E vai sobrar pro Riveros…

O jogo serviu para testar mais uma variação do 4-2-3-1 com as novas peças. Não que seja novidade – era exatamente assim que jogávamos com o Kléber, Vargas e Barcos quando o Zé foi usado nos quatro jogos finais do ano. E, mais uma vez, pode-se ver que o Grêmio precisa de muito treino para aprender a defender com dois volantes. E foram dois marcadores, já que nem o Edinho e nem o Léo Gago são conhecidos pelas suas características de participação e habilidade, mas pela sua vocação pra cão de guarda. Aí há um espaço claro: quando um dos laterais passa, sobra um espação entre o zagueiro e o volante por onde até o Pico deitou e rolou (tu-dum-tss). Com três volantes, um fica no meio e o outro guarda a lateral.

Luan colocando o Kléber no banco. Foto: Lucas Uebel, Grêmio Oficial.

Do meio pra frente, aí sim, uma melhora. O Dudu, como já falamos aqui, era winger na Europa – exatamente a posição onde atuou. Ele e o Luan são peças perfeitas pra essa posição. O mais lógico é que ambos ganhem espaço para jogar a Libertadores. O volume ofensivo é muito bom com eles no ataque. Mas era necessário que tivéssemos mais dois volantes com mais qualidade para marcar e apoiar: Ramiro e Riveros, com o Edinho ficando de sobra pra não haver riscos atrás. O Alan Ruiz era pra ser o cara que ocupa o meio quando se tem só dois volantes, como contra o Novo Hamburgo, mas ele não sabe voltar pra marcar. E, como o Riquelme, faz jogadas monstruosas (como aquela bola que ele largou milimétrica pro Barcos não arrematar de esquerda e perder a chance), e some sem avisar depois. Tem que ter muita vantagem ofensiva para ser aceitável correr riscos de tomar gol.

Foi um primeiro tempo muito bom. Criamos muito. Mas foi assim enquanto o adversário não tocou a bola. Quando fizeram, mais uma vez, não tivemos a capacidade de roubar a bola. Isso segue sendo um mistério pra mim. A saída do Souza não pode ser tão prejudicial assim. Com os dois volantes que foram pro campo, não há desculpa para a posse de bola do adversário. Precisamos roubar a bola e partir rápido. Já temos os rápidos; precisamos dos ladrões. E há outro grande porém nessa história: sigo apostando que o Enderson não vai tirar nem o Edinho, nem o Zé Roberto do time. Ou seja, vai sobrar pro Riveros. Afinal, o cara nem chora por ser reserva, né? O treinador vai querer é evitar a fadiga.

Ainda bem que a torcida já facilitou e deu uma boa desculpa pra deixar o Kléber no banco, reconhecendo a bola que o Luan tá jogando. Partiu achar uma pro Zé? Maxi? Ruiz? Vamo se mexer?