Deu tudo certo. Segue o baile.

0 Postado por - 19 de abril de 2013 - Artigos

Não era uma missão impossível. No papel, tínhamos uma grande vantagem: o time deles ainda não tinha ganho nenhum ponto em casa. Tínhamos desfalques? Sim. Mas fomos para o jogo com a melhor formação possível. Agora era fazer valer o peso da camiseta e torcer. E posso dizer com certeza que fizemos um início de jogo impecável. A péssima atuação no meio da semana dos três volantes foi substituída por uma alteração cirúrgica do Lixemburgo: deixando os três praticamente em linha e o Zé aberto, compondo um terceiro atacante, jogamos em um 4-3-3 com a bola e um 4-5-1 sem ela, com muitas cobranças ao Vargas. Mesmo que o Zé não seja atacante e, para o Barcos não reclamar, deu a atribuição de ser o capitão da equipe. Ou seja, no final das contas, o Lixemburgo fez tudo certo. O resultado se viu em campo: só nós estávamos jogando.

Foto: AP Photo/Luis Hidalgo – via UOL Esporte

Porém, essa vantagem de propósito, com a intervenção clara do treinador, só durou até a lesão do Adriano. Aí a pardalice falou mais alto e, ao invés de colocar o Misael para fazer a mesma função, foi a vez de colocar o Alex Telles na lateral e jogar o André Santos no vértice espaço temporal. Pelo menos foi isso que o nosso lateral entendeu. Ficou perdidaço. Tão perdido que nem o Huachipato sabia como marcar. E foi tanto assim que conseguiu aparecer bem para fazer o cruzamento para o Barcos, que fez a assistência para o nosso terceiro atacante no primeiro gol. Nossos adversários não entenderam nada e nós seguimos no comando do jogo. Ao final da primeira etapa, só a nossa vitória seria um resultado justo e, antes do apito, o treinador deles já alterou o time.

Na volta para a segunda etapa as coisas mudaram. Eles passaram a fazer uma marcação por setor, não mais nos jogadores. O Zé não passou mais a aparecer sozinho e a frieza dos defensores deles nos colocou várias vezes em impedimento (e uma baita assistência do Barcos foi roubada num lance que o Zé, em condição legal, ia para o gol, mal anulado pelo bandeira). Eles iam para a única jogada que sabiam: cruzamento para a área, que nós não deixávamos concluir. Eles estavam minguando e era só questão de esperar o cronômetro e comemorar. Pressão praticamente inexistente.

Gol do Fluminense e o Lixemburgo resolveu mostrar mais uma vez porque é cabaço em Libertadores: economizou tempo de cera fazendo duas trocas ao mesmo tempo. “Ah, era uma boa mudar os atacantes para ganhar no contra-ataque”. Concordo. Porém, gasta uns três minutos em cada alteração; primeiro o Barcos, depois de cinco minutos o Vargas. O chileno ainda tomou amarelo porque, entendendo que precisava ganhar tempo, ficou enrolando no campo, mesmo com a placa subindo logo depois que o Barcos saiu. E a falta de manha acabou cobrando seu preço: menos de dois minutos depois, em mais uma paulada do centroavante deles nos nossos zagueiros, o Werley caiu por cima do joelho e se machucou feio. Nao tinha como adivinhar, claro. Mas, se ele tivesse lido o manual de catimba básica, não teríamos ficado nessa situação.

Pra piorar, ele pediu para o Werley voltar sem nenhuma condição. Ninguém diz que o jogador que sai para atendimento médico precisa voltar em cinco, dez ou quinze minutos. Logo, se a merda agarrasse, pedia para ele voltar para fazer um drama ou dar o sangeu lá na frente, como ele queria fazer desde os 35. Mas não, ficou lá agravando a lesão até o Grêmio tomar o gol de falta em uma bobagem da marcação que não se entendeu com o Dida que tomou um gol no lado dele (acho que ele é melhor que o Marcelo mas dormiu de toca no lance). Falta de atenção, mas ainda assim, dentro do que podíamos. Era a hora do Werley voltar, tentar dar dois piques, cair novamente dentro do campo, esperar a maca, o escambau, pra esfriar o time deles. Mas não fizemos isso. O zagueiro foi até cobrar um escanteio ridículo onde o Kleber perdeu a bola e deu o contra-ataque. Definitivamente, nem o treinador nem o time sabe enrolar um jogo.

No final, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Passamos de fase, mesmo com o desfalque do Zé. “Não temos time para brigar pelo titulo, é isso?”. Sinceramente, não me interessa. O que importa é que temos time para passar do Independiente de Santa Fé. Passou de fase, tem méritos e tal. Não vai ser fácil, mas esse time, mesmo sem o Zé em um jogo, pode. É o que precisamos fazer agora.

E VAMO, PÔ!

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10 + comentários

  • Alexandre 19 de abril de 2013 - 10:09 Responder

    O LUXEMBURGO VAI BOTAR TUDO A PERDER…
    TÉCNICO QUE QUER APARECER MAIS QUE OS JOGADORES…
    É SÓ NÃO INVENTAR…
    BOTA O ROGER E O EMERSON QUE ERGUEMOS A TAÇA.

  • ArthurJ 19 de abril de 2013 - 10:31 Responder

    Não achei que o Luxemburgo errou na substituição. O André Santos passou a render até melhor no meio-campo e o Alex Telles entrou bem.

    Por linhas tortas ele acabou encontrando um substituto pro Elano… deu melhor resposta que o marcotonho.

    O erro do Pofexô foi substituir os 2 atacantes ao mesmo tempo e também recuar demais o time no 2o tempo. O Acheopato abriu o meio-campo (tirou um volante pra botar +1 atacante). Era marcar por pressão e rodar a bola.

  • Fausto 19 de abril de 2013 - 10:49 Responder

    Bom, melhor resposta que o Marco Antônio até minha vó daria …

    Quanto a cera, não é de hoje! O Gremio não sabe nem fazer cera e nem se defender dela, pressionando o juiz e cobrando descontos e cartoes quando o time adversário faz cera.

    Um exemplo foi o jogo no olímpico ano passado, patetico-mg 1 x 0 gremio onde eles meteram um gol no começo e depois acabou o jogo.

    Quando ao Dida, que Deus nos ilumine! Ontem ele nem esboçou reação no chute do cara, não por ser um goleiro bom ou ruim, mas simplesmente porque já tá velho, falta uma coisa fundamental pra goleiro, reflexo. Já vimos essa experiência afundar no coco-irmão quando trouxeram o Pato Abondanzieri em final de carreira. A falta de reflexo prejudicou tanto que preferiram botar o Renan no gol. No nosso caso temos o Grohe. Pode não ser o goleiro mais top do mundo, mas melhor que o Renan certamente é!

    No mais, o que importa é que passemo! Agora começa uma nova competição e é fundamental acertar na substituição dos 3 jogadores da lista e principalmente resolver os imbróglios da Arena, ou decidir jogar no Olímpico. Mata-mata tem que fazer valer o fator casa e com essas pendengas todas rolando, fica uma teta vir jogar em POA contra nós!

  • Cícero - CWB 19 de abril de 2013 - 10:58 Responder

    Fagner, por inúmeras vezes descordei de algo que vc falou, hj concordo em 100%!
    Por gentileza alguém encaminhe esse texto para a comissão técnica, o Manual da Catimba é leitura de cabeceira para ganhar a Libertadores.
    Sds,

    Cícero

  • Felix Nuñez 19 de abril de 2013 - 11:10 Responder

    Bom, não me apego muito a detalhes técnicos. Em libertadores costumo avaliar a ATITUDE e GANA do time.
    Como o Velho LOBO KOFF mesmo disse, o que valia era a classificação e não o futebol na noite de ontem.
    Mas, honestamente, não consigo me empolgar com esse time. Ok, vi esforço, mas parece um time sem alma.Para mim tem a cara do treinador. Malemolente, displicente e com muitos toques de lado despretensiosos. Vi em inúmeros momentos ontem, inclusive com toque de calcanha do Andre Santos. PORRA, não era hora pra isso, não vi SANGUE NO ZÖIO!Luxemburgo e Libertadores definitivamente não combinam. Exemplo claro foi na saída de campo…sou contra violência, SEMPRE! Mas se arrumou confusão, trate de enfentá-la meu caro. Até médicos foram pro pau pra se defender…Discursinho macho pós confusão qqer um faz. E A ATITUDE?? Espero que no MATA-MATA, palavra que faz o técnico tremer, definitivamente o GREMIO E SUA TORCIDA ensinem pra esse cara o que é na essência! Só assim coparemos!

  • Marcio 19 de abril de 2013 - 12:15 Responder

    Mais uma vez um time mediocre em campo, se não fosse a estrela de Zé Roberto aparecer e brilhar. Fica evidente que o meio de campo foi muito melhor sem o ANÊMICO marco antonio em campo, mas mesmo assim foi um fracasso, os atacantes não recebem passes redondos, não fazem jogadas com o meio campo, logo nem sequer chutam no gol. o ataque do gremio esta sendo criticado, mas eles só recebem bola enforcada. O luxemburgo foi outra vez muito mal, e o dida tomou um baita peru.

  • Paulo_PoA 19 de abril de 2013 - 14:06 Responder

    Não concordo sobre as críticas ao Dida!
    Já viram a foto ‘donde’ aquela bola entrou? Não? Dá uma pesquisada e veja. Se fosse o Grohe no gol “era indefenssável!”. Mas como não era o preferidinho …. foi falha.
    Ainda, queria ver o “preferidinho” fazer aquelas duas defesas. Ai é pedir demais de ti, não?

    Tbm acho que o Luxa errou nas duas substituições simultâneas.

    Mas o que realmente intriga é, porque esse time não deslancha? Porque não engrena uma 6ª marcha?
    Mistério, isso.

    Dá-lhe Grêmio!

    Abr.,
    Paulo

  • Israel 19 de abril de 2013 - 15:12 Responder

    Discordo do pessoal, pra mim foi a melhor partida do grêmio na LA 2013. Isso mesmo, melhor que a vitória sobre o FluminenC e que os 4×0 no caracas – no Rio Abel armou mal o time, e o caracas é muito fraco. Agora ontem era o jogo da vida do Huachipato, e eles mantiveram a proposta deles sem dar espaços e com marcação forte, mesmo assim o Grêmio dominou o 1º tempo.
    As únicas jogadas deles foram após a saída do Adriano, com A.Santos e Alex ainda se acertando na marcação.
    Aliás, discordo do Fagner sobre a entrada do A Telles, pode ter deixado o setor um pouco mais frágil, mas foi só depois disso que o Zé Roberto começou a aparecer no jogo. Ele estava escondido na lateral esquerda e o Adriano nunca subia pra compor com ele e o A Santos. O time subiu de produção com um canhoto no meio para triangular com Zé e o lateral.

  • Renato Lins 19 de abril de 2013 - 15:58 Responder

    Concordo com o Israel. Achei que o time melhorou ofensivamente após a entrada do Alex Telles.
    Passamos a ter a posse de bola no meio de campo, em especial na lateral esquerda.
    Tanto que o gol e as jogadas mais perigosas surgiram a partir daquele espaço do campo.
    No restante, concordo com o Fagner – que fez uma bela análise do jogo. Parabéns!!!
    Repito mais uma vez, Tabela PERFEITA!! Vamos FECHAR com o time galera!!!

  • Fernando Audibert 20 de abril de 2013 - 14:16 Responder

    Também concordo que o time melhoreou com o Alex Telles, e o André Santos rendeu muito mais nessa função, até marcou melhor como não é de costume, por talvez estar posicionado mais a frente e ter a confiança de se adiantar na jogada sem o receio de deixar uma avenida nas costas.

    Acho que estão jogando confete demais no Zé Roberto, um jogador esforçado, mas não atua na função de armar a jogada, e nem a de deixar na cara do gol, tanto que ontem concluiu como atacante. Prefiro ele intermediando rápido a passagem da bola, mais rapidez, nos últimos jogos ele tem segurado a bola e passado para trás atrasando a jogada.

    Falei em outro post, o que vi de positivo é que o time do Grêmio está cascudo, difícil de tomar gol, num jogo como esse valeu a valentia.

    Também não entendo as cobranças sobre o Vargas, que não tem recebido lançamento, só bola nas costas, tem que receber a bola e partir para cima, e é difícil ver um companheiro ao lado dele. Tem que acompanhar ele e tabelar se querem ver o Vargas jogar.

    Concordo com o Fagner que o Luxa não é para Libertadores, não tem espírito, não gosto dele ficar gritando na orelha do jogador, ensinando o Barcos e Vargas jogar, se sou eu ficaria irritado com ele gritando. Isso é sinal de insegurança pura, não tem confiança, sabe que está devendo, sabe que está ultrapassado, que não teria desculpa caso não classificasse. Técnico é aquele que fica olhando o jogo, a tática, os espaços, e não gritando. Grita para chamar a atenção de alguma coisa, e não ficar cantando a jogada. Esse Luxa é ex técnico.

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