - CWB 3 de dezembro de 2013 - 13:40 Responder

    A boa notícia de hoje é que o Juvenal (SPFW) tomou a sua dose diária de guaraná (ainda bem) e disse que o Rodolpho não faz parte dos planos para 2014, ou seja, a negociação vai ser mais fácil. Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2013/12/presidente-do-sao-paulo-quer-negociar-lucio-rhodolfo-e-cortez.html

    Precisamos de mais um na Zaga, lateral direito (Eduardo do Joinville(aposta) ou Fagner do Vasco (negociar com Wolfsburg), meia armador titular e um bom atacante.
    Com a excelente noticia de ontem que podemos inscrever 5 estrangeiros, podemos garimpar o mercado da America Latina, vamos ter 2 vagas, Vargas não fica.

  • Guilherme P 3 de dezembro de 2013 - 13:48 Responder

    O problema do Bressan é só os chutões. Ele tem feito partidas seguras e sabe desarmar. Uma vez que outra falha, mas não acho que seja a naba que falam.

    E acho que o Grêmio deveria fazer um esforço para comprar o Vargas. Nem que seja 50% do passe, ele tem bola.

  • Felix Nunez 3 de dezembro de 2013 - 14:06 Responder

    Lembro que de 2012 para 2013 foram 13 contratações, senão me falha a memória.
    É nítido que precisamos de reposições, concordo, mas não um time inteiro.
    Na minha opinião já há algum tempo não temos continuidade com técnico/elenco base.
    E montar times caros nunca foi a do Grêmio.
    Acho que podemos dar chances nas duas laterais aos atuais reservas, talvez contratar um lateral direito. Um zagueiro, um meia e um atacante. O resto me serve.
    Claro que temos de vender algumas peças para suavizar a folha, principalmente a relação atual do custo/benefício. Neste pensamento Kleber (alto salário), Elano Ze Roberto, Pará e Dida são negociáveis. Não estou dizendo que são ruins, mas se tiver interesse de times eu colocaria no negócio. Temos peças de reposição para eles.

    Não gostaria de ver um desmanche total com muitas contratações. Eis a minha opinião!

  • JCBaldi 3 de dezembro de 2013 - 17:40 Responder

    Acho que tinha que tentar ficar com o Vargas, creio que as 5 vagas já foram pleiteadas com essa possibilidade. É nosso melhor atacante. Os outros 2 não dão 1. Se o Renatão não insistisse tanto com eles…

    Eu ficaria com o Zé, é o melhor jogador tecnicamente do Grêmio. Renato conseguiu com que ficássemos discutindo o futebol dele.

    O Rodholfo também dá seus chutões, só que ele é melhor que o Bressan, aparece mais. Eu ficaria com os zagueiros que temos. E venderia o Alex Telles, se tiver que vender alguém.

    Pará, Kléber, Adriano e Barcos eu dispensaria, embora pense que não farão isso. Elano talvez também, ainda mais se o Renato ficar, já que o coloca de atacante vez que outra, coisa que ele não sabe fazer.

    Dida, embora Grohe me sirva, depende de quanto recebe. Dói dizer, mas ele dá segurança à zaga. Falhou pouco no ano, o normal de um goleiro, mas se fosse o Grohe…
    Acho que o meio de campo é Souza e Riveros (ou Ramiro). Mais que isso é engessar o time como ficou grande parte do campeonato.
    Colocaria o Max e buscaria outro jogador jovem ou apostaria no G. Biteco, no caso de o Zé não ficar, embora tenha aquela cláusula automática da LA.
    No ataque Vargas e mais um homem-gol. Eu apostaria no Lucas Coelho, mas claro que isso não acontecerá.

  • Cruyff 3 de dezembro de 2013 - 17:58 Responder

    Kleber bundiador até se esforçou em algumas partidas, jogou, movimentou, tentou… depois das lesões nunca mais foi o mesmo, custo/benefício ZERO, pra ganhar 500 mil fazendo o que faz… não tem condições, raça eu também tenho e jogaria até de graça, então simplesmente não dá!

    Barcos eu não dispensaria, daria mais uma chance.

    Lembrando que temos que valorizar nosso patrimônio e não sair dando jogadores!

  • Guilherme P 3 de dezembro de 2013 - 21:21 Responder

    Na minha opinião a base do nosso time é boa. O que realmente precisa pro ano que vem é um lateral direito, um meia e um atacante (se não conseguir recuperar o futebol do Barcos e do Moreno).

  • Fagner 3 de dezembro de 2013 - 21:55 Responder

    Tipo, pensar um modelo de time para 2014 antes de pensar em nomes… NADA? Jogadores só serão úteis ou inúteis dependendo disso. Independente da qualidade ou falta de.

    Saludos,
    Fagner

  • Mano 3 de dezembro de 2013 - 22:16 Responder

    Eu acho que o Renato tem que ficar, só pra eu poder dizer ano que vem “viu, eu falei q ele não sabe nada”.
    Mas se ganhar vou comemorar igual, porque não sou torcedor de verdade, não sou da geral.

  • Fausto 4 de dezembro de 2013 - 11:09 Responder

    Creio que a receita para um time ideal seria buscar 2 coisas que tem faltado ultimamente:

    – Equilíbrio: jogadores com características distintas para todas as posições, possibilitando não só a definição de um esquema ideal, mas também variações táticas ao longo do jogo e para jogos determinados.

    – Resgatar a nossa essência: somos o Grêmio e não adianta querer jogar com o o Barcelona. Somos um time que gosta de jogar mais na força do que na técnica. Um time que gosta de jogar fazendo transição rápida da defesa para o ataque e que concentra a sua artilharia nas bolas aéreas e bolas paradas.

    Assim sendo o time ideal teria que ter:

    – Um bom goleiro
    – 2 laterais rápidos e de bons cruzamentos
    – Um zagueiro mais técnico e outro mais forte
    – Um primeiro volante de meter medo em presidiário
    – Um segundo volante, voluntarioso na marcação, mas que sabe sair e passar bem
    – Um meia armador, que distribua o jogo
    – Um meia de velocidade e habilidade ou um terceiro homem de meio que contribui na marcação e apoio
    – Um atacante de velocidade
    – Um homem de área

    Assim, teríamos algo como:

    01. Dida ou Grohe
    02. ???
    03. ???
    04. Rodolfo
    05. ???
    06. Alex Telles
    07. Vargas caso fique ou ???
    08. Ramiro ou Souza ou Riveros
    09. Barcos ou Marcelo Moreno
    10. ???
    11. Maxi Rodriguez / Zé Roberto ou Elano

    Com 5 ou 6 contratações, teríamos um time mais equilibrado e com mais cara de Grêmio, e ainda, com os jogadores que já tem no elenco, opções para variação tática de jogar com 3 zagueiros, liberando os alas.

    Com relação aos gringos, a CBF deve aumentar pra 5 o número de gringos que pode ter num jogo. Na Libertadores não tem limite. O Moreno, se voltar, tem dupla nacionalidade, então não consome uma dessas vagas. Se o Vargas for embora teríamos duas vagas. Eu ainda abriria mão do Riveros, bom jogador, mas não faz tanta diferença e temos ali praquela função Ramiro, Souza, Matheus Biteco e até o Leo Gago que retorna de empréstimo. Acho que é um cara consumindo uma vaga de estrangeiro e no mercado latino tem boas soluções para problemas mais críticos nosso, como o do meia armador, que é peça rara no Brasil.

    Sugestões de contratação:

    lateral direito: Leo (Atletico-PR) e/ou Eduardo (Joinville). Opção mais cara: Angelieri (Malaga).

    zagueiro: Manoel (Altetico-PR), Lisandro Lopez (Arsenal-SAR), Nicolaz Burdisso (Boca), Desábato (acho que está no Estudiantes), Sebá (Velez). Opções mais baratas: Paulão (Cruzeiro), Edson Silva (São Paulo). Opções mais caras: Rever (Atletico-MG), Leandro Castán (Roma).

    primeiro volante: Diego Perez (Bologna)

    meia armador: aqui é a grande pergunta!!

    atacante de velocidade: Marcelo (Atletico-PR), Leandro CNH de volta?, Eder Luiz, Elias (Botafogo).

  • Fagner 4 de dezembro de 2013 - 15:22 Responder

    Fausto, tua descrição de time é a do 4-4-2 do Felipão de 95. Ganhamos o mundial jogando diferente, um 3-4-3, porque eram outros tempos. Acho que esse tipo de 4-4-2 não sobrevive cinco rodadas em um campeonato competitivo. Principalmente contra os 4-2-3-1 ou 4-3-2-1, variantes do 4-3-3. Lembra como foi jogar com 4-4-2 do Lixemburro contra o Atlético Mineiro?

    Meu esquema preferido é o 3-5-2. Precisaríamos de um líbero (não temos no esquema), um zagueiro para parceria com o Rhodolfo (Bressan não se adaptou aos três atrás), Souza, Riveros, Ramiro (um desses dois sobra com um volante tipo Elias), dois alas criativos, (podem até ser meias, marcação é com os volanets), Barcos e mais um.

    Pra fazer com restrição orçamentária, ia de Dida, ????, Werley e Rhodolfo; Zé Roberto, Souza, Riveros, Ramiro, Pará; Barcos, ????. Se o Zé não ficar, buscar outro.

    Não botei o Alex e o Bressan porque precisamos negociar alguém pra ter dinheiro, e acho que são os mais valorizados.

    Achismos. Mais alguém?

    Saludos,
    Fagner

  • Fausto 4 de dezembro de 2013 - 16:38 Responder

    Mais ou menos.

    Do meio pra trás sim, é a defesa do Felipão. Do meio pra frente, perceba que coloquei como opçao o Maxi Rodriguez, um meia armador e um atacante de velocidade. E aí, neste caso estamos falando do esquema que tu mencionou 4-2-3-1 do Atlético-MG campeão da Libertadores.

    A questão ali é só que coloquei um primeiro volante destruidor, do tipo pitbull, que tínhamos no esquema do Felipão de 95 e 96, no esquema do Evaristo de 97, no esquema do Tite de 2001, do Mano de 2007 e do Roth de 2008. Outros tempos ou não o volantão estava sempre ali. E foram os anos em que tivemos mais sucesso. E digo mais, se tivéssemos esse cara ano passado poderíamos ter faturado a Copa do Brasil, pois ele teria rachado no meio o jogador do Palmeiras que atravessou o campo ciceroneado pelo Gilberto Silva.

    O 3-5-2 também me agrada. Mas eu prefiro com 2 alas característicos e um meia na posição original. Na ala esquerda, mesmo vendendo o Alex, tem esse guri Wendel que entrou bem nos jogos. E na direita, sem gastar muito traz o Eduardo aqui do Joinville, cujo estilo é parecido com o do Wendel. Seriam duas apostas é verdade, mas certamente o time ficaria mais agudo do que com Pará.

  • Fagner 4 de dezembro de 2013 - 18:14 Responder

    Concordo com quase tudo, Fausto. Só não concordo com alguns rótulo de volante que morde. Quem era o pitbull do Tite? O Gavião? Acho que aquele foi o primeiro time que os dois volantes saíam um pouco mais que o normal. O Gavião era ruim, mas a função era mais Goiano que Dinho. O Polga fazia essa função que eu queria do 3-5-2, era quem virava primeiro volante quando precisava (não esquece, ele virou zagueiro naquele ano). Magrão e Rafael Carioca era uma dupla também parecida com essa, mas com mais saída de bola (principalmente com o Magrão – sem qualidade, mas saía).

    O do Mano é que eu concordaria, mas só no período do Gavillán. Não que ele saísse muito na porrada, mas era um carrapato.

    Mas eu acho que com Souza, Ramiro e Riveros descansados, vindo de pré-temporada, nenhum meia passa com a bola dominada como naquele jogo com o Palmeiras. O meu problema é que eles são pouco efetivos como fator surpresa pra fazer gols. E eles não podem ter medo de cartão. Por isso, queria mais dois no plantel pra esse setor.

    Saludos,
    Fagner

  • Edgar 5 de dezembro de 2013 - 10:50 Responder

    Fagner,

    Na verdade com o tite, o volante era o Eduardo Costa (Estava mais para o Dinho do que o Goiano).

    Quanto ao esquema, acho que para a falta de articuladores que temos no momento (futebol brasileiro), deveríamos jogar no 4-3-3.
    Usando dois atacantes rápidos tanto para puxar contra-ataques (quando estivermos ganhando) quanto para recompor quando perdermos a bola no ataque. Mas mais importante do que o esquema, eu acho que é a postura do time em campo. Deveríamos (principalmente nos jogos em casa) marcar sobre pressão. É só olhar a diferença entre o time do Felipão e do Mano. Mesma seleção, foi a atitude que mudou.

    Abraço,
    Edgar

  • Fausto 5 de dezembro de 2013 - 15:34 Responder

    É eu estava me referindo ao Eduardo Costa na era Tite.

    E do Roth a minha memória me traiu, eu contei o Sandro Goiano ainda no Grêmio.

    Ano passado o Grêmio tentou trazer o William Farias do Coritiba já fazia o serviço ali… mas o Diego Perez da seleção uruguaia é que é dos que eu digo mesmo.

    O nosso trio atual é bom, mas no 3-5-2 acho brabo. Mesmo que coloque um meia na ala, como tu botou o Zé na tua escalação. O cara fica torto pra fazer a articulação de jogadas, lançamentos pros atacantes e pra própria passagem dos alas.

    Eu gosto do Riveros, bom jogador, mas não é nada de outro mundo e volantes bons tem bastante no futebol brasileiro.

    Uma posição que é carente que é justamente a de meia armador, dá pra buscar no mercado do mercosul uma boa solução.

    Se o Koff for maroto, mestre dos mestres nas negociações e tiver culhão ele faz uma contratação matadora pra 2014! E ainda resolve dois problemas numa cacetada só, pensando mais holisticamente hehehe!

  • Eduardo Schwede 5 de dezembro de 2013 - 18:46 Responder

    Ainda acho o Renato Gaúcho o kara menos exigente quando se refere à contratações. Tenho certeza que com 1 (no máximo 2) nomes de seu agrado ele se satisfaz, diferente da maioria de mercenários que levam e trazem mais de meio time pra onde vão.

    Ainda acho que a solução gremista seria investir num bom entendedor de mercado, e o técnico que vir treinar o Tricolor terá que trabalhar com o que tem. Sem regalias e frescuragens.

  • Deixe uma resposta