La vida que pensamos

O primeiro livro que eu li do Eduardo Sacheri foi “O Segredo de Seus Olhos”. Meu irmão comentou que tinha gostado bastante do filme e, como eu sempre prefiro ler o livro, resolvi comprar. Adorei. O Sacheri escreve como um dia eu gostaria de escrever. Tem a doçura e beleza nas palavras, como Galeano, também o detalhe dos gestos, mas sempre com um suspense que não te deixa largar um livro ou conto dele antes que termine toda a história. Juntando isso com um fanatismo quase religioso por futebol… já viu! Virou dos meus escritores preferidos.

Encontrei o livro de contos futebolísticos em um sebo virtual. Acho que não tem tradução para o português, mas vale a pena se esforçar um pouco pra ler em espanhol, mesmo. O sentimento é incrível.

Independiente fanático, ele escreve no livro La Vida Que Pensamos sobre vários clubes da Argentina. Principalmente os menores. Fui às lágrimas lendo um conto de pai e filho que torcem pra times adversários que estão se enfrentando. O menino é novo e torce para um dos grandes da Argentina. O pai é Huracán. Se eu tentar resumir a história, vou contar o final de um contos mais lindos que já li na vida. Prefiro não estragar nada.

O autor fala muito sobre o futebol no relacionamento familiar, amoroso e com os amigos, é claro. E a foto do Ducker que está na capa desse post tenta passar um pouco disso.

Vou colocar um trechinho do conto que dá nome ao livro aqui e fala de um avô que leva a neta em um jogo do Gimnasia y Esgrima.

“Me encanta la cancha así”, dijo el abuelo, señalando el verde iluminado, los panes de pasto salidos de su sitio, una serpentina inútil detrás del arco que da a la Avenida 60, el enjambre de bichos alrededor de la torre de luz. Y a mí se me anudó la garganta. Le di la mano y hundí la cabeza en su hombro, sin nada para decir, sin nada para querer, con ganas de que el tiempo no pasara nunca.

“Ya está”, dijo el abuelo, no sé después de cuánto tiempo. Me incorporé y me sequé las lágrimas. Me sonrió. Se puso de pie y dijo algo sobre sus rodillas de porquería. Echó un último vistazo y encaró la salida sin mirar atrás. Bajamos los escalones. Ni una sola vez se dio vuelta para mirar la cancha. (…)

O conto na íntegra deve/pode ser lido nesse link: La Vida Que Pensamos. E é sério, não tem como teu dia não melhorar lendo essa história linda.

Que inspire as pessoas a tratar o futebol como um dos meios mais lindos de estreitar laços com quem se quer ter por perto.

La vida que pensamos – Cuentos de fútbol