Faltou

É irritante, mas não ganhamos. O time que mais fez, mais mereceu, não conseguiu vencer. A única falha foi o gol de empate. É um daqueles resultados que dá pra ficar muito puto da cara, mas, veja bem, são 4 pontos em cima dos primeiros colocados. A merda foi perder outros pontos, como contra a Ponte ou o Coritiba. A parte boa: abrimos 7 pontos do quinto. Mas, cara, QUE MERDA.

O primeiro tempo foi de total controle do Grêmio. No final, finalizamos mais (9 contra 6) e emparelhamos a posse de bola. As melhores chances foram nossas e com o Pedro Rocha. O 32 recebeu um passe milimétrico do Douglas para um arremate horrível ao gol. Depois, em impedimento (marcado pela arbitragem), conseguiu entrar e cruzar pra trás, para o Marcelo Oliveira tirar a bola do Bobô, que estava de frente pro crime, e errar o gol. Ainda bem que, embora bonito, o lance todo não valeu (se bem que eu gostaria de estar ganhando justamente com um erro de arbitragem).

Tiago fez o melhor primeiro tempo dele no Grêmio. Não precisou defender nenhuma bola (o que ocorre muito em partidas de futebol, diga-se) mas foi seguro em todas as bolas aéreas que saiu. Acho que o treinamento com camisinhas gigantes ajudou bastante. O lance a lamentar desta primeira etapa já havia sido avisado pelo Levir Culpi: o campo parecendo uma piscina, de tão encharcado. A situação foi tão ridícula que havia névoa no campo toda a vez que o vento saía. Tanto que o lateral esquerdo deles e o Geromel saíram no primeiro tempo com lesões. E foi assim a melhor chance deles: Wallace resvalou, Marciel roubou a bola e chutou uma bola desviada pelo Galhardo pra fora. Foram assim todas as finalizações deles: de fora da área.

O segundo tempo ainda foi de superioridade do Grêmio. Muito mais toques, muito mais domínio, e chutes da intermediária. Até que, em um momento de pressão, Douglas corta um chutão, a bola sobra pra Pedro Rocha que encosta no Wallace que dá um toque MAGISTRAL pro Marcelo Oliveira invadir a área e cruzar para o Bobô fazer um gol de centroavante: 1×0, 15 minutos, e aquela vontade que aquela porra de jogo acabasse de vez.

Bobô completa pro gol. Mas não bastou. (Frame da transmissão/Premiere FC)

Mas não foi assim. Na primeira e única cagada da zaga, um cruzamento ridículo da intermediária, que teria sido tirado pelo Geromel com facilidade acabou encontrando a indecisão do Rafael Thyere e do Galhardo. No deixa que eu deixo, Tiago nada pode fazer e gol deles. O desespero visível virou pólvora para a torcida que explodiu. Era a hora de segurar a bola e driblar, mas Bobô se machucou e Roger resolveu colocar Yuri e Vitinho ao invés de investir na velocidade e abertura de jogo. O Corínthians cresceu e quase fez em uma defesa estupenda do Tiago, a sua especialidade (o reflexo). A bola do Rildo ainda chegou a bater na trave.

No final, ficou aquele dejavú de 2006, naquele Grêmio x São Paulo que tiraria uma distância cavalar e nos colocaria na briga. No final, o mesmo 1×1, 0 mesmo gosto de PORCARIA na garganta, mesmo com uma atuação anos luz melhor que a do líder. Faltou a precisão no arremate (o Douglas podia ter matado o jogo, aos 40, mas errou a goleira feio), faltou mais um improviso pra vencer. E, pra mim, faltou o Everton. Mas são só especulações.

Agora é São Paulo, em casa. Arena cheia e esperança no JEC. É o que nos resta.