Emulando Espinosa e Bielsa

Vanderlei Lucssenburg, a velha raposa matreira, que de bobo só tem a cara, tenta, hoje a noite, imprimir o que há de mais moderno em mecânica de jogo atualmente no planeta BOLA (e é preciso bolas pra implementar novos esquemas no Brasil).

Hoje, veremos o que considero o ideal pro Grêmio, e porque não, até um resgate do MODUS OPERANDI campeão do mundo em 1983. Tá, mas aí todos irão perguntar: – Snel, seu cachaceiro desmiolado, tu tá maluco? Primeiro tu diz que o Grêmio vai jogar num esquema moderno e depois diz que o Luxa vai resgatar o padrão de jogo do time do Espinosa? Explicar-me-ei, calma.

Voltemos à 1983 e aquele esquadrão mágico (que infelizmente, não vi jogar porque era muito CHIQUITO). Mazaroppi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Casemiro; China, Tita e Osvaldo; Caio (César), Renato e Tarciso. 4-3-3. Com Caio fechando o meio num 4-4-2 quando o time era atacado. No Mundial, foram trocadas as seguintes peças: P.C. Magalhães no lugar de Casemiro, Paulo César Cajú no lugar de Caio e Mário “Vesgueta” Sérgio no lugar de Tita (que teve a péssima ideia de voltar pro Flamingo, pra ser reserva da galinha de Quintino). Ambos os times do Espinosa, o da Libertadores e do Mundial jogavam num 4-3-3, que TRAVESTIA-SE de 4-4-2 em função defensiva, reitero.

Hoje, na Europa, ainda que os ingleses sigam nas suas famosas linhas de 4 (4 defensores, e 4 meio campistas) as equipes mais ARROJADAS (adoro essa palavra) já jogam nesse “novo” sistema, que tem dado frequêntes bailes nas equipes que jogam com o tradicional 4-4-2, inclusive no 4-4-2 padrão brasileiro, com um 10 de referência. Viram o BAILE, a SARANDA, o CHOCOLATE, que o Athletic Bilbao do Loco Bielsa deu no CALEJADO Manchester do Alex Ferguson pela Liga Uefa? Aquilo é uma AULA de futebol. Um 4-3-3, com um meia avançado que faz as vezes de atacante e de, digamos assim, volante em formato defensivo. Outra equipe que joga assim, é o Barcelona, que o Caio Jr. queria emular de todo jeito aqui no começo do ano e falhou miseravelmente.

Bom, agora traçemos o paralelo, pois frequentemente a história se repete: o grupo de jogadores do Grêmio tem as características certas pra se utilizar o 4-3-3; ainda mais tendo como agente FLUTUADOR e fechador do meio campo, Facundo Bertoglio, assim como o time de 1983 tinha o Caio. Obviamente, guardadas as devidas magnitudes dos times. O Grêmio que vai a campo hoje com: Victor; Gabriel, Gilberto Silva, Pablo e Pará (Júlio César); Fernando, Souza e Marco Antônio; Facundo, Kléber e Marcelo Moreno busca esse padrão de jogo e testa a formação pela primeira vez no ano num começo de jogo.

E o 4-3-3, que aparentemente andava esquecido, volta a cena. E pelo visto, o pioneiro neste esquema no Brasil, novamente será o Grêmio. Um resgate histórico, e a implementação do que há em VOGA (também adoro essa palavra) no mundo da bola atualmente.

Espero, sinceramente, que dê certo e que seja uma alternativa pra jogar sem três volantes, encaixando de vez o Bertoglio no time, como tem que ser.