O que é sucesso?

1 Postado por - 17 de maio de 2016 - Artigos

Tem trezentos assuntos pululando quando se trata do Grêmio desse momento. Seja a CEGUEIRA (só assim pra definir) dos ditos analistas esportivos em entender que o time mudou muitíssimo o seu sistema defensivo no jogo contra o Corinthians, que o Miller tirou o Douglas simplesmente porque eles disputam posição e o equatoriano é melhor (e não porque o Douglas é lento na transição OFENSIVA, um dos comentários mais ridiculamente entoado como mantra), ou até a pauta das contratações e reformulações de elenco (modéstia à parte, mais uma vez pautamos a imprensa impressa aqui). Eu tinha até prometido ampliar o texto da última terça, mas, por não ter acabado, resolvi não apressar e falar de outra coisa que me incomoda muito: o conceito de sucesso de um time de futebol.

Rio de Janeiro- RJ- Brasil- 22/09/2015- Taça Brasileirão Chevrolet 2015. Foto: Rafael Ribeiro/ CBF

Rio de Janeiro- RJ- Brasil- 22/09/2015- Taça Brasileirão Chevrolet 2015.
Foto: Rafael Ribeiro/ CBF

O Leicester foi campeão inglês nessa temporada. E muitas pessoas saíram por aí gritando um monte de coisas sobre como construir equipes campeãs apesar de dinheiro. Como um treinador pode levar um time desacreditado para façanhas impressionantes. Sobre os discursos motivacionais do Ranieri que levou os jogadores para fazerem pizza (o que sempre me deixa puto, porque parece que, quando o time perde, é porque ninguém fez discurso algum). E até muitas críticas aos gigantes ingleses (e comentários idiotas como os do Van Gaal dizendo que é mais fácil pro Leicester contratar do que pro United).

Caras, pensem um pouco: nós já fomos o Leicester. Em 81, em 95. E conseguimos manter o time (será que eles conseguem?) por mais algumas temporadas (duas nos anos 80 e três nos 90). Por um lado, é incrível ser o Leicester. É menos provável um campeão assim um campeonato com muito mais dinheiro que há 20 ou 30 anos (as casas de aposta que o digam). Mas ser um Leicester (vencer uma temporada porque deu TUDO certo) não pode ser considerado SUCESSO. Ganhar um título é fenomenal, mas se ele for o único em 20, 30 anos, não é. E estamos sentindo o peso de ser Leicester na grande chatice que a torcida se tornou.

Sucesso é, por exemplo, ser o Arsenal do Wenger. O treinador francês assumiu o clube na temporada 96/97. Conseguiu um título expressivo em 97/98 (campeão inglês) e segue no comando do time há 20 anos. Porém, o mais impressionante não são os três campeonatos ou os cinco vice campeonatos (incluso o desta temporada, conseguido na última rodada). O que é realmente um sucesso e DEVERIA ser o modelo para qualquer equipe é que, em vinte anos, (volto a frisar, 20 TEMPORADAS) o Arsenal não deixou de ficar entre os quatro primeiros NENHUMA VEZ.

O Arsenal não é campeão inglês faz 10 temporadas (ok, venceu as duas últimas Copas da Inglaterra, que é o torneio mais tradicional do mundo, mas isso não influi em nada para um projeto de título mundial, por exemplo). Porém, alguém aqui duvida do tamanho do Arsenal na Inglaterra? Newcastle e Leeds United já estiveram lá, brigando por títulos. Leicester venceu esse. É muito mais provável que o atual campeão repita aqueles times. É extremamente difícil conseguir o que o Arséne Wenger conseguiu. Mas, lamentavelmente, se ele estivesse no Grêmio já teria sido mandado pra casa.

Não? Vamos comparar. Nos últimos 20 anos, fomos campeões brasileiros em um (96). Depois disso, apenas duas Copas do Brasil (97 e 2001). Fomos rebaixados em 2004. Entre 96 e 2005, estivemos mais duas vezes entre os 4 primeiros nos campeonatos Brasileiros (2000 e 2002). Depois disso, o trabalho, apesar de tudo, tem sido bem melhor: entre 2006 e 2015 são 6 vezes entre os 4 (2006, 2008, 2010, 2012, 2013 e 2015). O que precisamos corrigir é que, infelizmente, várias vezes o bom trabalho foi quebrado – ou por mudanças de direção ou de técnico.

Precisamos colocar na balança o que é mais importante. Estar sempre entre os primeiros, ainda mais em um contexto novo onde há, finalmente, um prêmio decente por resultado esportivo, é fundamental para os planos de vencer um título. E o mais importante: se manter em condições de estar sempre disputando. O pior da seca de títulos é que precisamos achar um método para que ela não se repita. Quem sabe os mesmos que pedem “humildade” pra direção não comecem a ser humildes também e valorizem o bom trabalho que é ficar entre os 4 em um dos campeonatos mais parelhos do mundo?

Esse é o meu objetivo pra 2016. Ficar novamente entre os 4. Depois disso alcançado, falamos em título.

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36 + comentários

  • Jair 17 de maio de 2016 - 12:55 Responder

    Gosto é gosto…
    Prefiro ser campeão brasileiro e da Libertadores a cada dez anos do que ser quarto ou quinto do brasileiro todo o ano e, na Libertadores, fazer fiasco.
    Mas não é essa a escolha que temos. Temos é que formar times competitivos para disputar tudo o que pudermos, a começar pelo gauchão e pela Copa do Brasil. Nisso a maioria da torcida é mais humilde do que os que dirigem o clube, que só falam em Libertadores e, quando lá, fazem times ridículos e humilham a torcida. Aí se expressa a “humildade” da diretoria: humilhar a torcida.
    E vários times passaram por desmanche e demissão de técnico e logo em seguida foram campeões, mostrando que não é impossível. Aliás, um time demitiu o técnico na reta-final da Libertadores… e foi campeão, infelizmente.
    Manutenção é bom, mas não do que se viu desde o segundo semestre do ano passado, só andando pra trás. A avaliação de todo mundo deve ser por desempenho e não por medo de mudança, ou seja, por mero conservadorismo.

  • Murillo 17 de maio de 2016 - 12:58 Responder

    mas o que adianta ficar entre o squatro primeiros e não levantar a taça? ai fica entre os quatro vai pra libertadores e faz um fiasco como foi esse último, precisamos da taça do caneco da glória ou ao menos que os jogadores tenham a atitude para lutar por isso, não esse conformismo que estou vendo no discurso dos jogadores.

  • Anderson Aguzzoli 17 de maio de 2016 - 13:18 Responder

    Infelizmente quem pensa dessa forma aqui, é minoria… uma pena.

  • Miguel 17 de maio de 2016 - 13:39 Responder

    Obrigado Fagner, por botar em palavras o que sempre considerei.

  • João Gabriel Silva 17 de maio de 2016 - 14:04 Responder

    Gosto muito deste conceito, de sempre estar por cima.
    Nas últimas 4 libertadores, por exemplo, jogamos 3, enquanto o rival jogou 1 apenas. Mas o que vale mais para a massa parece ser ganhar o gauchão…

    Desde que voltou da série B o grêmio tem sido protagonista do futebol brasileiro, apesar da falta de títulos. Mas a pressão por títulos já matou vários bons trabalhos que poderiam nos dar o tão desejado título se tivessem sequência.

    O trabalho atual é um grande exemplo, aliás: demitir o roger, como já se ventila por aí em caso de uma largada não muito exitosa, seria derrubar todo um projeto que tem tudo para dar muito certo – ou seja, TAÇA.

  • Jean 17 de maio de 2016 - 14:08 Responder

    Concordo, estar mais vezes entre os primeiros colocados é estar mais perto do título.

    • Elizandro Gadomski 17 de maio de 2016 - 14:13 Responder

      Pois é, nós já participamos de 16 Libertadores e temos dois títulos. Eles participaram de 11 Libertadores e possuem dois títulos. Fala sério.

      • Fagner 17 de maio de 2016 - 16:28 Responder

        O Palmeiras participou de 16 edições e tem um título. Corinthians participou de 13 e tem um título. Flamengo participou de 12 e tem um título.

        Saludos,
        Fagner

  • Elizandro Gadomski 17 de maio de 2016 - 14:10 Responder

    E quando somos lembrados pelos vices-campeonatos, terceiros ou quarto lugares…. nunca. Concordo com o Jair, do comentário acima. Prefiro ficar na décima quinta posição no Brasileirão 2016 e ser campeão da Copa do Brasil, do que ficar em segundo e não levantar caneco algum. Os campeões são lembrados para sempre, os vices, terceiros, quartos… são resto e ninguém lembra deles.

  • Pedro 17 de maio de 2016 - 14:32 Responder

    Totalmente de acordo com o Fagner.
    O importante é ter um clube consolidado, sempre nas cabeças sendo protagonista.
    A falta de títulos é dolorosa, pois nosso rival ganhou vários nos anos em que nós passamos em branco.
    Nós precisamos dar sequência ao trabalho do Roger, sei que ele foi mal na LA e ruralito, mas faz parte, é nas derrotas mais vergonhosas que se tiram as lições mais valiosas.
    Temos time e não somos piores do que nenhum outro nesse campeonato, embora não sejamos o melhor time entre todos, mas temos chances reais de disputar o título, basta que não se desmanche o trabalho do Roger, que fez um time considerado extremamente ruim, virar sensação do campeonato.

  • Fernando Vellinho 17 de maio de 2016 - 15:02 Responder

    Fagner, li e compreendi bem teu texto e teus argumentos. Entendo perfeitamente teu ponto de vista e compactuo EM PARTE com ele. Sim, é muito importante sequência de trabalho, estar sempre nas primeiras posições e tudo mais. MAS, se isso não resultar em conquistas DE FATO (TÍTULOS, não vagas), na minha opinião de nada adianta.
    Entretanto, na minha visão, o grande problema que o Grêmio vem enfrentando nos últimos anos, desde a malfadada “parceria” com a ISL, passando pelas incontáveis negociatas e picaretagens de dirigentes como Guerreiro, Odone (principalmente estes dois, mas não ponho a mão no fogo por nenhum outro que tenha conduzido o clube nestes últimos 20 anos – à exceção do Koff, que deixou um clube com faixa no peito e conta zerada pro Cacalo), e culminando com a DESNECESSÁRIA (pra usar uma palavra leve) mudança de casa é a PERDA DE IDENTIDADE do clube. É necessário que seja feito com urgência uma mudança de mentalidade (que deve abranger TODOS os envolvidos na vida do clube – diretores, conselheiros, gremistas “influentes”, comissão técnica, jogadores; não cito a torcida pois esta a meu ver jamais perdeu de vista – pelo contrário, ela se agarra a isso como única esperança de dias melhores- isto a que me refiro). IDENTIDADE, aquilo que o Grêmio sempre teve como característica: RAÇA, ATITUDE, DIGNIDADE, LUTA, ENTREGA. Enquanto todos os envolvidos diretamente na vida do clube não se derem conta disso, de que o que o que o Grêmio realmente precisa é resgatar tudo isso, continuaremos a discutir eternamente todos aqueles assuntos “pululantes” a que te referiste no começo do teu texto. E não chegaremos a lugar algum discutindo essas coisas. PRECISAMOS FAZER COM QUE O GRÊMIO VOLTE A SER O GRÊMIO QUE CONHECEMOS UM DIA, O VERDADEIRO GRÊMIO, O GRÊMIO QUE FEZ COM QUE CADA UM DE NÓS VIRASSE GREMISTA E QUE NOS MANTÉM GREMISTAS ATÉ HOJE, APESAR DE TUDO QUE JÁ SOFREMOS E AINDA ESTAMOS SOFRENDO.
    I-D-E-N-T-I-D-A-D-E: Isso é maior que dirigentes, comissão técnica e jogadores. Recuperada a identidade, não importará tanto quem vai estar lá ocupando essas posições, pois o CLUBE E SUA HISTÓRIA se encarregarão de dar as diretrizes necessárias para o sucesso dentro de campo.
    E por fim, concordo plenamente com o Elizandro Gadomski: prefiro ser décimo quinto do Brasileirão e Campeão da Copa do Brasil, do que ficar em segundo e não levantar caneco nehum (e ainda no ano que vem, apenas disputar Liberta e não ganhar tbm o Ruralito, como foi esse ano).

  • De Leon 17 de maio de 2016 - 15:33 Responder

    A cada 10 anos conquistando 1 brasileiro, 2 copas do brasil e 2 libertadores, pode ficar para todo o sempre em décimo e alguma coisa nos demais nacionais. Não caindo…..um abraço!
    Outra coisa: Enquanto existir Gauchão é OBRIGAÇÃO de conquistar 8 em cada 10 disputados.

    Opinião de quem não tem vinculo algum com diretoria e funcionários pagos pelo GRÊMIO.
    Opinião de torcedor comum e completamente apaixonado por essas cores.

    • Fagner 17 de maio de 2016 - 16:33 Responder

      Ruralito não serve pra nada. Se o Grêmio fosse octa hoje a choradeira sobre os “15 anos sem título” seria exatamente a mesma.

      Opinião de blogueiro que não tem vínculo algum com diretoria e funcionários pagos pelo Grêmio.
      Opinião de um torcedor comum e completamente apaixonado por estas cores.

      Saludos,
      Fagner

  • Beckistuta 17 de maio de 2016 - 16:29 Responder

    Muito fácil basear opinião em cima de exceções, e não regra. Leicester foi uma exceção (e não fomos Leicester em 81 ou 95, já éramos um time considerado grande em 81, em 95 já um gigante nacional). Arsenal do Wenger é outra exceção, é raro um time do porte do Arsenal manter um treinador por tanto tempo com resultados tão pífios (as críticas em cima deste modelo estão cada vez maiores). Alex Ferguson se manteve 3 décadas no United com base em muitos títulos, esse é o padrão.

    Se contentar com “boas campanhas” é de uma PEQUENEZ. Embora seja justamente isso que fizeram e fazem com o Grêmio ano após ano, diminuem o tamanho do clube outrora gigante. Daqui a pouco cairemos tanto que alcançaremos o Botafogo, ou eles nos passarão ganhando quem sabe uma Copa do Brasil, terminando o Brasileiro em 11 enquanto estaremos “celebrando” o troféu do terceiro lugar e mais uma VAGUINHA que se transformará num fiasco no ano seguinte em terras latinoamericanas.

    • Fagner 17 de maio de 2016 - 16:40 Responder

      “Ser o Leicester” = ganhar um campeonato porque tudo deu certo e ficar anos sem ganhar nada porque deixou de dar.

      Muito fácil é vir aqui comentar em cima do que tu acha que leu ao invés do que de fato está escrito. Mais uma vez, até (aquela de me espinafrar porque eu escrevi sobre 8 achando que era o Maicon foi de mesmo nível dessa).

      Saludos,
      Fagner

      • Beckistuta 17 de maio de 2016 - 16:59 Responder

        Isso não é “ser o Leicester”. O contexto é bem mais complexo e tu és inteligente o suficiente para saber disso. E porque não comenta o resto do que citei? Além disso, 81 não vencemos “porque tudo deu certo”, menos ainda em 95, onde algumas peças já tinham vencido uma Copa do Brasil e depois ainda venceram um Brasileiro. Paralelo sem sentido algum.

        Sobre o 8, verifica de que forma você posicionou o sujeito da oração. Além disso, o posicionamento citado e o comportamento em campo fechavam com Maicon e não com o Giuliano, do começo do parágrafo.

        • Fagner 17 de maio de 2016 - 17:26 Responder

          É “ser o Leicester” no meu texto. Está escrito nele com todas as letras. Não falei em momento algum em ele ser um time grande, estou falando de conceitos – o que é ter sucesso. Não estou falando em contexto, estou descontextualizando para falar de regularidade/sorte. A única coisa que de fato comparei é a carreira do Wenger não ser suficiente para satisfazer torcedor mala do Grêmio.

          Não comento o resto porque o teu comentário não tem absolutamente nada a ver com o meu texto. É uma opinião tua. O que escrevi é só uma desculpa pra ti colocar isso aqui. É só isso que eu quis mostrar (além de devolver a ofensa gratuita).

          Sobre a compreensão do texto passado: “Prestem atenção na função que o 8 desempenhou: ele era praticamente um terceiro volante, cobrindo a lateral”. Parece bem claro sobre quem estou falando, já que as duas outras são orações coordenadas assindéticas (que complementam essa frase sem o uso de conjunções). “O problema” se refere a quem eu estava falando primeiro. Não falei em problemas do Maicon nem do Wallace em momento algum no texto. Se eu quisesse mudar de assunto eu precisava ter especificado.

          Saludos,
          Fagner

          • Beckistuta 18 de maio de 2016 - 10:46

            Cara, na boa, quem considera “sorte” um fator predominante num campeonato de 38 rodadas não pode estar falando sério.

            E ademais, não me recordo de nenhuma ofensa. Reli os 2 comentários algumas vezes e não observei nenhuma. “Pequenez”, talvez? Mas isso era uma crítica ao pensamento e à potencial redução de tamanho do clube ao agir desta forma. Não me recordo de nada pessoal – pelo contrário, teus termos são bem agressivos e houve respostas ad hominem.

            E por fim, a leitura tática que você escreveu em seu texto referia-se ao Maicon, indiferente de número da camisa ou nome que você dê. O que me parece é que a leitura do jogo que você fez foi totalmente equivocada.

          • Fagner 18 de maio de 2016 - 13:48

            “É muito fácil vir aqui…” – se isso não é ofensivo pra ti, não entendo como te ofendeu com as respostas.

            A leitura tática era a que eu fiz sobre o Giuliano. Ou tu vai querer dizer que eu não posso dizer o que vi se não for igual ao que tu viu?

            Não é sorte ser campeão em 38 rodadas. Mas fazer isso em um campeonato e não conseguir mais repetir, é. É o que eu escrevi no texto.

            Saludos,
            Fagner

  • Ronaldo 17 de maio de 2016 - 17:05 Responder

    Infelizmente, a maioria dos comentário aqui mostram que quase ninguém entendeu nada do que o Fagner quis dizer.
    Primeiro ponto, não é questão de escolha “ganhar um título a cada x anos e passar todos os outros no meio da tabela” ou “ficar todos esses x anos entre os 4 primeiros e não ganhar nada”, simplesmente por que essa escolha não tem como ser feita fora do pensamento mágico do desejo.
    Na realidade, o mais próximo que se tem dessa “escolha” é o clube se endividar, gastar muito além dos seus limites para tentar ganhar um título e ficar os outros anos montando times modestos e pagando as contas. Isso é comum no futebol e nem sempre dá certo: ou o título não vem e as contas ficam para pagar, ou o furo é mais embaixo e o tombo é maior (e os anos sem títulos incluem rebaixamentos) ou as duas coisas.
    O que se quis dizer é apenas o óbvio ululante, que se o time está sempre entre os primeiros, significa que é competitivo, que um título que venha nesse contexto será resultado de um bom trabalho (e não um acerto lotérico) e que dará boas perspectivas de novos títulos.
    Compreende-se que a torcida seja passional e possua essa ansiedade pelo título – mesmo que seja paradoxal ao ponto de implorar por um título de gauchão enquanto chora estar a 15 anos sem títulos (o que indicaria que o gauchão não vale nada, com o que concordo) – sugerindo terra arrasada a cada eliminação.
    O mesmo não se pode falara das direções. Um dos fatores que tem colaborado para esse período sem títulos é esse de que as direções acabam cedendo à pressão da torcida e acabam tomando decisões erradas (exemplos não faltam). Para piorar a situação, os grupos políticos no clube, a asponagem que cerca os dirigentes e ditos formadores de opinião gremistas na imprensa só colaboram para isso aumentar. Isso para não falar de quando há troca de grupo político no comando do clube, quando o grupo que entra reformula tudo apenas para eliminar eventuais méritos do antecessor.
    O ponto final é que não há fórmula mágica infalível para se ganhar títulos e que se está se chegando sempre os primeiros, é sinal de que há um bom trabalho sendo executado, que não dá para achar que está tudo errado. Que fazer terra arrasada geralmente atrasa o clube e que as correções sempre devem ser pontuais. Aí, opinião minha, é de que tem faltado competência justamente nas correções pontuais, exemplos não faltam e o setor defensivo este ano é um deles.

    • Fagner 17 de maio de 2016 - 17:30 Responder

      Obrigado, Ronaldo. É exatamente isso, e é triste que seja tão difícil de entender.

      Saludos,
      Fagner

    • De Leon 17 de maio de 2016 - 18:37 Responder

      Opa! Agora entendi….cabeça fechada eu.

      Brincadeira a parte, bom trabalho QUALQUER UM pode fazer.
      Além do bom trabalho é necessário o resgate da IDENTIDADE, já que o GRÊMIO virou um maltrapilho bundão, um fanfarrão brasileiro. Só no pagode, na cachaça, recheado de jogadores que não dão a miníma para nós gremistas, e pouco se interessam em conhecer o GRÊMIO.

      Bom deixa prá lá.
      Vamos ficando em 4º lugar até 2166, para sermos campeões em 2167.
      Discurso de bar, de aceitação, discurso de pessoas “centradas”.

      • Fagner 17 de maio de 2016 - 19:53 Responder

        Discurso de bar é achar que raça ganha jogo. Que futebol é “coisa de macho”. E daqueles bares onde tá todo o mundo tão bêbado que ninguém se escuta.

        Saludos,
        Fagner

        • Ronaldo 17 de maio de 2016 - 21:16 Responder

          Fagner, até acho que há alguma razão no diagnóstico da falta de identidade.
          O problema é a mitificação do time de 95/96 e as pessoas não conseguirem pensar o Grêmio fora daquilo. O time de 83 era um time técnico e ganhou pela qualidade apesar de ter se borrado em La Plata. O último Grêmio que ganhou algo que preste (a Copa do Brasil de 2001) era um time também de perfil técnico.
          Pode estar realmente em falta no Grêmio dos últimos anos jogadores de mais personalidade, de perfil mais vencedor. Se for esta a avaliação, que se busque agregar ao plantel alguns jogadores com esse perfil. Se a avaliação é que as deficiências são técnicas mesmo, que se busque soluções para posições carentes.
          Mas o que não dá é achar que tem que mudar tudo. É seguir ex-dirigentes com microfone nas rádios e a cornetagem interna que decretaram que o Grêmio tem que se moldar à imagem do de 95/96 por que isso é impossível por 3 motivos: primeiro, por que o futebol e os jogadores mudaram em relação ao daquela época; segundo, por que o Grêmio ganhou na loteria ao formar aquele time (o que volta à essência do teu post) e isso não se repete, não é uma fórmula mágica; terceiro, por que sequer a comparação é feita com aquele time real, mas com a mitologia associada a ele.

        • Fernando Vellinho 18 de maio de 2016 - 11:51 Responder

          Fagner, não sei se tu já jogaste futebol na tua vida (ao que parece não), mas futebol é sim “coisa de macho” e raça GANHA JOGO SIM!! Obviamente, é preciso mais do que isso (qualidade técnica, organização tática, etc), mas, sem este “espírito de competição”, essa “vontade verdadeira de ganhar”, não se vai muito longe. O Grêmio do Roger é exatamente isso. Um time técnico (na medida do possível, vide que com jogadores do nível do Marcelo Oliveira fica complicado dizer que o time é de fato técnico) e organizado taticamente. Mas falta sim, inegavelmente, mais raça e muito mais vontade de ganhar. E isso explica em grande parte os fracassos desse semestre.
          Vou ficar repetitivo, desculpe-me, mas volto a frisar: PRECISAMOS RESGATAR NOSSA IDENTIDADE, NOSSA ESSÊNCIA COMO CLUBE, IMEDIATAMENTE!!

          • Fagner 18 de maio de 2016 - 13:52

            O nome disso é preconceito. A Marta já jogou futebol sim e te humilha sem qualquer dúvida.

            Mulheres também tem vontade de ganhar. Gays tem vontade de ganhar. Lésbicas tem vontade de ganhar. Transgêneros tem vontade de ganhar. Isso não é exclusivo de macho.

            Pessoas podem ter vontade de ganhar e não precisam dar carrinho. Podem jogar com fair play. Não agredindo o adversário. Trocando camiseta quando a partida termina. Abraçando o adversário na saída pro vestiário.

            Saludos,
            Fagner

          • Fernando Vellinho 18 de maio de 2016 - 14:43

            Cara, tu não me entendeu. Não usei o termo “coisa de macho” nesse sentido. E também quando menciono a palavra RAÇA, não significa que eu quero que meu time passe o jogo todo dando carrinho e seja desleal. Mas realmente, pela tua resposta, tu nunca jogaste futebol na tua vida. ESPÍRITO DE COMPETIÇÃO MEU CARO, ESPÍRITO DE COMPETIÇÃO!!

            Mas tranquilo, não vou estender a discussão já que nossas opiniões e visões de futebol e de GRÊMIO são um tanto quanto diferentes.

            Ah, e é claro que a Marta sem dúvida me “humilha” (e eu não ligo nem um pouco pra isso, acho fenomenal ver ela jogando e representando nosso futebol).

            Saludos,
            Vellinho

          • Fagner 19 de maio de 2016 - 00:45

            Não te entendi mesmo. Desculpa pelas pedras na mão. Estou tão acostumado a ter que aguentar ladainha de que o time perdeu por “falta de raça” quando tomou um nó que, às vezes, exagero.

            Saludos,
            Fagner

    • Beckistuta 18 de maio de 2016 - 10:43 Responder

      Estava demorando para alguém culpar a torcida…

      • Ronaldo 18 de maio de 2016 - 18:04 Responder

        Eu não culpei a torcida. Disse que o torcedor pode ser passional, mas que o dirigente não pode ser passional e nem tomar decisões por pressão da torcida.

  • guilherme 17 de maio de 2016 - 18:05 Responder

    Gostei do Texto, parabéns. Talvez seja a hora do Grêmio fazer diferente. Tá na cara que reformular todo o ano não tem adiantado. Não temos o maior orçamento do mundo, não dá para contratar Neymar, Messi e Suarez… Tem que fazer diferente, e acho que isso passa por apostar na continuidade do trabalho.

    Sei o mimimi sobre títulos, também quero ganhar, mas acreditar na história de que vai chegar um dirigente milagroso que só vai fazer contratações fantásticas e acertar tudo não funciona. 96 foi a exceção, não a regra. Talvez seja hora de pararmos de esperar o próximo time de craques contratado a preço de banana e investir em estar perto, montar um esquema, um forma de jogar.

  • Claudio 18 de maio de 2016 - 15:51 Responder

    Concordo com a importância em estar entre os primeiros sempre…agora que ganhar de vez em quando não faz nada mal e traz a torcida e R$$$ de volta não faz. Vamos, estarei com o Gremio sempre!!

  • Jair 18 de maio de 2016 - 23:20 Responder

    Ganhar é chato, mais um dos caprichos burgueses (e fede, como é próprio da burguesia!).
    Bom é ser bonzinho e deixar esta de ser competitivo e campeão para os caretas burgueses.
    Paz, amor e participação! (E garantir contratos longos e aposentadoria tranquila, bem remunerada, pagamento em dia, pouco esforço e cobrança aos nossos heróis pangarés).
    Grêmio Humanitário (ex-Futebol) Clube.

    • Fagner 19 de maio de 2016 - 00:53 Responder

      Um capitalista que não seja um imbecil completo sonha em ser hegemônico no cenário e ganhar a maior quantidade de dinheiro possível. Aliás, Arsenal tem apenas £200 milhões EM CAIXA pra gastar onde quiser. http://www.bbc.co.uk/sport/football/34297016

      Muito humanitário é o senhor Arséne Wenger.

      Saludos,
      Fagner

  • Jair 19 de maio de 2016 - 12:24 Responder

    Pois é… melhor é ser da outra turma… oferecer contratos confortáveis, sem cobrança por metas, na camaradagem que nos caracteriza e não mediante o produtivismo europeu, a Edilsons, Moliveiras, Douglas, Maicons, Freds, Kadus, Werleys, Schusters y otras cositas más. Proporcionar-lhes dinheiro e conforto para um final de carreira (alguns, uma falsa dasaposentadoria, que agora pode), às custas de um orçamento que dizem sempre deficitário, de uma torcida ‘azeda’ que irracionalmente quer ser campeã. Muito melhor ser ‘nós’ como clube solidário com os funcionários e não com seus ‘donos’, do que ser ‘eles’, exigentes, frios e calculistas capitalistas. Viva o futebol macunaíma sem a pretensão de títulos, participar e ser legal nos faz felizes e mais próximos do paraíso.

  • Raisa Rocha 20 de maio de 2016 - 21:10 Responder

    Ahhh velho, eu compreendo teus argumentos, mas não posso deixar de registrar que não aguento mais só estar entre os melhores, se contentar com vaga, jogar tudo na Copa do ano que se segue, fracassar, e repetir o ciclo. Sinceramente? A primeira coisa que o Grêmio precisa entender é que nossa faceta de copeiro está morta. É preciso quebrar esse feitiço por um campeonato de pontos corridos. Que bom que fomos eliminados antes do Brasileiro começar, sendo assim pegaremos ele desde o começo com foco total. Não quero mais vaga, mesmo que eu vá me esquecer disso e comemorar ela caso venha novamente no final do ano. Não quero ser Leicester, quero ser Grêmio.

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