O Grêmio é grande. O Grêmio é forte.

1 Postado por - 29 de agosto de 2018 - Artigos

Mais um jogo que vai ficar para a história do Gremismo. O que vai ser perguntado por todos nem é se lembra quanto foi a partida, ou se lembra quem fez o gol. A pergunta será se você lembra onde estava quando o Alisson meteu aquele gol de cabeça, do alto dos seus 1,60m, aos 47 do segundo tempo. Pois bem, eu vou contar onde eu estava.

Sananduva, nordeste do estado do Rio Grande do Sul, por volta das 21 horas e 45 minutos. A minha esposa é professora e estava há 80 km de casa quando o jogo começou. Isso significa que eu estava cuidando da Elis e da Maya, minhas filhas, sozinho, em casa. A primeira, mais velha, de seis anos, estava demorando já uns 20 minutos no banho quando o Jael meteu um passe coisa de louco pro Éverton brilhar e meter o seu quarto gol em quatro jogos seguidos no Grêmio. Ela não viu, mas a Maya do alto dos seus um ano e oito meses meteu um BATE AQUI (ou hi-five, como diriam os estadunidenses) para comemorar o primeiro tento do Grêmio na noite. Um Grêmio que ia muito bem, com muito toque de bola e muita velocidade no último terço.

Éverton está fazendo o seu quarto gol em quatro jogos. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr).

A coisa toda parecia que iria ser ótima quando o Jaílson tomou sozinho um aperto de três jogadores e, não conseguindo jogar, entregou a bola. O atacante deles adiantou tanto a bola que Geromel (ou quem quer que a CBF tenha devolvido dizendo que era ele) se preocupou mais em passar para o Maicon do que resolver a jogada. O resultado foi funesto: perdeu a bola e o atacante fez o gol do Estudiantes, que meio que matou o ânimo da torcida gremista.

Confesso que fiquei bem xoxo. Eu e meio time. A Elis saiu do banho e ficou brincando de pentear o cabelo com a Maya. Do meu lado. E eu vendo que ia dar merda: uma hora a mais nova ia cair do sofá. E parece que iria acontecer o mesmo com o Grêmio: com o Ramiro com medo de chutar pro gol, com o time todo tentando dar o último passe ao invés do primeiro chute. Mas o Renato é o cara. Tirou justamente o 17 pra botar o Alisson – que não vinha rendendo absolutamente nada, diga-se – pra gente tentar chutar finalmente aquela bagaça pro gol.

Se por um lado o que eu previa que aconteceria com as gurias brincado se tornou realidade (se não fosse meu reflexo a Maya tinha despencado de cara no chão) por outro isso não aconteceu com o Grêmio em campo. Começamos a chutar no gol e realmente apertar o adversário. Tivemos boas chances de anotar o tento, principalmente de fora da área. E o Grêmio ia empilhando atacantes enquanto eu ia ralhando com as gurias. Não tinha como se concentrar em duas coisas ao mesmo tempo e eu só queria um gol.

A Fabi, minha esposa, chegou e o jogo já estava acabando. Não dava pra ficar daquele jeito, perder com a falha de um dos melhores zagueiros da história do Grêmio. A nhaca do jogo contra o Flamengo na Copa do Brasil fazia eco – erro de um jogador de quem não se espera isso. André entrou, Pepê entrou e saíram Jaílson e Léo Moura. A hora era do bumba meu boi.

Foi com a Maya inquieta no colo da Fabi, a Elis pulando num sofá e eu transtornado no outro que o Luan meteu uma bola perfeita no primeiro pau pra cabeçada do nanico Alisson. GOL DO GRÊMIO. QUARENTA E SETE MINUTOS DO SEGUNDO TEMPO. A gritaria foi tanta que a pobrezinha da Maya chorou de medo. A gente estava indo para as penalidades e a gente tinha um monte de críticos para calar. Função cumprida com louvor: os 100% de aproveitamento no quesito foram completados por André, que, como bate muito bem, deslocou o goleiro e mandou outro argentino pra casa. O Grêmio foi imenso nessa noite que não quer terminar.

E o Grêmio tá nas quartas de final na Libertadores. Foi sofrido, foi doído, foi mágico, foi Grêmio. Abrimos o placar com o Éverton, Geromel falhou (!!!!!) para dar o gol deles e Alisson, aos 47 do segundo tempo levou o Grêmio aos pênaltis. O time foi perfeito no quesito e nós estamos classificados. A despeito de tudo e de todos.

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