Quando alguma coisa pode dar errado, e dá muito errado.

Foto: Fabricio Kichalowsky

Ontem eu vi, na sequência, o programa sobre os 30 anos da nossa primeira Libertadores e a entrevista do Luxa no Bem, Amigos.

Impressionou por poder comparar as coisas ditas à época pelos jogadores com um dia-a-dia mais conturbado do futebol moderno.

Em 30 anos muita coisa mudou. Talvez a maior mudança seja em relação ao jogador que honra a camisa que veste.

Enfim, ao contrário do que o Meme pensa e deixou registrado aqui, eu não acho muito fácil ficar cagando soluções em blogs, redes sociais e rodas de amigos. Pelo contrário, como um “blogueiro”, eu sempre procuro manter uma isenção apaixonada em tudo o que eu escrevo, em todas as opiniões (OBRIGATÓRIAS) postadas aqui.

Por isso eu também vou me arriscar a analisar o que está acontecendo com o MMoreno. Acho que a contratação do Barcos desestabilizou o centroavante. Acho que ele já tinha um comportamento reprovável no ano passado, e que por isso buscaram uma alternativa MELHOR pra nossa camisa 9 (que não é 9, mas enfim).

Eu entendo que achar é muito fácil, mas não consigo ver um erro sequer da diretoria no assunto. Se eu me colocar no lugar deles, eu também tentaria trazer um profissional melhor pra minha equipe – ainda mais quando esse profissional tá acenando uma bandeira gigante de insatisfação com o então atual clube. A diferença é que, se eu contrato alguém hoje, demito na hora quem seria substituído. E isso, no futebol, nos contratos da Lei Pelé, é impossível.

O que o clube faz então? Tenta recolocar seu patrimônio. E que patrimônio. Milhões de dólares foram investidos, e dizem por aí que ainda falta o pagamento de 3 milhões de reais.

Eu entendi a diretoria. Não querendo desvalorizar o patrimônio, tentou envolver ele numa troca com o Palmeiras. O que seria uma jogada de mestre, já que (MINHA OPINIÃO) ninguém me tira da cabeça que eles já sabiam que o MMoreno não ia reagir bem à chegada do Barcos e consequente perda da titularidade.

Ai o cara dos 22 gols, que jogou 4 partidas importantes esse ano e foi nulo em todas, vai chorar pro pai, que como todo pai “moderno” que é chamado na Escola pra discutir o comportamento da cria, abre a boca suja pra defender o filhinho incompreendido. Fazer o quê?

Ai a diretoria vai lá, engole a desfeita em seco, tenta enquadrar o falador e busca um acerto com o Botafogo. O erro por parte de pai e jogador se repete.

Podem ter oferecido menos do que ele ganha no Grêmio? Pode. Mas depois de toda falação e consequente desvalorização no mercado, se você fosse o diretor de futebol de outro clube, acharia que ele merece a mesma coisa que ganha no Grêmio???

A “CLT” do futebol é muitas vezes ingrata. Estamos presos e pagando salário pra alguém que não serve mais pro clube, alguém que queimou todas as tentativas do Grêmio proteger ou pelo menos reaver parte do seu patrimônio. Mas alguma coisa tem que ser feita.

O afastamento do grupo se tornou inevitável depois do péssimo ambiente criado pelo próprio jogador. A paz e harmonia do vestiário foram sacudidas pelas madeixas lisas do boliviano linguarudo. E, por incrível que pareça, acho que isso faz muita diferença dentro de campo.

Se o Luxa for esperto, “compreende”, usa isso pra fazer a boleirada mostrar mais raça dentro de campo. De uma forma torta ele deu esse recado ontem no SporTV, ele fez essa análise da “cultura do futebol gaúcho”, de que jogador bom é técnico é amado desde que mostre entrega nos 90 minutos. Só assim o torcedor amendoim vai parar de chamar em coro o MMoreno, um tumor que começou pequeno e já tomou conta do vestiário e das arquibancadas porque não conseguimos erradicá-lo a tempo.

Não foi por falta de tentativa, mas o câncer tá lá, e bem instalado, há 72 horas do mais novo jogo mais importante do ano.

E por mais que o Luxa tenha puxado o saco do Koff, que manteve o Felipão lá em 93, ele que abra o olho. Se precisar amputar algum membro por causa desse câncer, não duvido que a batata deles esteja assando.