EM BRIGA DE MARIDO E MULHER….

0 Postado por - 24 de setembro de 2018 - Artigos

Já deve ter acontecido com você alguma vez; você se interessa por uma guria, começa a ser correspondido, mas fica na dúvida em relação à seriedade que vai dar à relação, mesmo ela demonstrando vontade de um maior envolvimento. Aí aparece um terceiro, um outro sujeito também cobiçando a moçoila, e você se vê obrigado a decidir se vai ou se fica, se troca o status no Facebook, etc… Pois esse sujeito intrometido funciona como um catalisador, e tem o poder de mudar ou apressar o relacionamento entre as partes.

Foi mais ou menos essa a função exercida pelo repórter da RBS ontem, durante Grêmio x Ceará.
Por motivos alheios à nossa compreensão, Luan tem tido um ano irregular. Ou no mínimo um segundo semestre irregular, cheio de altos e baixos. E ontem ele conseguiu viver tudo isso em um mesmo jogo. O primeiro tempo de Luan não foi bom, com dificuldade nos passes e perdas de bola perigosas entre a intermediária e o ataque. Em uma delas, o Ceará engatou um contra ataque e, pegando nossa zaga desarrumada, marcou seu segundo gol, que àquele momento o colocava em vantagem no placar. Após isso, toda vez que o guri pegava na bola, recebia uma vaia colossal. Nem vou entrar no mérito da vaia, trata-se apenas da constatação de quem assistiu ao jogo pela TV e ouviu isso, embora em lance de escanteio cobrado por Luan, a vaia também fosse destinada ao goleiro adversário que fingia lesão caído na área.
Ao final do primeiro tempo, o jornalista aguardou ansioso a saída dos atletas e foi direto no garoto. Fosse eu o jornalista, teria feito o mesmo, já que um dos principais jogadores do time estava sendo vaiado. Fosse eu Luan, não teria dado a entrevista, pois a vaia visivelmente o abalava. Eis que ele parou e falou secamente que havia ainda todo um segundo tempo pela frente. E havia.
Veio o segundo tempo, e com ele a redenção, a segunda chance a que todos têm direito, dizem. Luan, o vaiado, o xingado, mudou de postura, começou a ser elogiado na transmissão, e decidiu (novamente) o jogo à nosso favor em uma falta belamente executada. E passou a receber palmas cada vez que tocava na bola. A torcida havia se decidido, havia tomado o partido do atleta. A torcida afirmava que Luan estava mal, era verdade, mas também afirmava que quem critica nosso atleta somos nós, e não os outros, sejam os outros quem forem.  O catalisador cumprira seu papel.

Ao final da partida Luan parou para o mesmo repórter e deu-lhe uma resposta seca, como há muito não se via um jogador fazer. Nesse momento fosse eu Luan, teria parado. E fosse eu o jornalista….ninguém gostaria de ser o jornalista.

Comparilhe isso:

Sem comentários

Deixe uma resposta