Trinta e tantos anos depois

0 Postado por - 9 de setembro de 2013 - Artigos

Buenas, poderia começar esse post focado em fazer piadas que envolvessem mulheres bigodudas e segunda divisão, mas não vou dar mais audiência para dois mequetrefes que fizeram comentários ridículos. É pra lidar com esse tipo de gente que o Grêmio tem departamento jurídico.

Prefiro compartilhar com vocês a alegria única que tive nesse dia 07/09/13.

Consegui reunir o meu pai e o meu filho para irmos juntos ao jogo do Grêmio. Eu já conhecia a Arena (valeu Duda), mas o moleque e meu pai ainda não. Tive que fazer um esforço e resolver isso.

Meu filho foi facinho de convencer, já meu pai demorou pra ceder. A idade pesa, 77 anos, e ainda de noite, do outro lado da cidade. Foi difícil, mas acabou cedendo. O último jogo do Juliano (meu filho) tinha sido um Grêmio x Santos há 5 anos atrás, já o do meu pai se perdeu nas memórias.

As únicas lembranças eram as óbvias diferenças entre Olímpico e Arena. Ir no jogo naquela época era outra coisa. Podia-se comprar qualquer bebida alcoólica, podia-se fazer piada sem medo de processo, tinha uma quantidade absurda de cambistas, a gente sentava no chão de cimento, quase todos os gritos na torcida tinham palavrões e era impossível ir ao estádio sem correr riscos – que podiam ser uma briga, um assalto, virar piada, ser ofendido, levar um saco de mijo na cabeça. Mas foda-se, para mim, um moleque, era uma escola ir no jogo.

A cara dos dois logo na chegada foi muito bacana. Pro Juliano era algo do tipo: agora sim, tá tudo certo. Pro pai era: caramba, a coisa tá assim, nunca imaginei.

É amigos, a Arena realmente impressiona. E muito.

 

Mas vamos ao jogo.

Gostei do Grêmio em campo. Zé Roberto em atuação luxuosa, Kleber com toda a disposição e o Alex Telles se apresentando pra jogar. O Santo conseguiu armar o Grêmio com o Zé, imagina quando voltar o Elano. Tava tudo certo, 2 x 0 e meu pai diz “abriu as porteiras, agora vai ser goleada”. Acho que ele falou alto demais que os jogadores ouviram e ferrou. O portuga dono da padaria mudou o time e começou a complicação. O Santo não respondeu as mudanças tácticas e quase que a massa desanda.

No final rolou o pênalti, sim foi feita a carga que deslocou o Gladiador quando ele já estava no ar, e daí foi só sair pro abraço.

Alegrias para nós e desgraça pro juiz. Poupei ele até aqui, mas vai sem meia-boca assim lá na casa do caralho. Tinha um bandeirinha que ficava sacudindo a bandeira que parecia que estava na parada gay, ou estava dançando Village People. Marcou o que não devia e deixou escapar o que devia. O juiz tava tão cagado que teve que chamar a brigada para tirar ele do enrosco que ele mesmo criou. Lamentável. O nível da arbitragem está muito abaixo do cu do cachorro.

Saímos da Arena, três gerações de gremistas felizes da vida. E o Ju me perguntando: pai, a torcida da Portuguesa veio de fuca?

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4 + comentários

  • Mr. White 9 de setembro de 2013 - 11:25 Responder

    Ver o jogo com o pai que te levava quando tu era pequeno e agora é tu que leva ele, não tem preço. Eu ainda não fui acompanhando meu velho, mas pretendo ir em breve.

    Sobre o jogo… Estou preocupado com o Grêmio. Os 3 pontos vieram, mas o que preocupa é a forma como o Grêmio ganhou.

    Vejo carências no ATAQUE. Depois do 2×0 BARCOS teve uma chance claríssima de matar o jogo e fazer o 3º. Mais uma vez faltou qualidade. BARCOS também falhou no 2º gol da Lusa, pois era o marcador do jogador que fez o gol. Mas isso não surpreende, pois cabecear é um fundamento que não existe no repertório do nosso atual camisa 9. TODAS as bolas aérea que vão para ele são recuadas pro goleiro ou vão por cima do gol sem o menor perigo. Ahh… alguém vai dizer que o BARCOS marcou de cabeça, sim aquele gol até a minha avó de cadeira de rodas fazia. (Menos o Caio, comentarista da Globo, ex jogador do Grêmio, quem é mais velho deve lembrar.)

    E no mais, o Grêmio conseguiu a façanha de estar ganhando de 2×0 e permitir o empate para um sério candidato ao rebaixamento. Sem contar que o pênalti no KLÉBER não houve, o juizinho marcou para compensar o gol legal do KLÉBER no 1º tempo quando ele deu impedimento.

    Pênalti muito mal batido por sinal. KLÉBER fez uma cobrança bizonha, chutou em cima do goleiro e por pouco não desperdiçou.

    Para um time que já teve camisas 9 como: Nildo, Jardel, Christian entre outros… Ver o BARCOS vestir a 9 é um retrocesso.

  • Cícero - CWB 9 de setembro de 2013 - 11:26 Responder

    Eu não marcaria o penal, mas pelo histórico do Kleber (de sempre reclamar e forçar o clinch) mas se o lance fosse no Zé Roberto, marcaria sem medo, é da natureza do Zé Roberto NÃO CAVAR faltas, se ele caiu é pq foi falta mesmo. Mas, já nos roubaram tanto né?
    O engraçado é que ninguém fala do gol de cabeça do Kleber, que para mim foi mal anulado, no começo do primeiro tempo quando ainda estava 0x0, isso ninguém fala.

    Esse tipo de discussão no futebol só vai acabar quando todos os lances capitas (penal, faltas, impedimentos e gols) forem avaliados pelas imagens da TV.
    Acompanho a NFL a mais de 10 anos e desde a temporada passada todo e qualquer “turnover”, quando ocorre inversão da posse de bola por interceptação ou “fumble” forçado ou não forçado, touchdown… todos esses lances são avaliados por imagens da TV, os árbitros param o jogo e confirmam se o lance foi legal ou não somente após avaliar as imagens da TV. São raros os lances que geram confusão, ocorrem, mas são muito poucos.

  • Cícero - CWB 9 de setembro de 2013 - 11:32 Responder

    Mr. White, menos, bem menos.
    Pênalti feio é o que não entra.
    Em outros tempos não teríamos feito o terceiro GOL, aliás, quando foi a ultima vez que vc viu o ataque do Grêmio produzindo tantos gols? O time ainda está oscilando, mas não está ruim como vc retratou.
    Sds!

  • Adriano 1903 9 de setembro de 2013 - 17:52 Responder

    Eu nunca pude ter este sentimento, meu pai não gostava de futebol e quem me ensinou o caminho do OLÍMPICO foi a minha mãe, que é minha parceira até hoje, ainda que, por outros motivos e também pelo DESGOSTO que tenho pelo teatro da OAS, eu esteja indo a poucos jogos e não sejamos mais tão companheiros… Poderia ter parte deste sentimento, meu filho nasceu no final do ano passado e INFELIZMENTE não vai poder me acompanhar NA NOSSA CASA, O OLÍMPICO MONUMENTAL. Demorei demais… Talvez me acompanhe no teatro da OAS, até os 2 anos (idade na na qual ainda não precisa pagar ingresso), ou mais adiante, quando tiver sua própria renda. Até isso essa MALDITA mudança provocou, a dificuldade dos pais de levarem seus filhos para acompanhar o Grêmio. No NOSSO Monumental, no anel inferior, criança entrava SEM PAGAR até os 12 anos. Legal teres realizado esse desejo, 3 gerações de Gremistas juntos acompanhando o Tricolor, mas eu, sinceramente, não tenho sentimento algum por aquele local CARO, FRIO E SEM ALMA que ergueram no Humaita, onde agora o Grêmio manda os seus jogos.

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