Mico?

De uma hora pra outra, a negociação do Muñoz sofreu um revés e pegou desde a gente aqui do blog até o Romildo. Anteriormente, eu já manifestei minha opinião aqui sobre o jogador e o desfecho das tratativas só reforçou minha opinião. Tivemos mais sorte que juízo, assim como fora com a tentativa de trazer o Doriva. Agora, tem muita coisa pra ser analisada antes de sair alardeando por aí que foi um “MICO” perder a negociação para o Santiago Wanderers.

Primeiro ponto: não foi a primeira nem será a última vez que um jogador apalavrado com um clube acaba fechando com outro. Por isso a expressão “só falta assinar” é tão repetida no mundo do futebol. Mas é importante descobrir porque o jogador mudou de ideia tão repentinamente, como deu a entender o Romildo na entrevista.

Segundo ponto: o jogador surgiu nesse pequeno time chileno e tem laços afetivos com ele, sem falar que está voltando para sua casa. Isso pesa muito se a diferença financeira não for muito grande, afinal, a vontade do jogador é decisiva.

Ou seja, negociar e não fechar é do jogo. O que não pode é anunciar o acerto sem ele estar formalizado. Mas isso não exime a direção de avaliar todo o contexto que levou o jogador preterir o Grêmio. Foi apenas a vontade de voltar pra casa? Foram valores? Se ele estava apalavrado, por que mudou de ideia? O Wanderers entrou na jogada na última hora? A mídia toda em cima da negociação, que veicula há mais de semana, não prejudicou a posição do Grêmio no negócio? Depois de dizer que havia o interesse no jogador, era óbvio que isso iria alardear os gansos.

Romildo já tinha errado criando uma expectativa desnecessária na torcida, mesmo que por um jogador desconhecido pra 90% dela, ao admitir interesse no Muñoz. A não concretização do negócio seria encarada com perfeita naturalidade não fosse essa entrevista em que diz que estava apalavrado e que foi pego de surpresa. Por mais que não tenha sido um mico, a gente acabou tornando ele num.