O título mais importante

Hoje em dia, sabendo um pouquinho do universo frio de negócios que envolvem o futebol, fica difícil de acreditar que os caras que vestem a nossa camisa e a de qualquer outro time se entreguem 100%, de corpo e alma, talvez poucos ainda consigam.

Os clubes deste esporte pelo qual nós torcedores somos tão apaixonados se transformaram em entidades corporativas, empresas que tratam de negócios e projetam o ano com metas, números, planilhas e resultados, e essa invasão inevitável de tecnologias e padrões nos traz a sensação de que a história não importa mais, e as características que atraiam as pessoas para o clube vão sendo substituídas por outras, atraindo assim outros perfis de torcedores.

Tudo está mudando, estamos vivendo uma transição, do jeito de jogar, do jeito de torcer. Parece que tudo está sendo padronizado, e a impressão que dá é de que os jovens que antes se identificavam com um time pela sua raça, por sua história, pela sua tradição, hoje são influenciados pela modinha do momento.

Eu torço pro Grêmio, da raça, da entrega, da luta até o último minuto, cresci vendo isso. Vibro com a história, com a tradição azul preto e branca que faz a gente arrepiar a cada vez que lembramos daquele feito, daquela jogada, daquele momento de um jogo que nem era tão importante,  e não importa se não teve taça em 2015, temos muitas taças em nossa história, muito mais do que qualquer outro clube aqui do sul, e outros tantos do país, do continente e do mundo, e por aqui, somos pioneiros em erguê-las, mas isto pouco importa.

O nosso mais importante título não é recente, não foi em 2010, e tampouco em 1983, ele é constante, não se apaga, não fica para trás, não é esquecido e nem entra pra estatística ou aparece na comparação, não é modinha de momento. O nosso maior e mais importante título tem alma, coração, sentimento, entrega, história e tradição.

O nosso maior e mais importante título é ser Grêmio e isto jamais entenderão.