Briguinha numa hora dessas?

5 Postado por - 31 de maio de 2016 - Artigos

Eis que um monte de desocupados egocêntricos resolveram achar um motivo pra encher o saco justamente no momento em que tudo está engrenando: a compra da Arena. Estamos tal qual uma palafita sobre um tsunami que ainda está indo, tem pelo menos mais 34 rodadas pra voltar, e pode quebrar as nossas pernas à qualquer momento. Ou seja, não temos a menor condição de ficarmos de picuinha em assuntos MENORES que não foram adequadamente dimensionados na oportunidade em que se colocaram à consulta. O momento é de fazermos algum tipo de contrapeso para que fiquemos em pé – e isso com sérias restrições orçamentárias. Tudo o que não precisamos é usar a imprensa para criar antipatia do torcedor para com o clube. Exatamente o contrário do que estão fazendo.

“Ah, mas o Romildo disse que tinha comprado e só ganhou a eleição de 2014 por isso”. Realmente é só esse o problema que vocês tão vendo? Um nonagenário ter mentido para garantir a continuidade do projeto dele com um nome que não seria endossado pelos pombos emplumados dos movimentos? Que teria que enfrentar no domínio dos sócios “””””comuns”””””” alguém que está abraçadinho com a imprensa e aparecia em jornais e programas esportivos diariamente enquanto o outro era desconhecido? Koff deu uma rasteira em uma competição desleal. Não tem um lado certo nessa pendenga. Essa mágoa não se apaga nem com a administração pé-no-chão que, mesmo derrotada, como dizem, é vencedora em ações administrativas que estão nos aproximando, finalmente, de um modelo mais empresarial e menos amador?

Migraram o vazio das cadeiras para o foco da TV. Foto Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Migraram o vazio das cadeiras para o foco da TV. Foto Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Mesmo que essa mágoa fosse impossível de ser ignorada em nome de preservar o momento esportivo do time (12 mil pessoas na Arena no domingo foi VERGONHOSO), gostaria de lembrar aos doutos CDENTINOS algo bem singelo: muito da merda que é esse contrato com a Arena foi resultado da (in)ação do CD. Aquele Conselho que ainda tem na lista o nome de muitos dos “magoadinhos” com as eleições ficou mais preocupado em garantir os seus “direitos” do que pensar no clube. A área lá de baixo fica vazia? Olha, isso não ocorreria se os belezas abrissem mão de ter “lugar cativo”. Esse resquício de aristocracia de Jockey Club não combina com modernidade no futebol. Os aditivos de ampliação da Arena, que ajudaram a PIORAR um cenário já caótico em nome de ~~~ser o maior estádio do RS~~~ (uma preocupação digna de quinta série) foram resultado da revisão no CD. O correto seria DIMINUIR o projeto para algo ampliável no futuro e mais BARATO para o momento. Jogaram contra o Grêmio por uma mistura de burrice, inépcia, e pensar mais em si do que no clube. Muitos dos envolvidos reclamam hoje do monstro que ajudaram a criar.

Um exemplo bem claro desde aquele tempo das discussões foi a migração. Conseguiram ficar na mesma área central do estádio no anel superior mantendo o mesmo custo – e mesmas regalias – do que no Olímpico. Quem quis gastar mais, desceu pro primeiro anel. Gargantearam que isso era uma vitória dos direitos adquiridos. Ferraram o clube. Quem “enchia” o estádio não eram esses pipoqueiros das cadeiras (muitos que desceram, inclusive, pra repetir o vazio da maioria dos jogos da Arena). O estádio parecia cheio e vibrante porque quem ficava em baixo eram os que sempre vinham. A Geral só conseguiu se construir atrás do gol porque a maioria dos torcedores não queriam ficar ali, preferiam o meio do campo. Lugar nobre tem que ter público de fé, não público que paga pra aparecer só na decisão.

O bem do Grêmio foi solenemente ignorado pelos conselheiros em nome de um acordão que foi negociado justamente até garantir a boa vida da maioria dos seus integrantes – os pipoqueiros das cadeiras numeradas. A justificativa foi um pensamento mágico, um desejo de que, por cadeiras confortáveis, o público aumentaria (nem perguntaram pra eles, é de morrer). Mesmo as poucas vozes realmente pensando no clube foram solenemente ignoradas porque eram vindas de “neófitos”. Ainda bem que tiveram a decência de acabar com a carteira preta que permitia que levassem quem quisesse para as cadeiras do Olímpico (ninguém me contou da sua existência, eu vi). Se bem que só na boa, como vinham, não fazia tanta diferença.

Balelas como “a Arena não tem alma”, “vamos reformar o Olímpico e voltar” é um tipo de discurso político disfarçado que pega no meio dos saudosistas. Atrelam o Olímpico aos tempos de glórias na memória do torcedor comum que acaba sendo usado para dar força para picuinhas de gente que eles nem conhecem. Esses desconhecidos são os mesmos que usam até um Gremistão orgulhoso de sua obra, a conclusão do Olímpico Monumental, para as suas pavonices “políticas” (que me perdoe o senhor Hélio Dourado, seu amor aquele glorioso prédio está sendo escancaradamente usado para fins pouquíssimo nobres). O Grêmio ainda é o Grêmio mesmo que jogue no estádio do Zequinha. Quem não tem alma é quem coloca requisitos para “amar”. O que chamam de “amor ao clube” é um belo modelo de relacionamento abusivo: o Grêmio tem que ser como ele quer e deu. Não pode se modernizar, não pode crescer, precisa ser submisso.

O Grêmio não nasceu na Azenha e não vai morrer se cumprir o contrato mal costurado por um CD odonista e oportunista. Se a renovação do Conselho que vem surgindo mostra bons novos valores nos mais diversos movimentos gremistas, também mantém vários sanguessugas lá dentro. Até mesmo fazendo parte da gestão atual (nada justifica o Pacheco da estrela de vice de futebol). Mas vamos superar essas mágoas ridiculamente egoístas e vamos pensar no Grêmio. Se não der pra “comprar a Arena”, paciência. Vamos seguir nesse contrato até o final. Bolemos novas maneiras de criar receitas que possam diminuir os problemas internos. E vamos assumir a nossa parcela de responsabilidade. Não foi o Romildo que inventou esse negócio. E mesmo a “compra” precisava ser aprovada pelo CD.

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17 + comentários

  • Luciano Tricolor 31 de maio de 2016 - 08:25 Responder

    Boa. Os cardeais não querem perder seus benefícios. E ficam nesse mimimi de “estelionato eleitoral”. Bom ia ser o cara das plaquinhas. Foco no campo e o resto é balela.

    • bruno 31 de maio de 2016 - 09:37 Responder

      Desculpe, mas achar que o Bellini ia ser melhor é mta inocência. O cara faz piada com Grêmio e quer ser presidente do clube. O Bellini e sua corja sao mto piores, são os que tão criando essa picuinha.

      • Anderson Aguzzoli 31 de maio de 2016 - 10:25 Responder

        Bruno… tenho a impressão de q o Luciano tava justamente sendo irônico…

        • bruno 31 de maio de 2016 - 15:49 Responder

          espero que seja ironico. mas com certeza tem gente que pensa assim.

  • Pozzer 31 de maio de 2016 - 08:50 Responder

    Perfeito Fagner!

    É o que venho falando aqui e no FB… é muito mimimi e interesses envolvidos.
    A gestão do Romildo para ser completa falta o maldito título, porque na área administrativa ele está extremamente correto, mesmo que não vença um título, o que não deve ocorrer até a eleição, votarei nele, pois esse modelo administrativo do clube precisa ser continuado. Se der para comprar a gestão, ok, senão der, vamos em frente com o contrato. Paciência.. é da vida contratos mal feitos e aprovados.

    Abraço

  • Pablo 31 de maio de 2016 - 09:51 Responder

    Genial. Belíssimo texto. Acho que resume bem a situação que se desenha em um momento que novamente o clube entrava nos eixos, tanto no futebol como no administrativo.

  • Anderson Aguzzoli 31 de maio de 2016 - 10:30 Responder

    Matou a pau de novo Fagner! Essa elitização do futebol mata ele aos poucos… vejo por meus conhecidos, os de maiores condições financeiras só vão ao jogo qdo o time “ta bem”, qdo desconfiam do time como domingo passado, n vão. E quem iria mtas vezes n tem a grana pra aparecer na tv, lamentável

  • Mauricio Mateus Moreira 31 de maio de 2016 - 11:34 Responder

    Todos pensam no próprio bem, sem lembrar que o bem maior é o Grêmio e sem lembrar que o bem maior do Grêmio, é a torcida. Ingressos por setores nada a ver! as areas de baixo deveriam ter o mesmo valor das de cima, quem comprou primeiro vai. simples.

  • Ezio 31 de maio de 2016 - 13:51 Responder

    Show de bola o texto Fagner e digo mais, se esses bancos e a OAS continuarem de palhaçadas vão terminar com um baita mico na mão pq nada custa pro GREMIO meter o pé na bunda deles e voltar pro Olimpico. Construtoras interessadas em reformar e remodelar o velho casarão. não faltarão. Por isso que comento sempre quando alguem vem falar m* da Arena já rebato que ela é a menor das preocupações por que ela só tem razão de existir com o GREMIO jogando nela e se o GREMIO encher o saco com esses caras e resolver voltar pro Olimpico quem vai sair perdendo são justamente a OAS e os bancos. Mtos criticam o Dr Koff mas é graças a ele que a Arena vai ser 100% nossa. Romildo sabiamente está seguindo a risca o projeto deixado pelo velho. E endosso quanto a ser lamentavel somente 12 mil no domingo. Só não vou a Arena mais vezes pq moro em SP.

    • Marlon 31 de maio de 2016 - 15:06 Responder

      Tu não entendeu nada uhahuahuauhahaua

  • Alisson Borracho 31 de maio de 2016 - 14:08 Responder

    Texto bom mas com cunho eleitoral, Koff NOSSO MAIOR PRESIDENTE, mentiu qdo disse que a Arena estava comprada e DESTRUIU A AUTOESTIMA GREMISTA com a inauguração da arena, PELO SIMPLES FATO DE QUE ELE NAO FOI O RESPONSÁVEL POR ELA… Odone PRESIDENTE QUE PEGOU QUANDO NINGUÉM QUERIA errou quando se deslumbrou como guri que ganha carrinho novo e fez um contrato leonino pro GRÊMIO E PERFEITO PRA OAS..
    Bellini tb errou na estratégia de campanha mas pra mim era na época e continua sendo a melhor opção para assumir o IMORTAL…Romildo mostrou o que todos incluse KOFF dizia dele, bom administrador, SO QUE O GRÊMIO NÃO É PREFEITURA PRECISAMOS DE CANECO…

    • Fagner 31 de maio de 2016 - 20:14 Responder

      Nada mais de cunho eleitoral do que esse teu comentário. Aliás, eu sinceramente não sei como apoiam o Bellini. O cara não demonstrou nada que possa validar a ideia de que está preparado pra presidir o Grêmio. Pelo contrário, é maior o desabono de ser intimo de jornalero.

      Sobre o Odono e a falácia do “ninguém quis”: Leia isso.

      Saludos,
      Fagner

  • Tio Mauricio 31 de maio de 2016 - 16:06 Responder

    “O bem do Grêmio foi solenemente ignorado pelos conselheiros”… só posso complementar dizendo: “Outra vez café? Por isso só recebe “flores”!”
    – Sobre os motivos de 15 anos na fila.

  • Artur Wolff 31 de maio de 2016 - 18:04 Responder

    Comentando sem entrar na seara da política a verdade é que nesta transição do Olímpico para a Arena foi também a época da imposição dos estádios “fifa” para o futebol brasileiro.
    Trazer um modelo europeu de assistir futebol para um público muito diferente em aspectos sociais econõmicos e culturais tem os seus problemas.
    O torcedor da antiga geral, coréia, popular …..isto é, os de menor poder aquisitivo que talvez fossem 25, 30% do público no estádio hoje ficam no bar da esquina vendo o jogo e não vão mais a campo pelo alto preço do ingresso, deslocamenento, lanche, etc….
    E o que tem melhor poder aquisitivo, por isto mesmo, tem várias outras opções de lazer e não vai a campo para ver time em má fase; é seletivo.
    É uma nova realidade que tem que ser muito bem trabalhada pelos profissionais de marketing dos clubes.

    • Fagner 31 de maio de 2016 - 20:21 Responder

      Dessa imposição participou o CD. O Grêmio gastou os tubos para não seguir o que a AAA sugeriu e ainda entupiu o “engenheiro do ano” de mais verba pra acertar só sem querer: há ao menos um espaço sem cadeiras. Outra parte dessa história foi o Grêmio insistir em sediar a Copa. Enfim, tudo errado com a conivência de quem critica hoje.

      Saludos,
      Fagner

  • mano 31 de maio de 2016 - 18:11 Responder

    To mais preocupado com a quantidade de lesões na 4ª, faltando ainda 38, do que com essas picuinhas que um bosta convidado pro sala de redação resolveu jogar no ar depois de uma puta vitória contra o atlético.

    • Fagner 31 de maio de 2016 - 20:25 Responder

      São 32 jogos até agora. Estamos virtualmente no meio da temporada. Eu falei pra desprezar o Ruralito. Foram metade desse total.

      Saludos,
      Fagner

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