Erro de cálculo

0 Postado por - 25 de novembro de 2013 - Artigos

Houve muitos problemas ontem. Em primeiro lugar, o campo estava uma bela porcaria. Ficou com água empoçada até o segundo tempo no meio do campo. Atrapalhou muito, principalmente no início do jogo. Em segundo, o Zé Roberto não funcionou como volante na linha de 3 do meio. Ela cria muito pouco sempre, mas dessa vez não conseguiu marcar também durante a parte do jogo em que a Ponte Preta realmente quis jogar futebol. Que foi a terceira coisa: quem é que contava que um time teoricamente desesperado para não ser rebaixado viria especular no contra-ataque? Isso fez com que a escalação e o posicionamento ficasse bem caótico no primeiro tempo. Pra fechar, na primeira bola que eles chutaram, justamente no contra-ataque, gol.

Parabéns. Só que ao contrário. Foto do Flickr oficial do Grêmio (Lucas Uebel).

Tudo contornável, claro. Tanto que, apenas mudando o que cada um fazia no campo, tivemos um início de segundo tempo muitíssimo melhor que o primeiro. O Zé foi adiantado e começou a pegar a bola mais perto do Barcos. A marcação ficou nos atacantes e o Zé teve condições de flutuar pelo meio. E essa nossa vantagem foi até o nosso gol de empate. E aí veio o maior problema de todos: a completa falta de foco do time. Ninguém correu pras redes e pegou a bola para botar no meio. Foram comemorar, mandar a torcida calar a boca, fazer coraçãozinho. O que é prioridade afinal? Desabafar ou vencer o jogo? “Ah, não era uma final”. Aí está o grande erro de cálculo. O Goiás já havia perdido. Se vencêssemos, abriríamos 4 pontos. Assim, não havia necessidade nem de vencer o jogo aqui. Podíamos empatar e estaríamos em quarto, matematicamente. Ainda mais com o Botafogo jogando contra o Coritiba e o Atlético com o Santos, os dois fora. Seria possível até permanecer em segundo, mesmo com o empate.

Óbvio, não foi apenas o fato do time ser relapso que fez a gente não vencer. Taticamente, o Jorginho botou outro atacante e um meia. Aí, precisávamos de marcação pra tomar a bola, e o Zé não soube fazer isso. Se o Renato colocasse o Matheus Biteco, o mundo caía – “onde já se viu! Outro volante!”. Aí entraram dois meias que não fizeram diferença nenhuma – tínhamos um bloco na defesa, outro no ataque e a bola não passava de um pro outro. Quando eles avançavam era um deus nos acuda e quando nós atacávamos éramos perigosos.

Jogamos mal? Coletivamente, até que não. Individualmente, muito. Com a péssima fase do Alex, temos só o lado direito para construir jogadas decentes. O único lance que o Zé Roberto fez alguma coisa foi o cruzamento pro gol, que foi a única contribuição do Vargas no jogo. Como o chileno errou passes importantes! No 4-3-3 os atacantes precisam se aproximar e ajudar na criação. Se o atacante erra todos os passes, fica muito difícil. O Kléber e o Barcos já vinham em péssima fase – mas, mesmo assim, prendem zagueiros, ao contrário dos atacantes reservas que são atropelados sem nem tomar conhecimento (o Mamute provou isso ontem, mais uma vez). Já é meio time jogando abaixo da média. E sem alguém no banco que realmente muda alguma coisa, ainda mais naquele potreiro (saudações da bola que driblou o Maxi duas vezes).

Mas tudo isso não importa. Esse era para ser o jogo da superação. Para facilitar o resto do campeonato. Mas não. Não sei se foi o Renato que errou em não passar a importância real daquele jogo ao time ou se o time não deu ouvidos. O certo é que o Grêmio é que vai pagar a conta. Agora temos uma final contra o Goiás. E uma final que não vai garantir nada. Um tropeço na última rodada ainda pode custar caro.

Comparilhe isso:

13 + comentários

  • Uma Gremista 25 de novembro de 2013 - 15:30 Responder

    É melhor Renato abrir esse olho…

  • JCBaldi 25 de novembro de 2013 - 16:05 Responder

    Quem tem que dar a real importância do jogo para o grupo e-vi-den-te-men-te é o treinador.

    “O único lance que o Zé Roberto fez alguma coisa foi o cruzamento pro gol, que foi a única contribuição do Vargas no jogo.”
    Ainda bem que eles tiveram pelo menos uma contribuição, senão perdíamos. Já outros…

    O Mamute joga 15 minutos na fogueira, QUANDO joga. É pouca amostragem. Tem uns que já tiveram 50 jogos de amostragem e, sabe-de lá porque, ainda têm crédito.

    Na tua concepção, o Alex Telles em péssima fase não serve para nada. O Barcos/Kléber em péssima fase prendem zagueiros. Tá bom, santa imparcialidade e implicância.

    O coletivo foi mal. Haviam 3 setores estanques, não atacavam e defendiam em bloco, a tal compactação.
    Os ataques foram mais das individualidades do que do coletivo. Não tivemos “aquela” jogada trabalhada. Foi mais na vontade. A mais trabalhada foi aquela do Kleber com o Vargas em que ficou na cara do gol e, pensando na corneta da torcida se errasse, passou para o lado quando deveria ter chutado e mandado os corneteiros calarem a boca, já que é o único atacante, mesmo jogando de meia, que faz gol.

    Um grupo é o retrato de seu líder, que, no caso são Barcos, o centroavante atabalhoado, e Renato, o falastrão teimoso.

  • Mano 25 de novembro de 2013 - 16:10 Responder

    Não gente, não falem do Renato por favor!
    A escalação foi perfeita, não faltou vontade e dedicação.
    As trocas foram na hora certa e o time melhorou muito em campo.

    Foi apenas azar, deixem o homem trabalhar.
    Vamos dar nosso alento incondicional e lotar a arena pelo nosso santo domingo.

  • Cruyff 25 de novembro de 2013 - 17:00 Responder

    Voltamos melhor no segundo tempo ( obviamente depois da grande explanação que o Renato deve ter feito no intervalo)

    Nosso primeiro tempo apesar de ruim foi muito melhor que o segundo.

    Zé Roberto tava morto desde o início do segundo tempo, não sei porque Renato só o tirou aos 30! O cara é um teimoso do caralho! ou faz o que pedimos em exagero total ou não faz porra nenhuma!

    Quando é pra botar volante bota meia e vice-versa, assim fica difícil.

  • Betho 25 de novembro de 2013 - 17:49 Responder

    SÓ DIGO UMA COISA, ESSE TIME NÃO SABE JOGAR EM ESQUEMA NENHUM, FORA RENATO!!!

  • Mano 25 de novembro de 2013 - 18:00 Responder

    Renato se tornou vítima das próprias convicções.
    Se é que um dia teve alguma, ou os cartões, lesões e convocações criaram as suas por acaso.

    Hoje, claramente nem os jogadores compram mais as convicções do treinador.
    Renato claramente não confia em praticamente nenhum setor do time. Mas especialmente na defesa. Se pudesse mandava até o Dida marcar.

    Com isso, nosso meio de campo não produz, só dá toquinho pro lado, preferem passar a responsabilidade pra outro. Porque depois serão cobrados.
    E o ataque então nem se fala, vítima em parte do esquema, do meio de campo patético e da própria incompetência, estão completamente confortáveis, porque seguem a orientação do treinador.

    Não adianta cobrar gols do Barcos, Kleber ou Vargas. Cobrem do Renato, porque a função do nosso ataque é marcar o adversário, não gols.

    E quando o time é cagão assim, vai ficar sempre aquele “dava pra ter ganhado”.
    Quem deixa 6 pontos pra Coritiba e Criciuma, não tem como aspirar algo mais do que uma vaga na sula. A libertadores tá em risco faz uns 8 jogos, e é muito capaz do MERDA do Renato jogar tudo a perder.

    E se der tudo errado, ainda assim vai ser difícil ouvir críticas ao Renato por alguns blogueiros aqui. Provavelmente vão culpar alguns jogadores medalhões, o azar, os corneteiros e a galeria dos grandes ladrões.

  • Jean 25 de novembro de 2013 - 19:12 Responder

    Fagner, assisti apenas o segundo tempo, e outra coisa negativa que notei, e já noto há alguns jogos, é que nossos jogadores não se movimentam quando estão sem a bola. Eles passam a bola e ficam parados…o outro que acompanha o passe, só olha.

  • Fagner 25 de novembro de 2013 - 20:46 Responder

    Jean: bom acréscimo, realmente isso tem ocorrido. Eu acho que tem problema ali. Kleber, Barcos, Vargas e Alex Telles tem discutido muito e sistematicamente (pelo menos desde o jogo contra o Bahia, onde eu pude ver isso in loco). Se cobram bastante. Parece que ninguém aceita a crítica do outro. Não sei se é resultado da fase do ataque ou causa dele.

    Saldos,
    Fagner

  • Eduardo Schwede 26 de novembro de 2013 - 13:22 Responder

    Jean: eu ia abordar sobre isso, mas você me poupou palavras. O time passa a bola e não se movimenta. Não vejo um time DESORGANIZADO em campo, tanto que em qualquer jogada (tanto nas sobras como nas retomadas do adversário) sempre tem algum gremista perto da bola, MAS OS KARAS NÃO SE MEXEM! Muito curioso isso mesmo.

    Vão me sentar a lenha aqui, mas dos jogadores que mais se apresentam para o jogo, o Barcos ganha disparado dos demais (que se escondem da responsabilidade)

  • Cícero - CWB 26 de novembro de 2013 - 13:44 Responder

    Fagner, tb concordo com o Jean, nosso time é parado, faz tempo, ultima vez que vi esses caras correrem foi no começo do ano, cotra o Flu, lá no Rio. Agora essa questão de discussão dos jogadores, é evidente que eles não “combinam” não fechou, não deu liga. No começo do ano se vc tivesse que escolher entre: 01 -Zé Roberto, Vargas, Kleber e Barcos /// 02 – Paulo Baier, Ederson, Marcelo e Zezinho /// 03 – Ricardo Goulart, Wilian, Dagoberto e Borges… qual quarteto a maioria iria escolher? Foi o que o Koff fez, pegou os nomes que no papel eram melhores, mas não deu liga e nem vai dar. O que não adianta é ficar de mimimi, implicando com treinador, com jogador, com direção, com a puta que pariu, esse ano não mudam esses jogadores. Antes que digam não sou favorável ao apoio incondicional, mas vamos ser realistas. Acho sim que o Renato deve ser mantido, MAS, repito MAS, para isso o Koff tem que ter uma conversa com esse filho dele e mostrar que ele já é homem feito e que a responsabilidade agora é maior. Cito frases como: “não renovei ainda pq não quis…” Independente do contexto que foi dito isso, nunca deveria ser dito pelo treinador, pelo líder, isso causa desprezo/irresponsabilidade/indiferença, treinador tem que ser comprometido e “fechado” com seus jogadores e com a sua diretoria.
    Elenco, esses caras são acomodados, estão com muita grana, no grupo tem que ter um ou outro fora de serie que ganhe muito, MAS, repito novamente MAS que seja um lider, exemplo.
    Com isso tudo a LA depende somente do Grêmio (Koff, Renato e Jogadores) a torcida fez a sua parte, alguns idiotas entram na pilha da mídia (sim idiotas, pois tem que ter a cabeça muito fraca para acreditar em tudo que lê).
    Contra o Goias precisamos de jogadores com culhões, que chamem a responsabilidade que cabe a cada um, tocar no mínimo 3 tentos e ir para a ultima rodada e ganhar novamente.
    Agora no final é só na raça, tecnica fica para o ano que vem.

  • Mano 26 de novembro de 2013 - 16:27 Responder

    Cícero, espero que quando você diz “sim idiotas, pois tem que ter a cabeça muito fraca para acreditar em tudo que lê”, esteja incluindo a opinião que acabou de escrever!

    Afinal, todos aqui, sem exceção, formamos a nossa opinião com um conjunto de informações que temos a nossa disposição.
    E acreditar ou não não tem a ver com ser idiota, mas com idiotice. Chamaria de idiotice se limitar a uma fonte. Isso sim.

  • Cícero - CWB 26 de novembro de 2013 - 18:04 Responder

    Mano, escolha o termo que achar melhor.
    O que eu quis dizer, sem se aprofundar muito é que a mídia, como um todo, no futebol não é diferente, valoriza DEMAISSSS algumas questões, entendo eles, tem que virar noticia, tem que vender jornal, tem que render assunto, quanto mais polemico melhor e por ai vai. E que devemos filtrar as informações. Sem ofensas a ninguém, se preferir substitua a palavra idiota por bobo, tolo, não tive intenção alguma de ofender ninguém.

  • Fagner 26 de novembro de 2013 - 19:45 Responder

    Pensamos exatamente da mesma forma, Cícero. A diferença é que eu ainda não adiantei o que acho de 2014. Estou preparando o texto para quando a nossa participação no campeonato terminar, mas tem muito em comum com o que escrevestes.

    Saludos,
    Fagner

  • Deixe uma resposta