Se tem uma coisa que me irrita é SALTO ALTO. O time está lá, batalhando, conseguindo os resultados e aí vê um time menos qualificado e pensa “ah, esse a gente ganha no embalo”. Não funciona assim. Até o Renato entrou no oba-oba e disse, no intervalo: “vamos ver se conseguimos um empate”. EMPATE? EMPATE? Contra um time que o único atacante é um gordo com PEITINHOS? Um time formado de dispensados por times grandes? Não dá. Vestiram legal o sapato de salto alto e caíram lá de cima. A parte boa é que nem terminou o primeiro turno, ou seja, há tempo para recuperar esses três pontos perdidos (sim, perdidos). Mas a pergunta que não me sai da cabeça é: como não repetir isso?
O que acontece quase todo o mundo sabe. Dois amigos trocaram ideia comigo ontem e deram suas versões do que achavam que tinha acontecido. O Francisco Baccega chamou a atenção de que os jogadores amassaram muito nos cinco jogos que ganharam e têm jogado sem descanso. O que é um bom motivo, embora ele mesmo reconheça que não justifica. O Fabricio Alessio falou em outro tipo de cansaço, o psicológico, de se exigir demais dos jogadores nos outros jogos e eles relaxaram neste. Acho que eles têm razão, mas isso é o que leva ao famoso salto alto. Descanso vem nas férias. Não tem como afrouxar a corda e não precisar de sorte para ser campeão. No momento que tu não leva um jogo à sério, a chance de perder é grande. E tem que ter sorte pro cara que tá na tua frente também ratear.
Mas como não se repetir? Não vejo uma maneira de se resolver isso no curto prazo. Acho que é uma questão cultural. O Renato tem isso e eu vejo como defeito: eleger um time e chamar ele de “titular”. O defeito é do futebol brasileiro, todo o treinador faz isso. É uma maneira de manter a concorrência, claro. Mas também cria um círculo de poder que é difícil de ser quebrado. O time está cansado? Não tem tesão pra jogar contra o Goiás? Bota quem tá no banco. Dá uma folga pra quem está mentalmente ou fisicamente cansado. Mantém o time nos cascos. Tem um monte de guri com vontade de correr, tem gente querendo mostrar seu valor. O problema é: correr atrás do quê? De ser titular. E aí a coisa complica. Se ele vai bem, não dá pro cara poupado simplesmente voltar. E como é que o cara que vai pro jogo vai com tesão se sabe que vai ser só uma noite?
É um grande problema e eu não sei bem como resolver. É menos patente na NFL, por exemplo, onde vários jogadores entram e saem do jogo dependendo da ideia do treinador. Na Premier League os jogadores não se consideram titulares (exceto as estrelas), apenas contam as suas participações nos jogos do ano, embora a base do time pouco mude. O Barcos já disse várias vezes que são 30 jogadores no elenco e cada um pode desempenhar o papel para o time se dar bem. Mas será que ele aceita um banco por uma característica diferente em um jogo?
Se conseguíssemos formar uma maneira de reconhecer a importância do atleta independentemente do jogo, teríamos um diferencial e tanto. A possibilidade de variar a equipe aos poucos deixaria todos com ritmo e pernas até o final da temporada. Quase uma utopia, reconheço. Mas, enquanto não conseguimos algo assim, que pelo menos a MERDA DESSE JOGO seja um exemplo. Que o avante de tetas seja um fantasma para o restante da temporada.
10 + comentários
Era notório a falta de vontade dos jogadores, desde o primeiro minuto… todos se arrastando em campo salvo algumas exceções como o zagueiro Gabriel que jogou muito bem!
Kleber e Barcos formando dupla de ataque não tem condições! Temos que ter uma válvula de escape, precisamos de velocidade, temos Vargas, um baita jogador… com muita mas muita velocidade entre outras várias boas qualidades! Mas o Renato já esta queimando o cara!!
O negócio é que só o Renato pode ser a estrela do time, é um narciso do caralho!!
Pedir pra torcida abaixar a bola ao pedir o nome de um jogador é demááisss, ele que vá TNC com esse estrelismo!
Pior de tudo é que esse 3-5-2 que veio de uma forma emergencial por carência de jogadores vai ser mantido até cairmos na tabela de tal forma que o título ficará em QUINTO plano.
Concordo em boa parte! A questão é que já temos jogos de sobra pra ter como “lição”. sem muito esforço lembro do Coxa na arena, do Cricíuma, do Santa Fé, do póprio GREnal que deixamos de vencer..enfim, são muitas lições e pouco aprendizado. Renato teve méritos por criar um esquema emergencial que deu certo, porém parece que ficou refém do próprio “pojeto”, como diria o finado Pofessô…tá faltando algum torcedor no comando, alguém que sofreu demais nesses 12 anos e que, ao ver o time jogar um primeiro tempo como aquele de ontem, chegue no vestiário e dê uma dura de verdade nos jogadores. Aqui é Grêmio, porra!!!
E que avante de tetas, hein, em poucas oportunidades faz muito. Com o retorno de Vargas, Elano e o Zé ainda quero ver como o Renato vai lidar com isso. Esses “estrelas” ou pseudo, como queiram, nao sei como se sentirão no banco.
Concordo com o salto alto, mas o resultado nao passou só por isso. Nosso time é eficiente, embora com um futebol sofrível, quando saímos atras complica a situação. Se o Renato parar com o auto elogio e começar a fazer uma auto critica, temos muito a ganhar. Confio nele e sempre gostei dele como técnico, mas precisa baixar a bola um pouco e rever algumas peças que insistem em falhar.
Concordo em partes,O Dida errou, blz quem não erra, mas SE, digo SE não tivesse errado possivelmente o jogo seria outro. Barcos perdeu um gol claro, SE, novamente SE, tivesse feito o jogo seria outro. Enfim, Imortal Grêmio não aproveitou as poucas chances que teve, pequeno Goias aproveitou, sorte? Talvez, acredito que no segundo turno o time mude, Kleber banco, Vargas velocidade para alimentar o Barcos junto com os Laterais. Da pra variar entre Riveros e Zé Roberto/Elano e Ramiro. Temos muito s melhorar, principalmente na eficiência das oportunidades. Dalhe Grêmio.
Felix Nuñez – Discordo do Vargas ficar no banco. Ele é titular em qualquer time do Brasil, nosso melhor atacante.
Pra mim foi o “fantasma” do Zé Roberto que assombrou o time!
Não concordando e nem discordando, apenas jogando alguns dados que cabem nessa discussão:
– Estamos no final do turno já e ninguém ganhou do Goiás no Serra Dourada! Quem se deu bem conseguiu empatar lá, vários times conseguiram! Não tava de todo errado o Renato quando disse no intervalo pra ver se a gente conseguia o empate;
– Foi o Matheus Biteco, sangue novo e com vontade de jogar e mostrar serviço que começou com a lambança do Dida, ao recuar uma bola apertada para o goleiro. Só não foi mais apertada porque o atacante era o Walter, porque fosse um cara de velocidade ia ficar mais escancarado como o recuo foi ruim!;
– Os dois gols que tomamos saíram de cagadas nossas e não marcamos gol por cagada nossa também. Ou seja, o resultado do jogo foi definido em 3 cagadas, muito mais do que na atuação do time como um todo;
No mais a questão motivacional dos jogadores do elenco, passa pelo futebol se modernizar. Já mudaram a quantidade de jogadores que ficam no banco e isso já está sendo legal, pois o técnico tem mais opções. Agora tem que evoluir pra aumentar o número de substituições num jogo e permitir que um jogador substituído retorne a campo.
Concordo, e o Renato não pode ter medo de substituir as estrelas quando não estão jogando bem…
Assim como o Fausto, concordo que foi mais acúmulo de erros do que um desastre que mostre que está “tudo errado” e que “o time não presta”.
Eu já gostava do Walter (até porque tb sou peladeiro) pq o cara é matador. O futebol é fantástico por conta dessas idiossincrasias futebolísticas. E falando nelas, nosso time mesmo, no papel, não é brilhante: exceção ao nosso ataque, que de fato está devendo pelo que ganha.
É ai que entra o Vargas nesse time titular – pra ontem – principalmente nesse sistema fechado do Renato, que afinal de contas (noves fora o Bressan) funciona bem.
O Grêmio tem que colocar uns guris da base pra jogar. Quase todo mundo faz isso. O Cruzeiro geralmente tem usado Lucas Silva, Vinícius Araújo, Élber. O Botafogo coloca vários guris e ontem estreou o tal Hyuri, que decidiu o jogo fazendo um dos gols mais bonitos do ano.
O Grêmio geralmente coloca os guris quando o jogo tá perdido (exceção do Mateus Biteco no último jogo, mas que foi devidamente queimado pelo Santana e pela miguxada por causa da falha do Dida), enquanto Kléber e Barcos fazem nada no ataque, o Zé aprendizado pedala e toca pro lado e o Werley passeia com seu Lulu da Pomerânia.