Uma tarde olímpica na Arena

0 Postado por - 28 de julho de 2013 - Artigos

Quando o dia clareou, nasceu mais que um dia.

Um verão em pleno inverno. Pássaros cantando. Sol radiante. Era uma maneira do universo comemorar os 30 anos do primeiro título da Libertadores conquistado por um time do Rio Grande do Sul. Era uma  maneira de homenagear o pioneirismo dos verdadeiros campeões.

 

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Uma Arena pulsava em azul, preto e branco. O convidado era o tímido tricolor carioca – mais um dos times pequenos desse mundo que aproveitaram o cochilo dos grandes pra beliscar títulos de relevância nacional.

Abel, velho conhecido dos bares de Porto Alegre, era o convidado de honra. Passou pelas cagadas dele a coroação de um dia histórico para a Arena.

Começamos muito mal. Adriano mais parecia um pião, correndo sem exito de um lado pro outro. O meio de campo inexistia. Elano, mais uma vez, falhava na função de homem agudo do meio. Barcos e Kleber viam sonegadas qualquer chance de receber uma bola limpa e em condições de chute.

Foi aí que a América resolveu fazer parte da homenagem ao tricolor, e o paraguaio Riveros começa, aos poucos, a escrever sua própria história no Grêmio.

Riveros fez uma estreia de luxo. Mais que o gol, mostrou vontade e participação no ataque. Ganas de ganhar, ganas de vestir o manto sagrado com toda a pompa e circunstância.

Mas, voltando ao jogo, começamos mal e tivemos um primeiro tempo horroroso. Daqueles de esquecer. Nada dava certo. E até a trave resolveu, caprichosamente, participar do resultado da partida impedindo uma cabeçada do Pirata que começou com uma jogada de letra dele, Riveros.

O empate era justo pelo futebol apresentado, mas injusto com a beleza de jogada que finalizava o primeiro tempo. Foi quando o juizinho maloqueiro (inverteu faltas, permitiu o jogo violento) apitou o final do primeiro tempo e deu chance ao Renato colocar o time nos eixos.

O segundo tempo começa em outro ritmo. Adriano (que nunca vai ser titular) parou de correr a esmo, a bola começou a ficar mais tempo nos pés de Zé Roberto e do (apagado) Elano. E o Grêmio, antes acuado, resolveu jogar como ha 30 anos, com raça, vontade e entrega.

Logo aos 5 minutos, Barcos faz uma jogada de centroavante. Segura a bola, cercado por 3 adversários, engambela 2 dando tempo para o Alex Telles encostar. Alex recebe a bola e faz o contrario do bom senso: em vez de devolver a bola pro centroavante no bico da área, corre pro fundo, onde estavam os 2 combalidos engambelados pelo Pirata, e cruza. Cruza uma bola lenta, certeira, viajando naquela câmera lenta digna de quem sabe que o endereço do gol é certo. E encontrou ele, Riveros, o estreante libertador do domingo.

Um gol, pelas circunstâncias, com cara de golaço.

A partir dai, o nosso querido e ébrio Abel Braga fez o favor de facilitar a partida empilhando atacantes e entregando o meio de bandeja pro Renato. Que não se fez de rogado, agradeceu e ainda promoveu a entrada do Ramiro no time. Este sim, o cara que vai tirara definitivamente o Adriano do time.

Foi dele o passe primoroso pro Gladiador selar a vitória nesse dia radiante, e fazer justiça à festa dos 30 anos da pioneira conquista da Libertadores.

O dia estava completo. Os deuses do futebol satisfeitos. Eu, ainda não.

Vou terminar este texto com algumas críticas. Elano, pra mim, não pode ser o vertice do losango. O time, sem Vargas, fica muito lento e previsível. Maxi, ao meu ver, desempenha MUITO melhor esta função.

OK, OK, somente 3 estrangeiros podem jogar. Então eu arriscaria a inversão de posições entre a lentidão do Elano com a vitalidade do Zé Roberto. Missão pro santo.

O mesmo acontece no meio de contenção. Fica claro que Adriano não tem lugar neste time. Mas, novamente, temos problemas para escalar 4 estrangeiros. De qualquer forma, com ou sem o participativo Riveros, Ramiro pede passagem.

E, pra finalizar, uma crítica ao nosso Grêmio: esperava mais do clube para homenagear os 30 anos da primeira Libertadores. O fim das permutas com a ZH não podem servir de desculpa pra não termos nem um mísero anúncio de jornal pra marcar a data…

Os 30 anos do Mundial, tenho certeza, vai ser diferente.

 

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Prepare sua garganta, coloque o despertador pra tocar no dia 11 de dezembro, às 1h58. O RS, o Brasil e o Mundo vão, novamente, nos ouvir.

 

 

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4 + comentários

  • Anderson 28 de julho de 2013 - 21:45 Responder

    Primeiro vértice com Ramiro. Zé e Riveros. E no vértice superior, Maxi. Ataque com Vargas e Kleber.

    Feito o carreto

  • Rafael F. 29 de julho de 2013 - 08:02 Responder

    Tiago, baita texto.

    Só faltou a crítica a nossa muy valorosa BM, mais uma vez demonstrando que a questão da segurança, no RS e no Brasil, ainda precisa de muito investimento e mudanças de mentalidade.

  • Matheus 29 de julho de 2013 - 09:49 Responder

    E vale a crítica ao juiz e bandeirinhas cagões, que só veem agressões do grêmio.
    1. Deco jogou a bola na cara do Kleber.
    2. Cotovelada do Sobis no Adriano.
    3. Pênalti claríssimo no Barcos.
    4. Pisão intencional na cara do Kleber.

    A crítica é mais pela disparidade das arbitragens. Os “críticos” disseram que o juizão do criciuma acertou. E este então, de ontem?

  • Adriano 1903 29 de julho de 2013 - 12:01 Responder

    Valeu a vitória e a celebração aos nossos heróis de 83. O time ainda tem alguns “vicios” que o maldito “profexô” deixou, mas já mudou consideravelmente, principalmente na postura e atitude. Me preocupa a lentidão da equipe, o Barcos parece ter algum problema físico, assim como o Elano, fora alguns lampejos de talento e força, os dois parecem estar sempre “com o freio de mão puxado”… Quanto ao marketing do Grêmio, infelizmente é muito fraco, algumas ações são legais, mas dão a impressão de que poderiam ser muito melhores…

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