És imortal, tricolor

0 Postado por - 15 de setembro de 2013 - Artigos
Foto de Paulo Hoeper http://www.flickr.com/photos/prhoeper/9343609520/sizes/z/in/photolist-feErzS-asDx2o-evMSFH/

Foto de Paulo Hoeper http://www.flickr.com/photos/prhoeper/9343609520/sizes/z/in/photolist-feErzS-asDx2o-evMSFH/

 

Lupicínio imortalizou o Grêmio. E todo gremista assumiu a identidade.

Mais do que isso: Lupicínio definiu o que éramos, o que somos e o que nossos filhos serão.

Todas as nossas agruras, todos os nossos sofrimentos, todas as nossas alegrias. Lupi, gênio, cantava o sofrimento como ninguém. Aquele sofrimento de quem ama na boa ou na ruim, incondicionalmente. Por isso Lupi é imortal, como eu e você.

Somos imortais porque não somos invencíveis. Porque ganhamos e perdemos sempre de cabeça erguida. E é este detalhe que os torcedores dos outros times e os cronistas das outras cores não conseguem entender. Somos imortais porque não desistimos nunca, porque nos recusamos a jogar a toalha mesmo com 7 em campo e uma penalidade contra. Somos imortais porque somos o time da improbabilidade: quem imaginaria que seriamos os primeiros a chegar onde chegamos? Quem apostaria naquela final contra o São Paulo que Paulo Isidoro seria maior que o gigante Serginho Chulapa?

O improvável nos favorece, porque nos forjamos no melhor que existe pras bandas de cá do Brasil: a raça. Temos gosto pela peleia, pelo filete de sangue escorrendo na testa, pelo camisa 5 ceifador de vidas. Idolatramos o carrinho que levanta tufos do gramado, o balão, o pragmatismo do resultado. Jogando feio conquistamos o mundo. Dando balão conquistamos nossos principais títulos. O balão de Renato pra César nos deu a América. O balão de Carlos Miguel para a área acabou imortalizando Ailton.

Nós compomos, com nossas conquistas, uma verdadeira ode ao balão.

Os feitos da tua história canta o Rio Grande com amor. Lupi é um profeta. Nosso hino é uma homenagem ao que o clube tem de mais importante: você. Não cantamos nossos títulos. Não cantamos nossas datas. Cantamos o nosso amor. É uma música de torcedor para torcedores, de loucos para imortais.

Raça e angústia. Amor e ódio. São sentimentos que se confundem, apenas, nas grande paixões. Aquelas que causam cegueiras e, até, assassinatos. Fazer o quê se somos assim? Conquistamos tudo que merecia ser conquistado sem dar bola para títulos menores, como Palmas de Mallorca, Copa Rotterdan, bicampeonato da Copa Phillips, essas coisas que não merecem um filme porque não representam um abalo sísmico na história do futebol. Só nos importamos com uma coisa: a América. Isso é cegueira? Isso é paixão.

O que nos define como gremistas não são as nossas cores. É o nosso sangue. É o olhar de quem acredita e apoia até o final. É acreditar na improbabilidade dos fatos. É respirar fundo a loucura para expirar um grito de gol. São 110 anos acompanhando cegamente o time que nos batizou.

Ser gremista é ter orgulho. É manter as esperanças. É ter certeza de que seremos os primeiros novamente, desbravaremos novos caminhos, abrindo caminho entre as improbabilidades da vida.

Hoje enfrentaremos na nossa nova casa (a terceira da nossa história) o atual campeão da América em mais uma batalha pelo título brasileiro. Ontem, o Cruzeiro disparou.

A probabilidade de titulo caiu para 1%.

Mas o certo é que nós estaremos, com o Grêmio onde o Grêmio estiver.

Quem duvida?

 

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