Se o mundo acabar amanhã eu posso bater no peito e dizer que fui muito feliz.
Eu vi o Grêmio ser Campeão do Mundo quando a rivalidade GreNada nem tinha carimbo no passaporte.
Eu entrei no gramado do Velho Casarão de mãos dadas com Baltazar “Artilheiro de Deus” Maria de Moraes Jr. E essa lembrança virou literalmente lembrança de aniversário (Mãe, Pai, nunca vou conseguir encontrar palavras pra agradecer por isso).
Eu joguei o jogo da vida neste mesmo gramado abençoado, ajudei as crianças do IGT e ainda marquei um gol numa tarde ímpar, jogando bola ao lado de velhos e novos amigos.
Eu desci a avalanche quando o nome da torcida nem era Geral. Eu briguei com seguranças do Santos nos camarotes. Eu vi o Mazzaropi falhar numa final de Copa do Brasil, mas tudo dar certo no final. Eu explodi com Ailton “eu sou foda” dos Santos Ferraz, xingando e abençoando. Eu fiquei de pé a cada escanteio cobrado por Arce, por ter certeza de que aquilo significava meio gol. Eu esculachei o Pilantra, sabendo que se o mundo acabar amanhã ele não vai morrer feliz.
Eu chorei como criança na despedida de um local único na minha vida. Uma escola que me ensinou a não desistir nunca. A lutar sempre até o último minuto. Que me fez chorar de alegria e de tristeza. Que me fez cantar o hino um milhão de vezes. Que me fez acreditar no inacreditável. Que me fez perder a voz, e encontrar a maior das paixões: a paixão por um clube, por uma entidade, por uma religião.
Eu fui na casa do coirmão pra ver um endiabrado Paulo Nunes marcar um gol de bicicleta. Eu comemorei mais de um título mijando no muro do Beira-Rio.
Se o mundo acabar amanhã eu vou ter visto de perto um estádio de Primeiro Mundo no Brasil, em Porto Alegre. Um país onde a roubalheira só não é ainda maior que a nossa capacidade de produção.
Se o mundo acabar amanhã, eu vou ter 2 estádios. Um cheio de glórias e lembranças. Outro cheio de expectativas e promessas que nunca serão cumpridas.
Se o mundo acabar amanhã, que se FODA. Eu vou morrer gremista. E não existe nada mais imortal que isso.
17 + comentários
Tem tanta coisa que o cara vai lembrando…
Ver o Grêmio em 94 disputar 3 partidas oficiais do campeonato gaúcho no mesmo dia, vencer 2 delas e empatar a outra. Hoje não tem sindicato e juíz que permitam que o time jogue em um intervalo menor de 48 horas.
Por estar disputando a Copa do Brasil e Libertadores de 95, jogamos e vencemos o Grenal da final do Gauchão de 95 jogando com o nosso “Banguzinho”.
Lindo texto. Morreremos felizes e com a certeza que seremos tricolores até no céu!
cara.. nota 10!
Excelente texto. Compartilho também dessas e de outras emocionantes lembranças.
Mandou muito! Dale!
Grande texto, parabéns!!! EH O GREMIO
É isso aí.
Se trata de uma questão muito simples: existe o GRÊMIO e, bem abaixo, o resto.
Abraço!
O mundo não vai acabar amanha não.
Eu perguntei por Maia da Borracharia, la na minha cidade, se ele tinha feito calendário para 2012 e ele disse que não. Então, sem calendário, não tem fim do mundo.
Bucha.
Puta texto.
Dá-le, dá-le tricoooooloooooor….
Dá-lhe Grêmio!
Boas Festas pra toda gremistada!
Abr.,
Paulo
Texto afudê, escreva sempre assim!
Do caralho meu, arrepiei.
Parabéns.
O mundo tinha que acabar pra justificar este texto.
DO GRANDE CARALHO!
Na verdade, o mundo não pode acabar. Esse texto merece ser lido por muitos e muitos anos.
Baita texto, Tiago!! =)
MUITO AFUDÊ !!!!
DALE GRÊMIO !!!!
…Outro cheio de expectativas e promessas que nunca serão cumpridas…
Talvez seja a frase mais verdadeira que alguem possa ter escrito sobre Arena
Triste, mas verdadeira…
Show de bola!