Estou cansado de ficar

0 Postado por - 18 de dezembro de 2013 - Artigos

TÉCNICOSFui dar uma verificada e observei que desde o Mano Menezes que o Grêmio não emplaca um técnico por mais de uma temporada e meia. Ou seja, o cara vem, pega um time que não foi formado por ele, passa um ano trocando peças, ajustando, dispensando, contratando. Quando o time fica com a cara do técnico, ou está perto de ficar, ele vai embora.

Tirando Mancini e Rospide que comandaram a casamata tricolor por apenas 7 e 11 partidas respectivamente, os que tiveram aproveitamento compatível com disputa de títulos foram, na ordem, Celso Roth na passagem de 2008-2009(64,96%), Wanderlei Luxemburgo(64,84%) e Silas(61,90%). Logo mais temos o Mano (59,33%), seguido do Renato na passagem 2010-2011(58,97%). Como acabamos tendo que optar por uma competição em detrimento de outra, podemos considerar que Mano e Renato foram competitivos em algumas das competições em que comandaram o time.

O fato é que os técnicos que estiveram comandando o Grêmio por mais tempo, tiveram melhor aproveitamento, inclusive quando tiveram mais de uma passagem, vide Roth e Renato.

Busquei esses números todos para externar a minha insatisfação com essa troca constante de comando no time do Grêmio. Não estou defendendo a permanência de A ou de B, mas sim a aposta e manutenção de um nome por um período mínimo de dois anos. Dos cinco técnicos com maior aproveitamento, apenas o Mano pediu pra sair, o resto foi demitido ou forçado a pedir demissão. Outro dado, os três com melhor aproveitamento foram sucedidos por técnicos com aproveitamento inferior.

Repetindo, a minha intenção aqui não é comparar técnicos, mas sim comparar os períodos de trabalho. Se um técnico tem um bom aproveitamento e depois deixa de ter, deve ter algo errado e se tem algo errado deve ser verificado e corrigido. Essa responsabilidade é de quem comanda o futebol. Na minha humilde opinião de torcedor, mas nem tão humilde assim de um profissional que comanda equipes, a solução mais inteligente sempre é a de tentar recuperar o profissional, o seu desempenho. Isso significa, em curto prazo, economia e a médios e longos prazos maior eficiência.

É responsabilidade de um vice de futebol e de um presidente de clube estar próximos do vestiário e, ao menor indício de problemas, buscar soluções efetivas. A maioria dos problemas que vemos em comando de vestiários está relacionada a relacionamentos pessoais. É jogador que não gosta do técnico, técnico que não gosta do jogador, jogador que não gosta de jogador e por aí vai. Por outro lado, toda vez que vejo uma equipe vencedora, por trás disso existe uma união de todos por um mesmo objetivo.

Trocar técnico é paliativo, é solução fácil, é tirar o seu da reta. Muito cômodo mandar o técnico embora logo que a torcida começa a chiar pelos maus resultados, aí, até eu sou vice de futebol. Competência está em “cheirar” o problema antes dele se instaurar e solucioná-lo. Competência é chamar a responsabilidade para si ao invés da “solução rápida”.

Por isso, desejo ao Enderson Moreira o mesmo que desejei a outros técnicos do Grêmio: que ele seja o maior técnico da história do Imortal Tricolor.

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11 + comentários

  • Cícero - CWB 18 de dezembro de 2013 - 10:20 Responder

    Scotta, concordo com vc, acredito que a manutenção do tecnico sempre(quase sempre) trará melhores resultados a médio/longo prazo.
    Mas te convido para fazer a seguinte analise, de todos os nomes desde a era Mano (2005) os únicos que na MINHA opinião não seriam demitidos são: Mancini (estava fazendo um bom trabalho, com ele vieram Victor, Rever) e o Renato na primeira passagem (Odone FDP) (agora ele não foi demitido, contrato que acabou). O problema não está na manutenção do treinador e SIM na escolha do treinador correto, pq fora os nomes que citei se eu fosse dirigente do Grêmio, facilmente demitiria Roth, Julinho, Autuori, Caio, Silas, Luxa…. E demitiria também que contratou esses caras.

  • @SandroScotta 18 de dezembro de 2013 - 10:41 Responder

    Cicero, falemos dos que tiveram um bo resultado. Concordo que quando foram demitidos não tinha mais o que fazer. A minha questão é que um dirigente não deveria deixar a situação chegar a esse ponto. Renato, Luxa, Roth, tiveram ótimos resultado e depois despencaram.Deveria ter uma intervenção antes da crise ser estabelecida.

  • Felix Nunez 18 de dezembro de 2013 - 10:45 Responder

    Sempre ressaltei aqui no blog que acredito na continuidade. Isso não quer dizer que é um passaporte a incompetência, mas esse quadro mostra claro e manifesto a quantidade de técnicos que passaram pelo Gremio em um curto período de tempo.
    Concordo com o Cicero que alguns sequer deveriam ter treinado o Gremio, mas me enoja essa constante troca como se fosse solução sempre.
    Uma pena Rento não ter ficado e eu era a favor do Roger Machado nesta reformulação geral para estancar os cofres do Gremio, mas espero honestamente que Enderson fique por muito tempo, pois se na primeira dificuldade mandarem o cara embora, começa tudo de novo. E entramos naquela espiral sem fim…Não dá mais pra ficar desse jeito.
    Boa sorte ao Enderson!

  • Fabiano 18 de dezembro de 2013 - 12:12 Responder

    Enderson Moreira
    Três sentimentos me tomam com este anuncio:
    1. Gostei da saída do Renato ele é eterno ídolo como jogador envergando nossa jaqueta mas não é técnico e nem tampouco treinador e nunca será.
    Ele Renato será sempre um apagador de incêndios nos clubes os quais ele tem identificação como o Grêmio, não é preciso dizer os porquês e quem sabem num Fluminense onde foi na base do oba-oba vice campeão da libertadores e até mais pelo folclórico gol de barriga que até hoje rende flauta dos tricolores cariocas em cima do Flamengo.
    2. Gostei do nome de Enderson Moreira uma alternativa nova com vontade de vencer e mostrar serviço.
    3. E por fim confesso que me toma um medo grande de que poderemos estar diante de um novo Caio Junior
    Tomara seja este um medo bobo e infundado da minha parte. Tomara.

  • Eduardo Schwede 18 de dezembro de 2013 - 13:44 Responder

    Por isso que minha VIDA INTEIRA alego o seguinte:

    Clubes bem estruturados como o Grêmio, deveriam construir uma política com técnicos parecida com a que se faz com jogadores de base: vasculhar por profissionais promissores através de períodos longos de acompanhamento e avaliação de características diversas do profissional(ética, empenho, compromisso, estilo de jogo, temperamento, entre outros) e trazê-los para dentro do clube, fornecendo especialização e aprimoramento para esse profissional que, com o tempo, estará literalmente PRONTO para um compromisso a longo prazo num grande clube que realmente conhece.

    Dessa forma, molda-se um estilo de TREINAR na equipe, possibilitando uma busca mais certeira de jogadores a serem contratados(ou criados na base) através de seu perfil de futebol.

    Já temos algo parecido que se encaminha na nossa casamata: Roger. Técnico CRIA DA CASA. Acho eu que dava pra apostar nossas fichas nesse tipo de trabalho. Ter sempre no reservado uns 2 nomes de confiança para assumir o cargo, e quando um deles assumir, dar a ele um prazo( 2 anos pelo menos) para poder trabalhar e mostrar resultado; nesse período, já ir fazendos os preparativos finais pro seu sucessor.

    Claro, para isso se concretizar se exige laaarga continuidade, duvido muito que em menos de 4 anos se consiga CRIAR um técnico e um grupo com o mesmo ESTILO de jogo. Mas esperar o que do nosso Tricolor se nem pra estender o prazo das eleições de 2 para 3 anos não são capazes???

  • Eduardo Schwede 18 de dezembro de 2013 - 13:47 Responder

    Fabiano18 dezembro 2013 at 12:12 pm#:

    “3. E por fim confesso que me toma um medo grande de que poderemos estar diante de um novo Caio Junior
    Tomara seja este um medo bobo e infundado da minha parte. Tomara”….

    CONFESSO QUE MOMENTOS ATRÁS, ANTES ATÉ DE LER TEU COMENTÁRIO, ESTAVA PENSANDO A MESMA COISA.

  • Cícero - CWB 18 de dezembro de 2013 - 14:11 Responder

    Scotta, vc falou do ponto chave: “Deveria ter uma intervenção antes da crise ser estabelecida” concordo e muito.
    Mas sabe onde começa essa intervenção? Antes de contratar o treinador.
    E Schwede, concordo também com vc, um clube como o Grêmio deveria formar treinadores, preparadores fisicos, preparador de goleiro. Deveria inovar (se outro clube já faz me corrijam) o Grêmio deveria ter um coordenador defensivo, um cordenador ofensivo e o técnico principal, assim como no Futebol Americano, já pensaram nesses profissionais todos formados no Grêmio? Vivendo por anos o dia a dia do Clube, conhecendo os meninos da base, é um projeto (by Luxa, argh!) a longo prazo, mas deveria se implementado.
    abs a todos!

  • Fabiano 18 de dezembro de 2013 - 15:19 Responder

    Eduardo Schwede:
    agora e esperar pra ver só o tempo nos dará a resposta.
    vamos torcer para que o velho Koff tenha dado mais um daqueles seus tiros certeiros como nos velhos tempos.

  • gilmar 18 de dezembro de 2013 - 19:53 Responder

    Contrataram o Enderson Moreira só porque o Grêmio não tem dinheiro pra coisa melhor e não tem outro disponível. Ainda por cima o cara é todo calmo, perfeito pra ser demitido com 2 meses, igual o Mancini, porque não tem o perfil do Grêmio.

    O cara saiu de férias e nem sabia de nada, de nenhum interesse do Grêmio, daí de um dia pro outro é anunciado. Pra mim isso tem cheiro de decisão de última hora.

    Tomara que eu esteja errado mas vai durar 2 meses, com essa torcida xarope de rede social que temos…

  • gilmar 18 de dezembro de 2013 - 19:56 Responder

    “Deveria ter uma intervenção antes da crise ser estabelecida.”

    Sim, tipo eleição no meio de uma libertadores? Ou uma direção que não respalda o treinador e joga o cara embaixo do ônibus, igual aconteceu com o Celso Roth?

    O problema é dirigente imbecil que fica olhando rede social pra tomar decisão.

  • Fausto 19 de dezembro de 2013 - 13:56 Responder

    Sandro

    O problema não se resume somente ao treinador e as trocas constantes de treinador.

    O maior problema está relacionado à Gestão. O Grêmio está rachado politicamente e ainda tem dois agravantes:

    – os grupos opositores tem se alternado no poder e aí sempre existe aquela tendência de chegar e dizer “estava tudo errado, vamos jogar tudo fora e recomeçar do zero”;

    – os mandatos de 2 anos. 2 anos não dá pra fazer nada! O cara passa o primeiro ano arrumando a casa. No segundo ele tenta fazer alguma coisa e aí já acaba o mandato. Como não vem título, fica fácil pro outro grupo se eleger!

    O certo é aumentar o tempo de mandato para no mínimo 3 anos, o ideal seriam 4. Ah mas se botar um cara ruim vai ficar quatro anos fazendo cagada?? Paciência, quem mandou botar o cara ruim lá.

    Resolvendo o problema da gestão tem que pensar a médio e longo prazo, não só no quesito treinador. Uma questão que sempre vem a tona é o jejum de títulos, que tem que acabar e etc. Mas se há 5 anos atrás tivéssemos parado e corrigido o rumo, talvez já tivéssemos conquistado algo relevante nesse período. O título tem que ser uma consequência do trabalho bem feito. Enquanto não conseguirmos colher os frutos do trabalho, se derem sopa a gente belisca um, como fizeram Palmeiras e Flamengo nas duas últimas Copas do Brasil.

    Pensando a médio e longo prazo, um dos pontos é trazer um treinador em quem se confia e dar as condições adequadas pra ele trabalhar e tempo pro trabalho render frutos. Buscar jogadores com contratos longos pra não remontar o time todo o final de temporada e controlar os gastos com contratações e folha, pensando na saúde financeira do clube.

    Imagina um presidente que entre e faça um bom mandato e seja reeleito. O cara poderia ter 8 anos a disposição para trabalhar.

    Enquanto o mandato for de 2 anos, o jeito é buscar uma união política em prol do Grêmio, mas isso acho que é meio utópico.

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