O mito do eterno retorno

2 Postado por - 6 de janeiro de 2015 - Artigos

Esse é o título de um livro de um autor romeno, Mircea Eliade, que tive que ler logo no início da graduação em história. Pelo que lembro, faz uma distinção entre o tempo histórico e o tempo religioso. Basicamente, descreve a distância que existe, por exemplo, entre a vida que vivemos e o início dos tempos como contam as religiões, onde tudo “era bom”. Isso é bastante comum nas religiões mais famosas por aí. E pregam intensamente visando a esse retorno para o tempo onde tudo era bom e que foi terminado por algum tipo de merda que nos colocou onde estamos. Inclusive essa vida é só expiação desse pecado original. E a melhor forma de nos colocar em contato com esse tempo é esperando o dia final – ou morrendo, né, também serve.

nhl_standings_board

Ligas americanas: o reduto do formulismo mundial. Esquema dos Playoffs da NHL

Eis que o Romildo Bolzan (a.k.a. Grêmio) resolve que quer mudar de volta o campeonato brasileiro para o formato de mata-mata. Aquele mesmo modelo que vem desde que o Brasileiro existe com esse nome (1971)  e que foi abandonado à mando da Globo depois da palhaçada da Taça João Avelange (eca) de 2002. A justificativa é que o campeonato “não tem mais emoção” e que as últimas rodadas não atraem ninguém. Oras, quem não se classifica para os matas também não tem público e tem renda zero durante esses jogos. Termina o ano bem mais cedo. “O São Paulo foi tricampeão e o Cruzeiro já é bi…” Olha, Palmeiras, Inter, Flamengo, Palmeiras (de novo) e Corinthians também já conseguiram isso nos tempos dos matas.

Muitos gremistas tem ficado entusiasmados com isso. E eu coloco 99% dentro daquela ideia de eterno retorno: “aqueles tempos é que eram bons, a gente ganhava títulos”. O formato começou em 1971, o Grêmio ganhou seu primeiro caneco em 1981 (10 anos depois) e o bi em 1996. Em 31 anos foram DOIS títulos e um vice (1982). Mas o pessoal se empolga, diz que era “mais justo”. Bem, em 1982 perdemos o título com um pênalti ridiculamente não marcado feito pelo treinador do título do Flamengo de 2009. Um resultado que foi roubadinho e o título não foi para o melhor time daquele ano.

E foi a justificativa da “justiça” que trouxe os pontos corridos pra cena em 2003. Todos os anos era a mesma coisa: choradeira de quem tinha terminado em primeiro na primeira fase e não tinha sido campeão no final. Aliás, a mesma que está ocorrendo neste momento na NFL: um time com 11 vitórias e cinco derrotas foi vice da sua divisão e teve que jogar fora de casa contra um campeão de outro “grupo” que teve sete vitórias e OITO derrotas e foi eliminado. Sempre, por algum critério, alguém vai se sentir injustiçado.

E aquele passado pra onde parte da torcida quer voltar foi mesmo melhor? De 2003 até 2014, 12 anos, não tivemos nenhum título, mas dois vices. Sem contar as vagas para a Libertadores (como se definiriam, por falar nisso? Resultados do aproveitamento da fase de grupos ou da queda nos matas?). Não há relação playoff+Grêmio=título. Se tivesse, não teríamos caído tão sucessivamente nas oitavas da Libertadores contra times francamente mais fracos.

O que me parece esse papo todo? Pura incompetência das direções. Times mal montados, despreparados e com dirigentes que querem aparecer estão louquinhos para jogar algum grau maior de aleatoriedade nos resultados de campeonato. Qualquer coisa que possa garantir uma reeleição por um título para uma torcida carente. Mas tem uma novidade: bagunça não ganha campeonato de mata, de pontos corridos, nem de par ou ímpar. E futebol feio não leva mais torcedores para os estádios. Se querem público e títulos, trabalhem onde vocês deveriam trabalhar. E criem uma liga pra resolver isso, independente da CBF/Globo, por favor.

VÃO TRABALHAR, DIRIGENTES.

Comparilhe isso:

24 + comentários

  • Ramiro Fernandes 6 de janeiro de 2015 - 07:47 Responder

    Correção: o grêmio ganhou o primeiro campeonato brasileiro em 1981.

    No mais, bom texto. Apesar de eu gostar mais do formato com oitavas de final, quartas, semi e final.

    Mas concordo que, já que houve a mudança, que mostremos competência de sermos vitoriosos nesse formato também.

    Abraço.

  • Jones 6 de janeiro de 2015 - 09:47 Responder

    Dizem que os índices de audiência vem caindo, só não sei pq o Grêmio resolveu “capitanear” o barulho pela volta do “mata”. Talvez leve algum da Vênus Platinada? Não sei. Só sei que a fórmula de pontos corridos é mais justa, premia aquele que ao longo do campeonato foi melhor, o melhor grupo, o melhor trabalho, etc… Reconheço que quando a coisa está se definindo, muitos clubes jogam pra cumprir tabela e isso desmotiva não somente os atletas, mas os telespectadores hehehe. E o pior é que a gente já consegue ver mais ou menos à partir da 10ª rodada quem quer alguma coisa e quem só está fazendo número, ou quem tá brincando pra ser rebaixado. Não tenho dúvidas de que a TV prefere a volta do mata e sei que tem muito torcedor que também quer, sob pretexto de que isso dá mais chance pros times “meia-boca” serem campeões. Até concordo, jogar uma final é emocionante (ganhá-la então…), mas eu gostaria muito de ver o meu Grêmio ser campeão de um campeonato de pontos corridos. Acho muito mais foda e muito mais merecido. Acho que dá um sentimento maior de conquista, mesmo que não tenha uma final.
    Concordo em relação a liga. Os clubes devem mandar um “fuck you” pra TV e pra CB. O problema é que a verba é “boa” e a maioria não quer ficar sem. É aquele dinheirinho que garante a incompetência histórica. O campeonato é ruim, a confederação é uma sujeira, a TV é fdp e os clubes umas lástimas. Tem solução?

    • GMR 6 de janeiro de 2015 - 09:52 Responder

      Olha não sei se é mais justa, acho que todos argumentos são superficiais. Para mim, é extremamente injusto um time jogar contra um determinado time com reservas e com outro time jogar com os titulares. Foi isso que nós vimos neste campeonato. Fora que chegar no final do mesmo, faltando uns quatro jogos, um time pega 3 concorrendo a vaga da libertadores e o outro time pega 3 no meio da tabela que já não estão nem aí para o campeonato. Eu acho complicado. Eu prefiro os pontos corridos, onde os quatro primeiros joguem semi e a final. Na minha opinião é o mais justo.

      • Jones 6 de janeiro de 2015 - 10:11 Responder

        O Cruzeiro não foi bi-campeão no final do campeonato.

        • john elvis 6 de janeiro de 2015 - 11:12 Responder

          Cruzeiro nao terminou o campeonato como melhor time. Foi campeão pela bela campanha no 1°turno, e depois contou com uma bela ajuda dos outros clubes. Pra mim o campeonato tinha que ser de dois turnos.

          • Jones 6 de janeiro de 2015 - 11:42

            O campeão em pontos corridos é o melhor time. Não há o que se questionar. Não se analisa somente uma parte do campeonato, ou jogos específicos. Todos jogam contra todos e todos os perdedores ficam lamentando “aquele jogo que empatamos em casa” ou “aquele outro jogo fora contra um time naba que perdemos”. Não adianta lamentar que o Cruzeiro foi ajudado por outros times se o teu próprio time não se ajudou várias vezes durante o campeonato. Cara, se tu pegar os jogos do Grêmio tu vai achar vários que dava pra ganhar e que somados poderiam nos dar o título. SE, sempre tem um SE na história, mas o fato é que o Cruzeiro é o atual BI-campeão e não o é por acaso.

  • Fausto 6 de janeiro de 2015 - 10:11 Responder

    Pergunta pra torcida do Cruzeiro se eles tão achando sem graça essa fórmula?

    Acho que tu matou a charada 100% Fagner! Acho preocupante que nosso presidente esteja com este tipo de devaneio, ao invés de focar no que interessa que é a montagem do time pra 2015 e, mais que isso, a resolver os imbróglios de negócios mal feitos que agora tão cobrando seu preço.

    Não entendi o negócio do Pará com o Flamengo. Ia ser liberado para saldar uma dívida antiga e aliviar a folha de pagamento. Agora, parece que o salário vai ser pago pelo tricolor e esse valor do salário é que vai sendo abatido da dívida. Ou seja, mandamos nosso lateral titular, de graça, vamos continuar pagando o salário e tudo isso pra pagar parte de uma dívida que já se arrastava há anos. E que poderia se arrastar por muitos outros. Se era pra pagar essa dívida, tinha que ser bem negociada e reduzir bastante este valor.

    Além do Pará, parece que vai uma parte da venda do Biteco. E foi também o Bressan, aparentemente sem custos. Por que diabos não trouxemos o Leo pra cá? E foi parar no Inter…

    Outro negócio mais uma vez mal administrado é do Kleber Gladiador. Não entendo por que o tricolor insiste em depreciar o próprio patrimônio. Não entendo por que, ainda que fosse pura hipocrisia e teatro, os dirigentes e o Felipão não foram aos microfones abrir as portas para o Kleber, valorizar o jogador. Todos se apressaram a ir pros microfones dizer que o Grêmio não o quer de volta… agora a possibilidade que se cogita é ir pro Coxa com parte dos salários pagos por nós, obviamente.

    E Fernandinho, o melhor negócio da história … vai também sem custo pra Itália, mas não vamos pagar o salário, então comemora-se como um grande negócio!

    Resolver estas questões é que deveria ser a preocupação do nosso predisente, do vice de futebol (onde ele tá aliás?) e do nosso grande executivo Rui Costa!

    • GMR 7 de janeiro de 2015 - 10:32 Responder

      Me responde uma coisa: é melhor enfrentar os reservas do SP, Cru, Atl MG, Cor, Flu, Fla ou os titulares?
      A questão que eu falo é que em várias rodadas os jogos já não valem nada e a diferença é muito grande em alguns jogos, seja pela disputa que para alguns que já não vale mais nada ou por jogarem com jogadores reservas.

      • Fausto 7 de janeiro de 2015 - 16:39 Responder

        Mas isso acontece também em campeonatos decididos com mata-mata (ex: campeonato paulista que é pontos corridos na fase classificatória e mata-mata no final). Quando chega no final da fase classificatória, também tem os times que não correm mais risco de rebaixamento e nem tem chance de classificação pro mata-mata. Joga-se com reservas e sem vontade do mesmo jeito.

        E também a questão dos reservas acontece no decorrer do ano também, não somente no final. Times que estão na Libertadores e Copa do Brasil priorizam estas competições e poupam jogadores no início ou no meio do Brasileirão. Isso também beneficia quem enfrenta estes times nessa fase do campeonato.

        O que deveria ser feito é os clubes ou a própria CBF pensarem em fórmulas para aumentar a atratividade dos jogos. Por exemplo, premiação por vitória a cada rodada, sendo que um número X de rodadas finais poderia ter premiação extra.

        • Impzone 7 de janeiro de 2015 - 18:02 Responder

          Quem bem se lembra dos campeonatos brasileiros de mata-mata, lembra também que isso de jogar com time reserva sempre existiu. Times já classificados sempre puseram os times reservas nos jogos restantes.

  • luis fernando 6 de janeiro de 2015 - 10:27 Responder

    Fagner, o Grêmio foi campeão brasileiro em 81 e não em 83, grande abraço!

  • john elvis 6 de janeiro de 2015 - 11:21 Responder

    Primeirente o foco deveria ser a distribuiçao mais justa das cotas de televisão. Depois se decidiria a fórmula, que ao meu ver deveria ser uma copia da premier league. Sem contar o calendário que deveria ser melhor reajustado.

  • Ezio 6 de janeiro de 2015 - 15:42 Responder

    Na verdade ambas as formulas premiam o melhor time. Se play-offs fossem tão ruins assim as ligas americanas de hockey (que tem mtos pts em comum com o futebol), ou mesmo a NBA ou a NFL não os adotariam. Os pts corridos têm a seu favor o fato de premiar o time mais regular (diferente de melhor). O contra dos pts corridos é que com a estrutura do futebol brasileiro atual eles se tornam tediosos e quem mais se beneficia deles são times queridinhos da midia que recebem fortunas além de times que são lavanderias de $$$ sendo viável a montagem de um elenco de qualidade De fato os play-offs têm uma adrenalina maior e a chance de esquemas de midia e empresários serem quebrados tb é maior, só que fecho com o que o Fagner fala em relação à “cachaça” da torcida. Não é a fórmula de disputa que está atrapalhando o GRÊMIO mas principalmente anos de péssimas gestões com contratos lesivos aos cofres do clube além de pavonices de cartolas. A atual gestão está melhorando um pouco esse quadro só que até tornar o GRÊMIO uma boa vitrine pra que atraia investimentos ainda vai levar mto tempo. Não são em 2 anos que se arruma 20 anos de incompetência.

  • Ezio 6 de janeiro de 2015 - 15:42 Responder

    Na verdade ambas as formulas premiam o melhor time. Se play-offs fossem tão ruins assim as ligas americanas de hockey (que tem mtos pts em comum com o futebol), ou mesmo a NBA ou a NFL não os adotariam. Os pts corridos têm a seu favor o fato de premiar o time mais regular (diferente de melhor). O contra dos pts corridos é que com a estrutura do futebol brasileiro atual eles se tornam tediosos e quem mais se beneficia deles são times queridinhos da midia que recebem fortunas além de times que são lavanderias de $$$ sendo viável a montagem de um elenco de qualidade De fato os play-offs têm uma adrenalina maior e a chance de esquemas de midia e empresários serem quebrados tb é maior, só que fecho com o que o Fagner fala em relação à “cachaça” da torcida. Não é a fórmula de disputa que está atrapalhando o GRÊMIO mas principalmente anos de péssimas gestões com contratos lesivos aos cofres do clube além de pavonices de cartolas. A atual gestão está melhorando um pouco esse quadro só que até tornar o GRÊMIO uma boa vitrine pra que atraia investimentos ainda vai levar mto tempo. Não são em 2 anos que se arruma 20 anos de incompetência.

  • Ezio 6 de janeiro de 2015 - 15:48 Responder

    O fundamental pra que os pts corridos sejam atraentes é a reformulação da estrutura do futebol, o que poderia ser feito:

    1 ) Diminuir o tempo de disputa dos estaduais, 4 meses é tempo demais. 1 já está ótimo.
    2 ) Rever a questão das cotas de TV, é brabo ver as dragas flamengo e corinthians receberem quase 3x mais cotas do que o GRÊMIO.

    • Fausto 7 de janeiro de 2015 - 16:43 Responder

      Ezio

      Sobre as cotas de TV, todo mundo bate na questão do Corinthians e Flamengo, mas estes times são gigantescos em termos de torcida e acho que é justificável que recebam mais.

      O que eu não entendo é por que a gente recebe menos que times como Fluminense, Vasco, Santos, Palmeiras e outras nabas.

      • Ezio 8 de janeiro de 2015 - 14:55 Responder

        Respeitosamente não acho Fausto. Na verdade o que faz que fiquem empurrando jogos desses dois lixos são justamente os pulhas que são rivais. Moro em SP e tem nego aqui que se presta a deixar de ver jogo do próprio time só pra secar o Corinthians. É algo do tipo antes sou anticorinthians pra depois ser palmeirense, são paulino, santista etc. A direção poderia se dedicar a aumentar mais essas cotas de TV a ficar pedindo volta de play-offs.

  • Ronaldo 6 de janeiro de 2015 - 21:42 Responder

    Mais importante que a fórmula é o calendário. É tempo demais gastos com estaduais que não levam a lugar algum, primeiro semestre esvaziado para quem não está na Libertadores e segundo semestre sobrecarregado.
    Uma alternativa de fórmula que mexeria também com o problema do calendário seria fazer como nossos vizinhos com dois campeonatos (ou dois turnos totalmente independentes) com duração de 4 meses cada (fevereiro a maio e agosto a novembro) e os estaduais ocupando dois meses no intervalo (junho e julho).

  • Giovanni 7 de janeiro de 2015 - 03:47 Responder

    Nossa, existem muitos fatores, alguns até já citados, que valorizam os playoffs ao invés dos pontos corridos. Não é questão de justiça ou não, é da nova realidade que temos.

    Ou então não existe nenhum fator positivo no mata-mata, a não ser oportunismo de times que não tem chance por “falta de planejamento”. Ora, essa aleatoriedade deveria ser exaltada no futebol, é isso que faz dele admirável, essa semelhança com a vida da gente. E nem precisa ser mata, na verdade. Playoff pode ser um subcampeonato entre os melhores, existem diversos modelos a serem examinados.

    Mas agora, perder num jogo decisivo de mata-mata é igualmente incompetente quanto empatar jogos fáceis em casa e ter que buscar os pontos perdidos. A diferença é que você não precisa ficar fazendo matemática e simulação de tabela toda segunda-feira.

    Se o Cruzeiro arregaça no campeonato regular até as quartas-de-final e toma no rabo do Santos que ficou em oitavo, não é azar. É a tal da incompetência. Não tem nada de sorte aí. O choro é livre.

    Não vejo num prazer em qualquer torcedor, seja a paixão que for, em ver seu time x Bahia, ambos no meio da tabela, em dezembro, quando só Cruzeiro, São Paulo e Corinthians podem disputar o título. O campeonato acaba cedo também e não motiva ninguém. A diferença é que tem que cumprir tabela.

    E o rebaixamento iria continuar assombrando os times, a briga esse ano tava mais interessante pra eles, do que pro lado de cima.

    O quadro é muito maior que esse, do saudosismo pela fórmula mágica que vai salvar os times. Antes fosse só isso. Fluminense vai suar esse ano pra ganhar estadual, que dirá se manter nas cabeças. Cruzeiro ainda tem grana e valorização dos dois títulos, mas a conta tá vindo. E vai sair caro.
    Esse “planejamento”, essa montagem profissional de times era fácil com investidor externo.
    Por exemplo, os mineiros e suas gestões suspeitas: Cruzeiro e seu ex-presidente do helicóptero do pó e com fazenda avaliada em 60 milhões, Kalil e seu poço sem fundo de dinheiro da BMG. Isso tudo vai acabar. Agora quem não ligar o alerta, vai dançar mais cedo de qualquer forma. E daí não vai adiantar espernear pro torcedor vir apoiar num jogo pra cumprir tabela, no fim de novembro, ele não vai.

    Outro fator, contratos. Utilizar os playoffs pra reduzir custos, com bônus se o time for pras cabeças, isso também incentiva o jogador a não fazer corpo mole (né, @10doga?), mesmo que seja pra tirar o pastor da casamata. O importante é o time.

    Libera a ceva no estádio, coloca chances do primeiro ao oitavo lugar, rebaixamento do mesmo jeito e I dare, I double dare que a média de público não passe dos 20 mil. P**ra, até o campeonato turco tem mais média de público que o nosso! A Austrália é mata e tá a menos de mil pessoas de buscar nossa média, e eles começaram a curtir futebol faz 10 anos. Os Estados Unidos, mesma coisa.

    O ponto aqui, na minha opinião, não é o (de)mérito do formato de campeonato. É o quanto ele pode ser atraente pra gente, quem usa o produto. Quem não é fanático não vai sair de casa 21h da noite pra ver jogo na quarta, se não tiver mais chance de ser campeão. Vaga na libertadores pra maior parte dos times da série A já não satisfazem mais.

    Agora, discutir isso é devaneio? Cortar relações com a CBF/Globo não é? Realismo, por favor. Os espaços não devem ser esvaziados por estarem deteriorados, tem é que ser reocupados de fora pra dentro.

    • Jones 7 de janeiro de 2015 - 08:56 Responder

      O clube monta um bom time e vai pro pontos corridos, perde algumas, mas ganha várias, ao final do campeonato é campeão pq foi mais competente na soma de todos os jogos.
      O clube monta um bom time (o mesmo de cima) e vai pro mata, como é natural do futebol, perde um jogo e é eliminado. Foi incompetente em um jogo.
      Não sou contra mata-mata, mas com certeza acho mais justa ao trabalho feito no ano por um clube a fórmula dos pontos corridos. Pontos corridos exige mais do grupo de atletas, exige muito mais competência de longo prazo, exige que o clube pense no futebol de forma mais abrangente. No mata o futebol vira uma história de um jogo (perdeu, acabou), fica mais circunstancial. Tem seu valor claro, é mais emocionante, mas nem sempre premia o melhor time.
      Minha opinião, mas respeito a dos outros.

      • Giovanni 7 de janeiro de 2015 - 11:00 Responder

        Mas se ele ganha todas na liga regular e perde na primeira do mata-mata, isso é justo. Você perdeu quando não podia perder. E pode ser justo o Inter tomar 4×1 da gente e ainda descolar aquela vaga pra LA, mas eu não acho que é producente em questão de público e atração.

        O futebol sempre foi assim, não premiar o melhor time. Eliminar isso por medo de um novo Anapolina é acadelar-se pro que tem de melhor do futebol, que não tem nos outros esportes, que é o acaso. Se tivéssemos tomado aquele pênalti contra o Náutico, e aí? Não ter tomado e ter feito um gol com sete em campo que deixou pra história aquele jogo. Se valesse 3 pontos e pudéssemos recuperar ali na frente, ou se fosse indiferente, porque já tínhamos o acesso, jamais teria o fator anímico que esse jogo teve.

        Eu também respeito os pontos corridos, também concordo que é um modelo que valoriza o longo prazo e premia de fato aquele que conseguiu se virar melhor. Mas o momento do futebol é diferente, não existe mais paridade, a saída dos investidores vai mexer nas estruturas.

        Só não dá pra ter medo de mudar e botar a culpa nos dirigentes que são de fato uns pulhas, que vão sofrer em qualquer tipo de campeonato.

        • Jones 7 de janeiro de 2015 - 12:18 Responder

          Eu prefiro me apegar a simplicidade do futebol do que nos aspectos dramáticos e rótulos. E não gosto quando o melhor time não é campeão. Menos se esse time for o Grêmio claro hahaha.
          Na Copa do Mundo torci muito pra Alemanha, pois pra mim era o melhor time. Não queria que ela fosse eliminada por um jogo em que as coisas não funcionaram. Fiquei feliz que os alemães ganharam, mas sei que poderia ter dado Argentina, sem problemas. Ou até a Holanda (que já teve inúmeros timaços e nunca foi campeã), quem sabe?
          Não seriam sem méritos, mas ao meu ver seria injusto. Pelo futebol e sua simplicidade, pelo trabalho de longo prazo conhecido, seria injusto não dar Alemanha.
          Não tenho medo de mudança. Pelo contrário a única coisa que tenho medo é de começar a me acostumar a não ganhar bosta nenhuma hahaha.

  • CELSO 7 de janeiro de 2015 - 08:26 Responder

    Uma pequena correção: A Taça JOÃO HAVELANGE aconteceu no ano 2000 e não como constou no texto, sendo campeão o Vasco e vice o São Caetano, após o polêmico jogo interrompido por falta de garantias, em São Januário, tendo sido jogado novamente, após o desmonte do time do ABC paulista, pois os contratos de alguns de seus jogadores terminaram no final do ano e o terceiro e decisivo jogo aconteceu após este período.

  • Impzone 7 de janeiro de 2015 - 16:05 Responder

    Amigos, com essa notícia quase larguei. Nosso torcedor já sofre há mais de 13 anos e agora ouve esse tipo de demagogia pra justificar a volta a uma forma de disputa arcaica e lhes dar falsas esperanças. Se não conseguimos Copa do Brasil, que dirá Campeonato Brasileiro com mata-mata.
    Desculpem, mas o que parece é que o Grêmio quer conseguir sucesso mais com a volta ao passado do que com a competência que levou outros clubes ao sucesso. Com esse tipo de mentalidade, dá pra esperar muito pouco dessa diretoria. Espero me enganar redondamente, mas de todo jeito não queria ver me clube liderar a luta por esse retrocesso

  • Deixe uma resposta