O dia do Não

Era para ser mais um teste para o Grêmio do Vandrelie Luxombergi: jogar no interior contra um time que estava na berlinda do campeonato. Mas já começamos a perder o jogo lá contra o Cruzeiro de Porto Alegre, em Novo Hamburgo, com duas fraturas. Chegamos ao jogo sem quatro titulares. E, por pior que pareça perder, apenas tomamos um gol. “Ah, mas fomos incompetentes para fazer gol”. Em parte. O goleiro deles salvou no mínimo um gol feito, com o André Lima. Então não é só nossa incompetência, tem que ver os méritos do adversário.

Estamos há 9 jogos com o novo técnico e temos uma derrota e um empate. O resto são vitórias. Contra adversários fracos, mas vitórias. Fizemos o que precisávamos. Então, perder esse jogo não foi o final do mundo. Mostrou apenas o que já sabíamos: ainda não temos banco para suprir um time ainda em formação. Então, a culpa não é do Victor, do Júlio César, do Marcelo Moreno, nem do Fernando. Tá mais em cima (beeeeeeem mais, de acordo com os egos envolvidos). Assim, analisando o resultado futebolísticamente, tivemos um dia do Não. Nada mais que isso. A bola não entrou mesmo quando criamos oportunidade. Já ganhamos partidas jogando bem menos esse ano. Então, por que a neura?

Bem, a neura vem porque tem muita gente que não está nem ligando para o futebol do Grêmio. E não é só o presidente. Esses invadem a internet e o twitter para reclamar quando tem razão e quando não tem nenhuma. É um tal de “ex-presidente” daqui, “ex-conselheiro” dali, pré-candidato de movimento tal, oposicionista que vai ao microfone. Mas para lá: como é que se é oposição no Grêmio? Sendo contra o time? Esses querem apenas criticar sempre, mesmo que abandonando completamente a coerência. A parte ruim é que são exatamente essas figuras que posam de bacanas em programas esportivos por aí, que mandam “e-mails anônimos” para colunistas, que passam “quentinhas”. Aí tudo é crise, tudo é lengalenga. Essa pressão interna tá tão grande que resultados ruins são confundidos com caos. Tá tão forte que os próprios torcedores tem confundido análises de quem não tem absolutamente nada a ver com essas questões internas do Grêmio, que são apenas torcedores como eles, com “anti-gremismo” só por não ter a mesma opinião. Anti-gremista é o politiqueiro gremista que se esconde covardemente para rir do seu “adversário político” ao invés de calar a boca e trabalhar pelo Grêmio. E isso não é o mesmo que discordar de um esquema tático, de uma contratação ou da titularidade de algum jogador.

O mundo não vai acabar depois da partida de Pelotas. O Grêmio não tem sido esse do jogo de hoje – bem pelo contrário, vencemos oito jogos seguidos, isso não é apenas sorte (e se for sorte, quero continuar com ela até o final do ano). Mas não é isso que tu vai ler, ouvir e ver nos jornalecos esportivos de segunda (aqui para o dia e para a categoria). Um time em formação, desfalcado de quatro titulares e com apenas um treino com essa formação, até foi bem hoje. É claro que isso não é suficiente para esse ano, mas uma coisa de cada vez. Temos que testar para ver com quem realmente podemos contar, porque teremos jogos muito mais decisivos que o de hoje. Já estamos nas quartas de final do Ruralito e, indo para a final (a geral, não o turno), jogamos em casa a partida decisiva. Então, não está tudo perdido. Bola pra frente que quarta tem Copa do Brasil.

(EDITADO: com o empate entre Caxias e Cerâmica, os azul-grenás só podem chegar à 27 pontos no geral, enquanto temos 28. Ou seja, segundo jogo da final do Ruralito em casa).