Contos da Carochinha IV – O Grêmio sem Mário Sérgio

0 Postado por - 13 de julho de 2012 - Artigos

Mário Sérgio não aguentou a derrota para a Anapolina. Mas ele não era o único com um X na paleta. Mano Menezes era a bola da vez para a imprensa e precisava mostrar resultados. Depois de duas vitórias seguidas, Moreira prometeu contratações e foi já para frente da sua TV para contratar, via DVD, Jean Beausejour. Péssimo hábito no triclor, a permanência de Anderson até dezembro também foi tratada como reforço, embora fosse mais resultado da idade do jogador do que qualquer grande jogada de um estrategista do futebol. Além disso, providenciaram a saída de Osmar e, em seguida, de Marcus Vinícius.

Porém, Mano Retranca Menezes seguia com a sua postura de não colocar o garoto prodígio na titularidade absoluta, com seu velho discurso vaselinado. Posição essa que sempre mudava quando o chefe chegava, mostrando a sua velha postura de funcionário padrão que o levou à selecinha. Para o treinador, o que precisávamos no momento era “uma equipe, não um herói”. Embora eu possa concordar com os princípios, o que ia para o jogo era o Marcel Tatu. Frente a esse problema, uma das primeiras coisas que Moreira fez na sua gestão foi limitar a exposição de Mano Menezes, cada vez mais atacado pela imprensa com os famosos diz-que-me-diz internos, e dos jogadores como um todo.

O que mudou na maneira de se conduzir as negociações foi que, todos os jornais, desde o momento que Moreira assumiu com Pelaipe o futebol, todas as edições traziam algo como “lateral esquerdo fulano quase acertado” ou “centroavante do futebol italiano a caminho”. Ainda antes do final da segundona, Edmundo, do Figueirense, era especulado. Essas especulações foram muito maiores agora do que na época do Mário Sérgio. Na prática, chegaram Ricardinho e Lipatin. Roger, o nosso zagueiro que estava no Japão, foi descartado. Foram apenas três nomes contratados até o dia 12/08/2005, quando encerrou-se a janela de transferência. Assim, o treinador deveria se virar com o que tinha.

A escalação final do Grêmio, que começou praticamente o ano de 2006, foi mais fruto de sorte do que de convicção do treinador. Marcelo Oliveira era o titular da zaga e só deixou o posto para a dupla Pereira de Domingos depois de contusão. O mesmo ocorreu com Jeovânio, que só entrou no time em agosto, depois da lesão de Pedrinho. O time só se definiu na segunda fase da competição, o quadrangular semifinal. A questão mais complicada sempre foi o ataque: Lipatin não se firmou e revezava várias vezes com Samuel. A falta de opções também lançou Lucas ao time titular no início da fase final. A formação dos aflitos teve muita influência do acaso.

E mesmo com o resultado vindo, a impressão era de que o time não jogava nada naquelas finais. Anderson foi vaiado aqui no Olímpico naquele empate em que saímos perdendo de dois da Portuguesa, perdendo definitivamente a vaga de titular para os dois últimos jogos. Depois do “mistério” de Mano Menezes contra o Santa Cruz aqui (o Anderson não ficou na casa mata e entrou aos 46 do segundo tempo), ele também foi banco contra o Náutico, entrando na confusão e fazendo o gol do título. Mesmo com o pavor, terminamos essa fase invictos, com três vitórias (Santa Cruz aqui e Náutico, duas vezes), e três empates (Santa Cruz lá, e Portuguesa, duas vezes).

Ou seja, à exceção de Ricardinho e Lipatin, o time mais frequente na subida foi montado por Mário Sérgio. Mesmo se considerarmos a chegada de Moreira enquanto ainda estava o diretor no cargo, dá para se acrescentar o Marcel. Mas o time não foi montado por Odone e Pelaipe, como eles adoram dizer.

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4 + comentários

  • Luiz 13 de julho de 2012 - 17:10 Responder

    E essa da suspensão do Pico em lance que sequer era prá cartão. Roubam descaradamente do tricolor no campo e nos tribunais, e nossa direção?….Nada.

  • Fausto 13 de julho de 2012 - 21:05 Responder

    Assino embaixo! como pode o Pico ser suspenso? Não teve julgamento? Não mandaram advogado? …

  • giovani montagner 14 de julho de 2012 - 18:13 Responder

    eu sempre penso isso e não digo por receio da recepção: em 2005 o Grêmio teve mais sorte do que qualquer outra coisa.
    o ano inteiro foram sucessivos erros.
    não lembrava direito do papel do mano, só da equivocada posição de não escalar o anderson, e firmo ainda mais a certeza da sorte.
    parabéns pelas postagens.

  • ArthurJ 16 de julho de 2012 - 08:55 Responder

    Puts, o Gremio ganhou. Do

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