Sobre grandes e pequenos times

6 Postado por - 14 de agosto de 2014 - Artigos

Assisti ontem à final da Libertadores 2014 com uma certa melancolia por saber que o Grêmio poderia/deveria estar ali e não estava.

O jogo foi bastante aberto com San Lorenzo e Nacional Querido se entregando TOTALMENTE ao ataque e à defesa, tornando o jogo uma bagunça bastante emocionante. O Nacional do Paraguai se entregou tanto que, ainda no primeiro tempo, acionou um segundo goleiro quando se defendia dentro da grande área e cometeu um pênalti tosco que lhe custou a Taça.

Foi um jogo entre equipes que não têm tanto talento quanto se está acostumado a ver numa final desse torneio, mas que transbordam vontade dentro de campo.

Ao contrário do que foi visto nos jogos da Copa do Brasil de ontem. Falo dos fiascos de Internacional, Fluminense e São Paulo.

Não acredito que esses times tenham jogado para perder os seus jogos. O Fluminense fez 3×0 sobre o América-RN no jogo de ida e chegou a estar ganhando por 2×1 na partida decisiva, mas tomou 4 gols no segundo tempo e foi eliminado. Pra mim, está claro que foi falta de competência.

No São Paulo, a mesma história. Depois de ganhar por 2×1 do Bragantino o jogo de ida e abrir vantagem de 1 gol no jogo da volta, levou 3 gols e deu adeus à competição.

O Inter perdeu os dois jogos do Ceará (que parece ter potencial pra incomodar) e, apesar de ter gente falando que foi para entrar na Sul-Americana – o jeito mais fácil de se chegar à Libertadores, segundo a imprensa -, eu não consigo acreditar.

A Copa do Brasil é um torneio muito mais emocionante, na minha opinião. Não sei se é porque eu tenho muita saudade da época em que o Brasileirão ainda era disputado no mata-mata, o sistema que mais me agrada, mas depois do Mundial e da Libertadores é o título que eu mais tenho vontade de ver o Grêmio ganhando outra vez. E perder as Copas de 2012 e 2013 ainda me dói.

Tenho ainda fresco na memória aquele 2×0 contra o Santos, ano passado, na Arena que me deixou rouca por uma semana. E os pênaltis contra o Corinthians que me fizeram idolatrar um zagueiro como Bressan apenas por ter dito ao Pato o que eu queria ter dito. E foi um golpe duríssimo ver o título indo embora na mala do Atlético-PR que facilmente resolveu cedê-lo ao Flamengo como se fosse uma cortesia qualquer.

Bressan cumprimentando Pato. Foto: Diego Vara

Bressan cumprimentando Pato. Foto: Diego Vara

Independente do tamanho do adversário, seja grande ou de menor expressão, eu preciso ver entrega em campo, preciso pensar que essa Taça pode ser nossa de novo. O time do Grêmio acha que tem um grande talento e, talvez por isso, não tenha se entregado tanto nos últimos anos. Muita gente fala que não podemos pensar como time pequeno, mas time pequeno está disputando final de Libertadores e avançando na Copa do Brasil. Me parece um sinal claro de que não se trata mais de uma questão de grandeza, mas, sim, de superação e de vontade no que se faz.

Acho que os jogos de ontem foram uma grande lição. É preciso estar atento e ter vontade de crescer sempre, não interessa o tamanho que já se tenha atingido.

 

 

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12 + comentários

  • Alessandro Lima 14 de agosto de 2014 - 23:47 Responder

    É isso mesmo. Me parece que a copa do Brasil desse ano tá mais difícil que a do ano passado por ter Corinthians e Crizeiro…mas acho que temos condição de ser campeões.

  • Glauber 15 de agosto de 2014 - 05:06 Responder

    Amigo….vontade de querer vencer, ja representa mais de 50%;

    Time talentoso sem vontade nao chega a lugar algum. Time com talento limitado, porem com sangue no olho, nao vai chegar sempre. Mas eventualmente vai chegar!

    Abracs

    • Eduardo Schwede 16 de agosto de 2014 - 18:47 Responder

      San Lorenzo, um baita exemplo disso!!!

  • rodrigo restelato 15 de agosto de 2014 - 06:36 Responder

    cara, não dá pra acreditar que o Gremio com tudo oque investe e com a estrutura que tem, tenha sido eliminado por AtleticoPR e San Lorenzo.

    • Ademir Pedrini 15 de agosto de 2014 - 10:26 Responder

      A Libertadores mais facil de ganhar foi essa, mas vamos em frente o time tem que ter mais raça. Saber que estão jogando no Grêmio.

  • Adilson 15 de agosto de 2014 - 07:12 Responder

    Julia, sendo essa tua conclusão então mais uma vez vamos ficar no caminho da CB, porque garra ou vontade nosso time não tem há muito tempo. E como venho comentando, não temos nenhum LÍDER no time para cobrar isso dos jogadores. O Grêmio pode perder ou ganhar que a vontade deles é a mesma.
    Quando a direção acordar e contratar um líder ou o Filipão encontrar alguém para exercer esse papel não teremos nenhuma chance de ganhar um titulo. Seremos um time pequeno achando que é grande, mas sem vontade ou garra, infelizmente …

  • Fausto 15 de agosto de 2014 - 09:56 Responder

    É bem isto Julia. Compartilhei 100% desta tua melancolia enquanto assistia o jogo da final. Só pensava comigo mesmo, “como é que não estamos nesta final?”.

    A verdade é que me lembro de 3 eliminações em mata-mata nos últimos anos em que perdemos realmente para os adversários. Final da Libertadores 2007 contra o Boca. Semi-final da Libertadores 2009 contra o Cruzeiro e semi-final da Copa do Brasil 2010 contra o Santos. Este último confronto, já com uma boa dose de cagaço por conta do treinador, o Silas, pois ficou claro que se jogássemos pra ganhar poderíamos ter ganho.

    As demais eliminações todas, incluindo aí para o San Lorenzo (que aliás, fiquei feliz que conquistou a Libertadores, pois imagina a alegria dos torcedores e são um clube de tradição, querendo ou não merecem ser campeões), foram todas tropeçando nas próprias pernas.

    Com todo o respeito que os adversários merecem, mas não perdemos para eles e sim para nós mesmos.

    Perdemos pras nossas convicções ou falta delas, perdemos para a falta de atitude, de raça, de luta até o final. Perdemos para as decisões erradas, as contratações erradas, as escalações erradas. Perdemos pro cagaço. Ou pra deficiências que temos há anos e quem é pago para identifica-las não consegue identificar. Desde Douglas que não temos um meia capaz de armar jogadas e fazer o time jogar. Mas a direção sequer sabe disso. Uma coisa seria eles dizerem “nós precisamos de um meia capaz de organizar o time e armar jogadas, mas não estamos conseguindo encontrar no mercado”, mas nem isso. Não é falta de opção, é falta de consciência desta necessidade. Enquanto isso, podemos montar quase um time inteiro de meias-atacantes: Maxi, Deretti, Rodriguinho, Dudu, Luan, Fernandinho, Alan Ruiz e Giuliano. Nada menos que 8 jogadores!

    Ou então um time inteiro de volantes: Edinho, Wallace, Matheus Biteco, Felipe Bastos, Riveros, Ramiro, Zé Roberto e Pará improvisado.

    Com zagueiros é a mesma coisa. Tem 6 no elenco, mas só um é confiável. No entanto não se vê a diretoria falando em trazer um zagueiro pra ser companheiro do Rhodolfo. O Rhodolfo precisa ser deslocado de lado para que o Werley possa jogar! Como é que vamos ganhar alguma coisa assim? Isso não tem nada a ver com o adversário. Seja contra o Corinthians ou contra o XV de Jaú, o problema será o mesmo!

    • Rafael 15 de agosto de 2014 - 13:54 Responder

      Assino em baixo Fausto!!!
      Também acho que desde Douglas não temos mais um legítimo camisa 10. Chegou o Zé Roberto e todos achavam que ele seria esse cara, mas não é, nunca foi, e nunca será. Dava gosto ver o Gremio do Renato (primeira passagem), com Douglas, Jonas e cia… apesar de não termos ganho nada à época era uma base muito melhor que a de hoje. Abraço

      • Sena 16 de agosto de 2014 - 13:45 Responder

        Disseste tudo ! tem 50 meia-atacante, 50 volante (sendo que só o riveros e esse guri jogam alguma coisa) 50 zagueiros (sendo que só o rhodolfo é confiável) e ai eu te pergunto: Cadê um meia armador? cadê os laterais? onde está mais um atacante que FAÇA GOLS?

        Qualquer torcedor borracho num bar tem mais conhecimento de futebol que o Chitolina e o Rui Costa. Koff deu um tiro no pé quando se cercou de incompetentes. Só espero que o torcedor não se esqueça de nomes como: Pelaipe, Luis Onofre Meira, Antonio Vicente Martins, Rui Costa, Marcos Chitolina, Odone, Guerrero, Koff…. é culpa desses IMBECIS os 14 anos sem títulos importantes. Porque foram esses ANIMAIS que apostaram em enderson moreira, silas, celso roth, julinho camargo, caio júnior, vagner mancine, lipatim, escalona, ramom, patricio, marcel, tuta, amoroso, leandro cachaça, kleber bundador, pará, edinho, sorondo… e eu poderia ficar até amanhã citando nomes que fizeram o Grêmio naufragar. Mas como eu disse, não é preciso lembrar do nome de técnicos burros e jogadores ruins, mas sim dos dirigentes que os colocaram ali para cagar com tudo. E pensar que a maior esperança política que emerge no Grêmio é o Bellini jr… pelo visto serão mais 14 anos sem nada….

  • Mano 15 de agosto de 2014 - 14:43 Responder

    Eu de verdade acredito (ou preciso acreditar) q o Felipão pode fazer um bom trabalho e resgatar a alma do grêmio.
    Por outro lado, eu de verdade não acredito (e espero estar errado) q isso seja possível com o atual plantel. É um bando de bundões, gente sem sal, sopinhas de batata que não fazem mal pra ninguém.
    Gente que eu quero pra tomar uma cerveja e bater um bom papo num happy hour, não no clube q eu amo.

  • Fausto 15 de agosto de 2014 - 15:31 Responder

    Perfeito Mano, não sei quando foi que o Grêmio resolveu parar de contratar seguranças de boates, pra começar a contratar frequentadores.

  • Sena 16 de agosto de 2014 - 13:33 Responder

    Ai que tá, esse time do Grêmio não é talentoso (aliás, é H-O-R-R-O-R-O-S-O) e para piorar é sem sangue. Time broxa sem nenhum tesão, aquele time sub-20 do tricolor tem mais HOMEM do que o profissional.

    Antes de qualquer aspecto tático, o que o big phill tem que resolver é essa falta de vontade que esse time medíocre tem.

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