78% dos sócios gremistas abriram seus votos no sábado: NEM AÍ.

0 Postado por - 28 de setembro de 2013 - Artigos

Por que é que só 22% dos gremistas aptos votaram? Eram 37,5 mil aptos, e 8,5 mil votaram, seja presencialmente, seja por carta, em números aproximados. Muito mimimi em redes sociais, muitos gremistas fortemente envolvidos no pleito absolutamente magoados com a falta de “respeito” dos sócios que não cumpriram seu “dever cívico” de enviar uma carta ou ir até a Arena hoje. Alguns sócios se justificando, até com certa vergonha, de não ter participado desse momento de “mudança” possível pela participação democrática. Outros deixam isso de lado, afinal, os sócios não importam, o que importam são os números obtidos pela sua chapa e o número de cadeiras que lhes caberá.

Votar ou não votar?

 

Pois bem, eu também me preocupo com os números. E, antes que me perguntem, eu não votei. Nem estou em Porto Alegre nesse exato momento, nem enviei a carta. E eu não votei por causa, justamente, desses números. Se não, vejamos: 7 chapas, que representam 15 movimentos dentro do Grêmio. São 1260 pessoas diretamente envolvidas com o pleito. Ou seja, 15% dos votantes eram os próprios membros das chapas. Trocando mais ainda em miúdos, a cada 7 votantes, praticamente, 1 era candidato. E mais: se todas as chapas dividissem esses votos, ninguém se elegeria, em razão de outro número: a cláusula de barreira, que é de 20%. Ou seja, na melhor das hipóteses, apenas 5 grupos entrariam, dividindo em 30 cadeiras – ou seja, os primeiros 30 nomes. A tendência é que grupos que envolvem maior número de aliados coloquem mais pessoas. Assim, as chapas 2, 3, 5 e 7 tendem a ocupar o maior número de cadeiras. E os primeiros 30 dessas chapas me dão muito medo.

“Tá, mas se tu tivesse ido lá, as coisas podiam mudar”. Eu e mais umas centenas de pessoas. Eu, sozinho, não. E não fui porque, entre diversos outros motivos, esses números mostram que não há unidade de pensamento. Como bem salientou o Tiago, não interessa se o cara é socialista, capitalista, budista, taoísta. Só a administração do clube, os modelos de conseguir verba e o que priorizar podem variar. Assim, eu simplesmente não admito que existam 7 maneiras tão diferentes de se fazer isso, sem nenhuma condição de abrir mão de algo pela unidade. É completamente impossível. Portanto, o que leva a esse número absurdo de pessoas querendo vaga é uma grave disputa de egos. Não são quinze movimentos. São quinze caciques recrutando índios para as suas campanhas. Mesmo que exista um ou dois grupos que queiram acabar com isso, que não sejam caciques (eu, particularmente, só admitiria um desses 7), eles não entrariam pela cláusula. A não ser se tivessem tanto dinheiro quanto outros grupos derrubaram nas campanhas esse ano. Outro número que me assusta muito – por que alguém colocaria dinheiro em uma eleição clubística?

Em resumo, os números não dão alento. Não mostram seriamente uma possibilidade de mudança. Não são atraentes para realmente incluir pessoas, o que só se dá formalmente na composição das nominatas (que já vem praticamente fechadas nas 50 primeiras vagas, que são as que tem alguma chance de serem ocupadas sem lavada). A “política” do Grêmio é tão excludente que começa com os recursos que a pessoa precisa gastar para participar das reuniões (basta reparar nos lugares onde se reúnem e os valores dos menus desses locais). Que são em Porto Alegre, obviamente, mesmo que existam muitos gremistas no interior. Não há a menor vontade de que o Sócio participe.

Então, o número de votantes representa exatamente a preocupação que o Grêmio instituição tem com seu sócio – algo em torno de 20%.

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4 + comentários

  • André 28 de setembro de 2013 - 19:46 Responder

    Cara, eu iria votar pelo correio, voto marcado numa dessas que pela boca de urna ficaria em primeiro ou segundo.
    mas só de pensar na minha perda de tempo, de ir até um correio nestas últimas semanas para votar no CD do Grêmio. fiquei pensando o que o CD decide?
    decide por exemplo em arquivar o caso guerreiro… e para matar meu voto mairoria das chapas tinha integrantes que cumpriram este papel de inocentar o culpado.

    e outra… nomes repetidos em chapas?ah é pratica antiga… e eu com isso. isso não é democrático como tanto pregam aqui.
    mas no fim fui democrático. não votei. cumpri meu dever moral. não ficarei abalado pelo que alguns pensam. foda-se tem mais de 4 milhões de gremistas que não votaram por nem sócios são.

    faixa no peito, obvio que quero. vem pro grêmio, JÁ SOU e estou no Grêmio.

    abraço

  • João 28 de setembro de 2013 - 20:24 Responder

    E continuou a mesma coisa… Amigos do Odone eleitos em 2010 x Amigos do Koff eleitos em 2013. Os únicos que seguiram foram os Amigos do Alemão.

  • Beto Buss 30 de setembro de 2013 - 09:54 Responder

    Fagner,

    Também não votei e fiz questão de não faze-lo por dois simples motivos:

    – CD e ASPONES de diretoria não servem para absolutamente NADA senão criar factóides, incendiar o clube nos momentos errados e não blinda-lo e fortalece-lo quando necessário.

    – Não vi UM nome sequer que tenha formação em gestão de futebol (sim, já existe especialização para isso) e sim gremistas querendo fazer politica. Não vivo o CD do clube mas tenho a impressão de que as coisas lá se decidem pelo quem grita mais alto.

    Moro em SP, tenho minha cadeira na Arena mesmo sem nunca ter pisado lá e vou ao estádio SEMPRE que o Gremio joga aqui, por varias vezes estive no vestiário e pude ver que diretores do clube, com RARAS exceções tem MEDO de jogadores e treinadores, a hierarquia do clube é um lixo e talvez (provavelmente) por isso estejamos na merda futebolistica e administrativa que estamos.

    Grande abraço!

  • JCBaldi 1 de outubro de 2013 - 13:42 Responder

    Ah, mas na próxima, que tem que garantir mais um mandato dos parceiros do Grêmio Libertador, aí não vão faltar, né?

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