Não parece.
Para ganhar “copas”, os times “coperos” precisam decidir.
Pode parecer uma grande obviedade, mas não é na vida real.
Poucos times tem realmente o poder de decidir, e isso que separa um time campeão de um time quase campeão.
Sou de Porto Alegre mas “sobrevivo” na capital paulista. Acompanho o dia a dia do Grêmio, mas também tenho acesso ao que o pessoal daqui pensa da gente e do cenário do futebol brasileiro. As opiniões são unânimes.
O Corinthians, hoje campeão de tudo, por muito tempo foi o time do quase.
O time dos projetos do Leão, do Parreira, do Luxemburgo.
Na hora de decidir, decidia o River Plate, decidia o Palmeiras do Felipão.
Falando em Felipão. Teve um tempo que os times gaúchos tinham Felipão, Tite, Mano Menezes e os do eixo tentavam com os Autuoris e Luxas.
O resultado vocês sabem bem.
Luxemburgo foi destruído no Olímpico com Palmeiras, Santos e Flamengo.
Quando assumiu o Grêmio, meus amigos aqui de São Paulo, conhecedores do Projeto, diziam que ele é um bom técnico mas que se mete tanto em todos assuntos do clube que esquece de treinar.
Não foi o que vimos. Chegou no Grêmio, e com um trabalho primoroso de técnico fez o time mediano jogar, quase conquistar o Brasil.
Quase. Na hora H, amarelou nas rodadas finais do Brasileirão, e não foi capaz de bater o horrível time do Inter, sem técnico, com 2 a menos em um Olímpico com clima mágico e torcida enlouquecida. O argumento lá era que “jogar com 2 a mais era muito difícil pois o outro time se fechava e fazia o anti jogo. Eis que contra o Flu na Arena, nós que ficamos com um a menos e ai ter um a menos passou a ser “muito complicado para buscar o resultado”. Na teoria, tudo é complicado.
A roda que tomamos do terrível Milionários (vejam esse time na Libertadores desse ano), mesmo saindo na frente na Colômbia.
Quase ficamos de fora contra a LDU. Não ficamos por causa de uma bola do Elano, isolada, do nada, feliz. E pelas mãos do Grohe, na “loteria”.
“É duro você sair com uma derrota em que você teve uma atuação muito boa, o adversário jogando na casa dele e a interferência da arbitragem no resultado”
A frase vocês já sabem de quem é, certo?
O que vocês não sabem é que ela não foi dita no jogo do Grêmio com o Ju, ou Milionários, ou Grenal, ou Copa do Brasil com o Palmeiras.
Ela foi dita na derrota do Atlético Mineiro para o Santos em 22 de agosto de 2011.
Quem tiver estômago, pode acessar esse link e ver “frases do Luxa no Galo”,
Qualquer semelhança não é mera coincidência.
O Luxa de 2012 foi muito bom, veio mordido, chutado e humilhado pelo eixo.
O Luxa de 2013 foi o que meus amigos mineiros, paulistas e cariocas avisaram. Um cara que se envolve em tudo e esquece do campo. Não treina, não dá padrão, não tem convicção alguma. Um manager.
Aquele repórter da Globo que vazou a notícia que Luxa queria ser dirigente do Flamengo, no fundo nos deu em primeira mão qual o real projeto.
E o projeto está longe do Humaitá. Podem ter certeza.
Não me importa o ruralito. Pelo contrário, adoro ver o Grêmio melar o Gauchão e o Inter ser campeão contra ninguém, em títulos que o torcedor deles nem comemora.
O que me importa é ver 8 jogos seguidos o time caminhar em campo.
5 meses depois, com uma porrada de jogadores, estarmos em “formação”.
O Barcos jogando de volante.
O Vargas, onde não rende.
As confusões causadas quando o time mais precisa calma (Huachipato, Grenal, Colômbia…)
Ver tudo ser culpa dos juízes e o time assistir os juízes operarem o Grêmio.
Os erros dos juízes contra o Flu e São Luiz de Ijuí não foram pra coletiva de impresa. Se não fossem eles, o Grêmio teria saído bem antes da Libertadores e Gauchão.
E se tudo isso não bastasse, o que me derruba de verdade são os sorrisos indiferentes nas coletivas de imprensa após cada derrota, cada tropeço.
Tudo é graça, tudo é do futebol.
Viramos o Flamengo, ou o Corinthians que não ganhava.
Enquanto isso, aqui no centro do país, os times aprenderam a decidir.
Que saudade do Grêmio ser Grêmio.
Aliás, o Grêmio que era Grêmio, não deixava sua torcida chateada nem com as eliminações ou fracassos. Porque ele jogava pela honra e tradição. Sempre.
O Grêmio que era Grêmio queria sempre ganhar, mesmo quando perdia.
Ele decidia.
Dá tempo. A torcida a partir de quarta-feira vai jogar como nunca.
Eu ainda acredito, e tenho uma esperança. Tenho uma esperança, quase remota. Fábio Koff sabe decidir.
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Texto enviado por André Foresti – https://www.facebook.com/aaforesti | https://twitter.com/andreforesti
11 + comentários
Belíssimo texto!
Só acrescento que além de tudo falado sobre o Luxemburgo faltou a parte do pós Luxemburgo. Rombo financeiro, infelizmente!
Eu sou e sempre fui contra troca de técnico como única forma de resolver o problema. Mas queria eu que tivessem tido a mesma paciência com Renato Gaucho, com o Sexy Roth que têm com esse verme do luxa ( ok, nao me agüentei, eu odeio esse cara) . Demitiram bons técnicos no gremio por muito menos. Pra mim deu, esse cara é um câncer no gremio. Nao vou torcer nunca contra meu gremio, mas tenha certeza que se formos campeões nao terá mérito dessa persona non grata.
Concordo plenamente. E só não entendo como pode ter tantos gremistas dando corda para este tralha.Não é ficar fora do gauchão que
me deixa triste; ver que o time não está jogando nada sim.
Cara, retrato perfeito do Grêmio hoje.
E tá assutadora a coisa, não da vontade de torcer, de ir num jogo ver o time, de encontrar essa postura dentro de campo que é reflexo do seu treinador, ou seja: é do futebol.
Tudo é do futebol, não tem hombridade em campo, tem uma bando de gente que chega em casa e deita a cabeça tranquilo depois de derrota.
Falta garra, falta entrega, falta incoformidade com tudo isso, falta perder a noite com raiva depois de um jogo ruim.
Que merda, temos um elenco que pode e DEVE estar melhor do que está hoje.
E mandar o luxa embora é isso, um rombo no clube, e manter também é. SINUCA.
Defendi o Luxemburgo também. Mas depois do que aconteceu com Wilson, Edílson e com Moreno eu deixei de defender. Treinador que espanta jogador pra colocar “bruxinho”, na minha opinião, é mal caráter. Wellington só não está jogando de titular, por que o Barcos venho, todos os outros estão aí. Pode ser que Luxemburgo volte a ser o grande treinador dos anos 90, mas hoje, ele é só um entregador de camisas.
Falando em Sexy Roth … ele já conseguiu pegar um time com bons jogadores no elenco, mas sem padrão de jogo nenhum e fazer esse time ser campeão da Liberta!
Sem querer dar idéia, mas só comentando heheheh
Excelente texto. O “Projeto” do Luxemburgo esta levando o time ladeira abaixo, tanto em campo quanto financeiramente.
Mano esta no mercado, mas independentemente disso, eu gostaria de ver a troca do treinador se o time cair da liberta.
O Renato faria chover com este ataque que o Grêmio tem, lembrem Renato gosta de atacar, até o Moreno voltaria a jogar com ele e outra qualquer probleminha que houvesse “caixinha”.
Perfeito… e manda o teu colega de blog, Tiago Russel, ler esse texto… ele acha que jogamos uma ótima partida contra o juventu”D” e que o torcedor moderno do Grêmio é amargurado…
Adriano, pelo que eu to entendendo tu vai quarta-feira vaiar o Grêmio, é isso?
Belo texto!
Acho que nenhum gremista está preocupado com o resultado de sábado, este é o menor dos problemas. A indignação vem da passividade deste time e técnico nos jogos. Não consigo escutar as entrevistas pós jogo do Luxa.
Análise perfeita.Muito real. Nosso time não tem mística e não tem alma, é a cara de seu treinador,um sujeito que está zombando de nossa inteligência. O Presidente Koff tem que chamá-lo em sua sala e dizer: estás demitido,afinal isso é do futebol….Fora Luxa.