A arte de manter a corda esticada

0 Postado por - 18 de setembro de 2013 - Artigos
(Ou, A espiral da abnegação)

Se existe um quesito em que o Grêmio se especializou nestes 13 anos sem levantar um troféu importante é na manutenção da corda esticada em seu torcedor. Há sempre esperança viva até que a matemática decrete o 0% de chances nos pontos corridos, ou que o juiz aponte o centro do campo no jogo de volta do mata-mata em que ainda se precisava de dois gols nos acréscimos. Não. Não tem nada de imortalidade nisso e a batalha aquela serviu apenas para ser transformada em mais um argumento da esperança em matérias do tipo “10 razões para acreditar…”

Se não der para ganhar a Libertadores, temos o Brasileirão para tentar salvar o ano. Se não der mais para buscar o título no nacional, sempre temos a vaga na Libertadores para alcançar, pois afinal, é ela que importa. E assim, ficamos como um cachorro atrás do rabo.

Estamos em setembro onde o clima de “sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra” dão mais um empurrãozinho na esperança, contra os representantes do império acima na tabela. Isto na mesma, ou quase, época onde vira o turno do campeonato. Quando vamos bem e nos tornamos cavalos paraguaios, ou quando começamos uma reação que nos deixa nas cabeças na última rodada (mas lamentando não ter mais duas rodadas para ser campeão).

Já virou muleta de técnico. Seja qual for, já sabe disso quando chega ao Grêmio. No ano passado Luxemburgo não cansou de repetir que foi contratado para colocar o Grêmio na Libertadores, esse era o POJETO. O especialista em pontos corridos terminou ovacionado com uma pré-libertadores garantida.

Quando então temos uma direção obstinada em colocar faixas, contrata jogadores para isso e chama o técnico preferido da torcida, o mesmo trata de despejar água fria quando o time está embalado beliscando a liderança. “Se o presidente falar em título de novo vou ter que puxar a orelha dele”, não é o que se diz para uma torcida há 13 anos na espera.

Mas como assim? Não é o Renato, o grande motivador? Claro que é, além de um bom técnico e com potencial para ser campeão até nos pontos corridos. Só que o que o Renato faz para motivar os jogadores é tirar justamente tirar a responsabilidade. É isso que ele diz com “Se vier Libertadores o time está de parabéns”.

Não sei se essa é uma psicologia invertida para tentar alcançar o título na base da tranquilidade ou de se fazer de morto para comer o coveiro. Mas já foi tentada e nunca deu certo. Mas no final nos deixará na Libertadores, com um jogadores motivados e esforçados, dando a impressão que temos um grupo forte para o Tri que AGORA VAI.

Pronto. A torcida estará na com a corda esticada novamente.

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9 + comentários

  • GABRIEL 18 de setembro de 2013 - 12:18 Responder

    Em seu texto faltou abordar o real motivo pelo jejum de títulos. A QUALIDADE. Isso sempre acontece pq o grêmio n monta um time bom. Montar um time bom é muito diferente de montar um timo com jogadores consagrados. N adianta vc contratar Barcos, Wellinton, Kléber, Varga, André Santos, etc, se você nem faz idéia em qual esquema irão atuar. Além disso, não contratam bons zagueiros, e temos que aturar bressan e gabriel jogando no time titular.
    Nem seque um meia n contratam. O Zé Rolerdo continua enganando os idiotas que não entende de futebol e o elano é um bosta preguiçoso. Sem falar que ambos não são meias de origem. Temos dois laterais que não sbem cruzar, embora possuam boa qualidade. Um lateral que não saiba cruzar talvez até não impossibilita uma equipe de apresentar bom futebol, mas dois…ae ja é demais.

  • Ota 18 de setembro de 2013 - 13:06 Responder

    Pois é, me lembro como se fosse ontem do Roth garantindo que o Grêmio seria o campeão de 2008. Não por acaso foi quando chegamos mais perto… Abraço.

  • Tereza Heffel 18 de setembro de 2013 - 14:15 Responder

    Faz uns 3 ou 4 anos que vivia nessas. Jurei que nesse campeonato, melhor, esse ano não vou sofrer (minha gastrite não permite). Quase consigo. Ainda bem que prá Malox e Omeprazol não precisa receita…

  • Cruyff 18 de setembro de 2013 - 15:29 Responder

    Renato deve saber s jogadores que tem!
    Tem gente que precisa estar na pressão, ouvir da torcida e de todo mundo que ser CAMPEÃO É OBRIGAÇÃO.

    Enquanto outros precisam atuar sem pressão nenhuma, “A torcida e os dirigentes, o técnico apenas esperam que se consiga uma vaga ou que se faça uma boa campanha”. Esses jogadores não me servem…

    Eu sou mais adepto o primeiro tipo de jogador, aquele que convive com a pressão é muito mais capaz de decidir nos momentos mais difíceis, escutando sim, a todo momento que é o CAMPEÃO e que é isso que se espera dele!! É aquele que vai treinar 3x mais, e entrar concentrado em todos os jogos.

    Mas já vi que o perfil dos jogadores do Grêmio é o primeiro! Pegamos o exemplo nosso Grandíssimo jogador, apelidado por muitos em tom de deboche de Deus da Raça, PARÁ, que após o jogo contra o Corinthians falou em tom normal, sem mostrar nenhuma indignação pela perde de 3 pontos, ‘ Perder pro Corinthians é normal’…

  • Eduardo Dorneles² 18 de setembro de 2013 - 16:27 Responder

    Também acho que o clube inteiro tem que estar motivado em ser campeão, treinar pra isso, se concentrar nisso, jogar pra isso. Tem que querer, acreditar e lutar. Aí se corre o risco de ser campeão. Quem joga na irresponsabilidade jamais será.

    Pra não se alongar muito, tomo como exemplo ano passado e este ano, os 4 times ponteiros: fluminense, Atletico, Cruzeiro e Botafogo – fora o cruzeiro, os outros times não tem em sua história grandes protagonismos, pois todo jogo os dirigentes, técnicos e jogadores falavam e demonstravam o desejo de ser campeão.
    Entravam em campo com este espírito, que não vejo em muitos jogadores do Grêmio, que já não sei se vejo no técnico ainda.

  • Álvaro 18 de setembro de 2013 - 23:24 Responder

    Na verdade o que falta é qualidade. Não temos o pior time do campeonato. Mas, não temos o melhor. Estamos com um time bem mediano, como nos últimos anos. Um time mediano pode até ser campeão, mas o normal é que fique junto com os medianos. Com um pouco de esforço pode chegar até a zona da libertadores, quando tudo der certo e houver uma entrega maior dos jogadores, como já tivemos em 2007. Assim, é continuar torcendo para que, pelo menos, os nossos jogadores tenham vontade e sorte. Ou seja, continuaremos a acreditar no sobrenatural, o que é muito pouco para um clube grande como o Grêmio.

  • Cruyff 19 de setembro de 2013 - 01:47 Responder

    NINGUÉM vai criticar essa formação varzeana…. 3-5-2, jogando com 3 volantes…´ta foda… tomamos pressão em casa em todos os jogos! Além de que sempre temos que correr atrás do prejuízo no segundo tempo…
    Renato vai ficar com essa merda até quando?

  • Tarciso Salvatore 19 de setembro de 2013 - 02:29 Responder

    É triste, mas o Álvaro matou a charada.
    O time tem que acreditar, mas o Renato sabe que esse elenco não está pronto para ser campeão.
    Volto a repetir, não é “desculpa” é falta de planejamento. O Renato chegou no meio do ano, reabilitou jogadores, manteve o time no alto da tabela e agora vai mudar esquema tático (porque não dá mais certo 3 zagueiros) e é isso. Corínthians aguentou o Tite, contratou jogadores e em 2 anos foi campeão da Libertadores e do Mundo. Corínthians, time de massa mas que tinha menos títulos que o Bangú. Confiou no técnico, planejou e contratou. Não tem milagre é planejamento. Se não fizer direito pode até ganhar, mas é sem querer.

  • Fábio Viana 19 de setembro de 2013 - 08:27 Responder

    Agora fudeu.
    Arrebentou a corda!!!

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