Como contratar um técnico?

0 Postado por - 17 de novembro de 2011 - Artigos

Vou parecer um teórico, tentando sugerir um processo que está longe de fazer parte da realidade de qualquer clube de futebol brasileiro, mas vale pelo menos pra reflexão. Seguindo a linha de pensamento proposto no Soccernomics (recomendo a leitura) e focando especificamente na escolha do treinador da equipe, a escolha do treinador é algo bem mais complexo do que ver quem tá de banda no mercado, quanto recebe, se já ganhou algum título importante, se consegue controlar um grupo com jogadores complicados, se é do Jorge Machado e tal.

Num momento como o nosso, em que temos um certo tempo pra fazer essa escolha, sem ter a faca no pescoço, poderíamos seguir um roteiro, que pode parecer óbvio num primeiro momento, pra escolher o substituto do Roth e que estaria dentro de um planejamento macro do Clube.

  1. Definir critérios técnicos, sua ordem de importância e respeitá-los. Esqueçam o papo de “tem que vir do interior gaúcho”, ou “deve montar o time de trás pra frente”. Aqui o negócio é traçar o perfil que mais se encaixa dentro da ideia e cultura de futebol que o Clube tem (não falo em sistema de jogo ou a necessidade de um atacante com mais de 1,90 mas o debate dessa cultura é assunto prum outro post).
  2. Perder o medo de sair do convencional. Repetir os mesmos processos (e escolhas) só vão trazer resultados semelhantes. Até os quero-queros do Olímpico sabem que o Roth é um técnico de tiro curto. Serve pra bombeiro, nada mais.
  3. Não ter pressa. Contratar um treinador depois de uma ‘entrevista’ pra conhecer suas ideias de futebol é muito pouco. O ideal é ir conversar com o candidato depois de analisar seus últimos trabalhos e questionar como foi o processo de montagem e definição da equipe. Da mesma forma, apresentar a ele a cultura de futebol do Clube e deixar bem claro que ela deve ser sempre respeitada.
  4. O menos importante é saber quem disponibilidade imediata. Normalmente o primeiro requisito é ver quem está desempregado ou disposto a trocar de time. Esse deve ser um dos últimos (se  não o último) item a ser analisado, senão todo o processo de seleção fica viciado e não se contrata quem seria o ideal, só aquele que foi possível pro momento. Em 1996, o Arsenal esperou semanas até  conseguir a liberação do Arsène Wenger do futebol japonês. Os dirigentes foram acusados de lentos na época, mas ele tá no comando do time até hoje.

Daria pra elencar mais alguns itens, mas esses já servem de miniroteiro. Porém, antes dele, é indispensável que os responsáveis pela escolha saibam perfeitamente qual a cultura de futebol do Clube e a sigam. O problema é que nem essa definição da cultura do Grêmio está clara pra todos. Como querer que eles saibam se o Roth serve ou não pro Grêmio? Nem eu sei mesmo não gostando dele…

Discorda? Então diz aí qual a cultura de futebol do Grêmio e quais seriam os critérios objetivos pra escolha do treinador. Não precisa dar sugestão de nomes, isso é o menos importante agora.

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16 + comentários

  • Hélio Sassen Paz 17 de novembro de 2011 - 23:50 Responder

    Vou continuar no meu blog, pois seria muito comprido para um comentário!

    []’s,
    Hélio

  • Daniel - jlle 17 de novembro de 2011 - 23:51 Responder

    Veja os times campeões do GRÊMIO. em 83 tinhamos uma zaga que botava medo até no Chuck Norris, uma zaga que tinha prazer em jogar com o sangue escorrendo no rosto. Tinhamos um meio campo não tão veloz, porém deveras inteligente e no ataque a velocidade como marca principal.
    Em 95 a idéia se repetiu, uma zaga com cara de violência suburbana (duvido olhar a foto do Rivarola e não se se intimidar) novamente um meio campo não tão veloz, mas um ataque muito rápido com Paulo Nunes, e por destino havia um verdadeiro CENTRO-AVANTE vestindo a camisa 16.
    E claro a marca mais forte do GRÊMIO, a camisa 5, o time do GRÊMIO começa por um bom volante do tipo cão-de-gurda, e não por um bom goleiro como todos dizem.
    Obs: sou de 92, não vi o time de 83 jogar, vi alguns vídeos e a final do mundial, minhas opiniões são baseadas em apenas alguns vídeos.
    O time de 95/96 por não me lembrar por causa da tenra idade também tenho minhas opiniões formadas apenas por vídeos.

  • Leandro 17 de novembro de 2011 - 23:58 Responder

    Apresentaria assim:
    Cultura do Grêmio: Jogadores voluntariosos, com brio, q nunca desistem da jogada, não se entrega, não caminha em campo, mortal no contra – ataque, quando ganha administra mais um gol, quando perde vai com tudo para vencer.
    Critérios: Gostar de brasileiros e jogadores internacionais, montar uma equipe solida atraz e efetiva na frente, não pririzar competições todas valem muito, se preparar para GREnal como se fosse o ultimo jogo do time, saber lidar com a imprensa oportuna do sul, nao misturar inovação com pardalisse, ter varios formatos de time de acordo com os adversarios etc.
    Objetivo: Montar uma equipe coesa, com 3 setores bem sólidos a) zaga segura e que saiba sair jogando e hora do chutao b) meio rápido e hábil c) avantes focados no gol que quando se deparar frente a frente com o goleiro nao vai para o INACREDITAVEL FUTEBOL CLUBE…SIMPLES ASSIM.

  • Tiago 18 de novembro de 2011 - 00:20 Responder

    Acho que a principal qualidade de um dirigente que acerta na contratação de um técnico é a sorte.
    Mas para os técnicos de carreira a análise da trajetória é, sem dúvida, o melhor norte.
    Quem acompanha futebol, há pelo menos uns 5 anos, sabe que é impossível o Muricy Ramalho, com um time decente, dar muito errado, e sabe também que o Celso Roth, a longo prazo, não oferece nenhuma esperança de sucesso.
    Penso que hoje, no Brasil, Muricy Ramalho e Felipão são os dois únicos técnicos capazes de fazer a diferença; o resto, dá certo se não atrapalhar, o time é que trará os resultados.
    E por não atrapalhar entenda-se não criar ou deixar que se criem rusguinhas com jogadores; não escalar, sempre que pode, volante como meio campo ou apenas um atacante tendo 3 no banco; não insistir em jogadores que não apresentam resultado, a menos daqueles que se pode esperar muito; não implicar com jogadores; não queimar o elenco em público, etc…
    Continua…

  • Tiago 18 de novembro de 2011 - 00:26 Responder

    Celso Roth é um técnico que atrapalha a sí próprio insistindo em coisas elencadas na cartilha do mal técnico.
    É mestre em achar esquema com o time que tem, em que pese a inexplicável predileção pela retranca, e seus times sempre apresentam padrão e jogo e disciplina tática. Acho que seria um grande técnico se não fosse tão teimoso e arrogante. E justamente isso que deve justificar a queda de rendimento a longo prazo: os jogadores devem encher o saco.
    Por isso acho um erro começar o ano com ele, pois, com base na sua trajetória profissional, a chance de dar errado é MUITO GRANDE!
    Mas quantos aos critérios e nomes possíveis, sinceramente, não faço ideia, seria apenas chute.

  • Michel de Freitas 18 de novembro de 2011 - 00:30 Responder

    A cultura do futebol do Grêmio, ou seja, a imagem passada pela nossa equipe foi sempre de garra, persistência, luta. Pra nós torcedores, ficaram marcadas passagens de jogadores firmes e algumas vezes até violentos, Foi assim com Dinho, Sandro Goiano, Rochemback e muitos esperam que seja com Kléber (curiosamente um atacante com características parecidas com volantes), isso se concretizar sua transferência. Porém essa violência, já meio ultrapassada, nunca deve fazer parte do discurso de qualquer dirigente, principalmente com essas palavras. Já vimos muitos (quase todos) falando dessa bravura, da famosa Imortalidade.
    Pois bem, o que isso tem a ver com a escolha do técnico? Taticamente essa característica peleadora pode ser traduzida em um time que não de folga ao adversário em toda a extensão do tapete verde, sempre pressionando e tentando recuperar a posse de bola. Os defensores do Roth podem dizer que ele exerce essa filosofia, e não estão completamente errados, o Juarez não tem fama de retranqueiro a toa. Porém também não tem habilidade para distribuir melhor o time em campo. De que adianta saber se defender e não saber atacar. Poderia citar essa temporada como exemplo, afinal o ataque não é nada agradável, só que infelizmente a defesa também não. Portanto, esse seria um critério a ser considerado na escolha do “professor” do nosso time. Um treinador que não confunda marcação forte com retranca, que não encha o time de volantes… e por ai vai.

  • Marco 18 de novembro de 2011 - 09:57 Responder

    Fosse eu o executivo de futebol, investiria em três nomes, sem ordem de preferência: Ney Franco, Carpegiani ou Dunga.

    Apenas teria uma certeza comigo: depois de Silas e Julinho Camargo, não contrataria os chamados emergentes, de modo que riscaria de cara (ou quem sabe só se falhassem os nomes acima), os Jorginhos da Lusa e do Figueirense, bem como o treinador do Coritiba.

    Cuca, Caio Jr e Adilson Batista, dependesse de mim, tariam fora de cogitação – seriam opções que ficariam atrás até dos emergentes que listei acima.

    E a escolha por um técnico de “nome” se impõe ainda mais agora, porque dá a impressão de que o clube tá montando um plantel de serpentes como Kléber e o seu parceiro de ataque, seja ele o Love ou o Tardelli ou outro desta estirpe.

    Claro que não citei Felipão, por pragmatismo: se vem Kléber, então é claro que não vem Felipão, pois acho que seria o par mais difícil de se fazê-los se beijar, entrando no espírito da propaganda da Benetton que tá dando o que falar (risos).

    Brincadeirinha final: já que o Grêmio tá montando um serpentário com jogadores, por que então não trazer outra serpente para lidar com elas? Luxemburgo? Mas sem seu séquito, só com o seu auxiliar…

    Quem morreria primeiro por causa das picadas venenosas (risos)?

  • Ricardo 18 de novembro de 2011 - 11:42 Responder

    Sei lá..eu acho que o Luxa poderia dar certo aqui…Sei que muita gente repudia essa idéia..mas ele é um cara inteligente..

  • Giovanni 18 de novembro de 2011 - 13:29 Responder

    Pra mim, a cultura do Grêmio deve acompanhar a cultura do futebol atual, sem perder a identidade, claro. E isso quer dizer que não estamos mais na década de 80/90, pra colocar um Dinho espancando todo mundo na entrada da área (ainda mais se for pensar nos juízes que temos).

    Sinceramente, não sei se seria o mesmo Grêmio se tivéssemos um toque de bola do Barcelona e um técnico que investisse nisso. A cultura do carrinho bem aplicado tá muito arraigada na gente pra mudar agora. O problema é que não dá pra ficar parado no tempo. Os jogadores das bases de todos os times agora se inspiram nos que vão ganhar a Bola de Ouro, Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo… não querem mais ficar sujando a bunda no gramado, querem fazer firula. Tem que ter um meio-termo pra ser Grêmio.

    Acho que técnicos aptos – e disponíveis no mercado – a chegar nesse resultado: René Simões, que foi demitido do Barueri e tem uma carreira poderosa com os jogadores mais novos; Carpegiani, técnico com boas referências em times grandes; ou até o Mário Sérgio, com uma pré-temporada boa, pode fazer um bom trabalho.

    Em tempo:
    Felipão não virá, se o Kléber vier.
    Luxemburgo não tem nada a ver com o Grêmio.
    Caio Júnior oscila demais.
    Ney Franco não vai largar a Seleção.

  • Priscila Munhoz 18 de novembro de 2011 - 13:38 Responder

    Compararei A , B , C e D com Celso Roth.

  • rafael 18 de novembro de 2011 - 14:12 Responder

    e o video quando é que aparece? ja faz dois meses que nao aparece video novo aí, vamo agilizá gurizada..a abertura ficou muito massa, cinco estrelas. parabens…e por favor menos gritaria nos videos, tá na hora de cada um falar uma coisa e os outros ouvem, depois argumentam..se todo mundo berra ao mesmo tempo, nós aqui de casa náo entendemos p. nenhuma..abraço

  • heraldo 18 de novembro de 2011 - 17:45 Responder

    Acho, que qualquer time, tem que ter um esquema de jogo, tal qual o manchester, 25 anos o mesmo tecnico, sabendo como tem que se jogar, e isso desde os fraldinhas, qualquer tecnico, sabera que aqui vai ser 345,6721,903, etc…, sendo que como dito acima, com inteligencia e um pouco de ousadia, nada de pardalices, fica mais facil, contratar jogadores e tecnicos, e quanto ao rafael e os gritos, como que tu quer que esta piazada, quando não conseguem mais beber,pingam nos óios como colirio a ceva.

  • Fagner 18 de novembro de 2011 - 22:55 Responder

    Minwer, tentei pensar em uma resposta mas estou com um grande problema: não tem uma definição do que é cultura de futebol?

    Se for o que eu estou pensando, que é uma maneira de se posicionar quanto a melhor maneira de jogar bola (ou seja, por exemplo algo como um futebol de marcação forte no meio de campo, passes agudos e velocidade) isso muda muitíssimo conforme passam os anos. Então é difícil estabelecer uma “cultura” para um tempo longo. Se é assim, a cultura deveria ser revista à cada cinco anos, ou coisa que o valha. E isso nos trás para a estaca zero: o time desse ano tem uma característica, o do ano passdo outra, etc. Não temos um padrão de jogo desde que se desfez o time do Felipão, em 1997. E aquela “cultura” não se sustenta hoje.

    Acho que tem que começar essa coisa mais do básico, até para dar discussão. Dá um caldo, com certeza.

    Saludos,
    Fagner

  • Willian Weirich 19 de novembro de 2011 - 23:21 Responder

    Sei lá se a questão e como contratar, maisa quem contratar, ou seja, Celso Roth não é tecnico de verdade, alem do mais quando ele pensa que esta bom ele começa a fazer loucuras e experimentar novos esquemas.
    FORA CELSO ROTH, pode vir Caio Jr., Felipão, entre outros…

  • Jonas Rafael 1 de julho de 2013 - 10:12 Responder

    Eu discordo, o Roth É técnico sim. Só não é o cara pra ser campeão. Mas tá cheio de enganador por aí que nem técnico consegue ser.

  • Jonas Rafael 1 de julho de 2013 - 10:14 Responder

    Essa de “impor” o estilo de futebol do clube é muito bonita, mas só dura até o ponto em que se assina o contrato e estipula a multa. Depois disso o clube fica refém do treinador. A solução é apostar em emergentes (nem sempre recomendado, especialmente durante o brasileiro) ou contratos curtos, o que limita mais ainda a quantidade de opções.

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