“Dirigimo-nos à sociedade gaúcha e brasileira para registrar nosso mais profundo repúdio à forma como Sasha comemorou a conquista do Campeonato Gaúcho de 2016.
Da mesma forma, estendemos nosso repúdio a Johann Strauss. Não fosse este austríaco gozador popularizar de tal forma a valsa, Sasha não se sentiria impelido a bailar com a bandeirinha.
Dizemos mais: repudiamos as pândegas cortes europeias, por estabelecerem a tradição dos bailes de debutantes. Esta odiosa associação entre os 15 anos de algo e um baile é, claramente, um barril de pólvora a espera de um fósforo.
E vamos além: grave-se em bronze nossa mais absoluta repulsa à Humanidade, que desde os primórdios dedica-se irresponsavelmente a comemorações de toda sorte.”
Esta carta poderia seguir indefinidamente, até que a culpa do desconforto/raiva/inveja que sentimos naquele momento chegasse aos dinossauros, à sopa primordial, ao asteroide que trouxe as primeiras formas de vida à Terra, ao Big Bang.
E escrevo assim, na primeira pessoa do plural, para termos a exata noção do tamanho do ridículo que seria manifestarmos repúdio à forma como alguém comemora um feito que é seu e de mais ninguém.
Comemoramos e comemoraremos. Foto do Richard Ducker.
A nota da torcida do rival publicada após o Grenal é o registro público de que não se sabe lidar com a parte que lhe cabe num domingo qualquer.
Mas ainda pior: é a tentativa de que se assine uma procuração dizendo “ok, posso ser chato/escroto/violento, porque veja só o que o outro fez”. É um pedido de “olho por olho, dente por dente” disfarçado pelo discurso quarta série do “foi ele quem começou”. É o uso enviesado do politicamente correto para esconder a própria barbárie.
A única coisa digna de nota sobre a comemoração do Edílson é o repúdio ao repúdio.
O resto, amigos, é futebol. E como diz o filósofo, no futebol se ganha, se perde ou se empata.
No domingo, ganhamos.
Torcida pode ser algo bem bonito. Foto do Lucas Uebel / Grêmio Oficial (via Flickr)
13 + comentários
Então Cris, um ponto que penso que possa acontecer é exatamente isso que tu levanta no texto: acontecer uma barbárie e jogarem a culpa no ato do Edílson como “foram eles que começaram”. Como você disse pagam de ~politicamente corretos~ agora pra fazer merda ~~~~justificável~~~~ depois.
Tomara que não aconteça. Mas…
ps: não sou contra a comemoração que o Edilson fez.
Parabéns pelos teus textos guria.
“É o uso enviesado do politicamente correto para esconder a própria barbárie”.
Brilhante.
Sensacional hehehehehe
E o que estes colorados tão indignados tem a dizer sobre a comemoração do Dalessandro carregando um caixão com as cores de Grêmio?
E quando o Índio jogou a sua chuteira na torcida do Grêmio, comemorando título de Gauchão no Olímpico?
Isso aconteceu na minha frente. Ninguém me contou, aconteceu a 20 metros de mim, eu vi.
Mas não li nenhuma matéria a respeito disso em lugar nenhum.
A vida do interzinho é isso:
Quando são prejudicados pela arbitragem, fazem DVD.
Quando quebram banheiros do estádio rival, colocam banheiros químicos pra torcida adversária no jogo de volta.
Quando atiçam a torcida rival após uma vitória, não aceitam que o rival faça o mesmo após uma derrota.
Quando a torcida rival canta mais alto no seu próprio estádio, aumentam o volume das caixas de som pra tentar abafar os vitoriosos.
Quando pegam a bandeirinha pra dançar a valsa, não aceitam que o rival faça o mesmo.
Quando o rival vai comemorar uma vitória em seu próprio estádio, mandam seguranças bloquearem a passagem empurram os jogadores direto pro vestiário.
Quando o rival começa a valorizar o campeonato gaúcho, recebem todo o apoio da federação gaúcha pra que eles se mantenham no topo.
Das duas uma: ou eles choram demais, ou a gente precisa começar a cobrar na mesma moeda.
É que eles se acostumaram com as zombarias do anão garnise, este rapaz fazia o que bem entendia e era considerado “do futebol” .
Como diz o ditado: pimenta nos olhos dos outros e colírio.
Melhor foi o destaque da imprensa isenta dando destaque a uma nota de uma torcida organizada. Imagina se a Geral, o Gaviões da Fiel, a Botachopp ou seja lá quem manda uma “nota de repúdio” a um jornal. Jornalzinho de merda, esse publica.
Não sei se devemos mudar a comunicação do Grêmio frente a RBS, pq somos sempre os vilões e eles os coitadinhos. Acho que podiamos ignorar eles solenemente, dar entrevista só pra Grêmio Tv… É muita ruindade essa mídia, ninguém merece.
Falaste tudo! A Instituição Grêmio, em um contexto geral, deveria romper com a RBS e, se possível, com a federação. É de anos que somos tratados de maneira inferior ao lado de lá.
Hahaha é isso ai gente. Tudo isso por uma Vitória. Dale Grêmio
Esse ato só mostra o quanto o timeco da padre cacique é um clube de esquina. Por sorte não moro mais em POA e não tenho que ficar mais aguentando o provincianismo que impear em especial na padre cacique. Um clube que segundo seus seguidores é “campeão de tudo” deveria fazer um pouco mais de jus a essa alcunha. No fundo eles sabem que só são alguma coisa graças a federação lixo que é a FGF e ao pilantra que senta na cadeira de presidente. No caso do Edilson como era uma arbitragem que nada tinha a ver com a FGF fez o correto que seria dar o cartão a ele (entende-se a comemoração do Edilson mas se pela regra não pode foi justo o amarelo) já no caso da gazela filha da Xuxa deveria ser dado o mesmo tratamento mas como se trata do time da Federação…
P.S.: Quanto ao GRÊMIO romper com a federação sou totalmente de acordo, phoda-se se o sub 23 vai cair pra segundona qq coisa que faça o GRÊMIO se preparar pra torneios mais relevantes no ano será benvindo.
Fica Argel, fica Argel, fica Argel, fica Argel, fica Argel, fica Argel, fica Argel, fica Argel, fica Argel,kkkkkkkkkkkkkkllkkkkkkk…
Demais e só mais coisa:
5- (Rever )
Fora o fato de dançar a valsa de que 15 anos sem títulos numa final de gauchão, que não ganhamos a cinco anos e não a 15.
Ou seja, foi a provocação ainda mais pura.