O Grêmio e as intenções

1 Postado por - 11 de março de 2014 - Artigos

Faz mais de dez anos que eu resolvi me aventurar no estudo da história. Queria trabalhar com tantos assuntos que eu achava que ainda estão mal contados que acabei chegando na história da Primeira República Brasileira (conhecida como “República Velha”). Fiz a graduação, mestrado e agora estou no doutorado sobre o tema. É um período bastante interessante. Pouca gente se dá conta, mas apenas em 1889 o mandatário máximo do Brasil deixou de ser alguém que saiu do saco real do pai dele (quem era a mãe interessava menos ainda…). Foi por essa época que Charles Miller trouxe o futebol par o centro do país, em 1894. Ou seja, apenas SEIS anos após a abolição da escravatura, que é de 1888.

Time da Liga das Canelas Pretas. Foto do site do coletivo Geledés.

Por mais que o futebol gaúcho tenha chegado se popularizado através das excursões do Rio Grande – que, por sua vez, teve influência do Uruguai e dos times de Livramento – o processo foi, mais ou menos, simultâneo. O jogo de Porto Alegre que “fundou” o Grêmio, time do carinha que emprestou a bola pro jogo sair, foi em 1903. Ou seja, ainda não havia nenhum adulto negro que não tivesse nascido durante a escravidão. Por mais que, desde a lei do ventre livre (que garantiu que filhos de cativos fossem alforriados) em 1871, muitos não fossem mais “propriedade” de alguém, a figura jurídica do ESCRAVO só foi sumir das leis nacionais 17  anos depois – ou seja, pessoas podiam “se dar ao direito” de não considerar um negro como um igual. Afinal, um negro tinha que provar que não era mercadoria. O branco não precisava.

O Brasil da Primeira República era um país que estava aprendendo a lidar com as diferenças. Como simplesmente liberaram os cativos, órgãos federais fortaleceram as políticas de imigração para “repor a mão de obra”. O trabalhador que, cativo, era um instrumento de trabalho na terra, deixou de ser opção  para trabalho livre: era vagabundo, precisava apanhar pra funcionar. Assim, até 1930, pelo menos, o poder público “importou” mão de obra estrangeira da Itália, da Polônia, até do Japão. Foram anos de loucura cultural, com pessoas de várias partes do mundo chegando e tendo que adaptar a sua cultura ao novo país.  Ao mesmo tempo, os acadêmicos da época, que pesquisavam coisas como o motivo dos negros serem vadios (que era uma “fato”, pra eles), estimulavam a importação de pessoas para o “branqueamento” da população. Essa ideia era “científica”, ou  seja, tão “válida” quanto a teoria da relatividade hoje. Um dos autores mais  proeminentes nesse “campo” foi Oliveira Viana, que recomendava alemães e ingleses para “melhorar” o Brasil (europeus “de segunda linha”, como italianos, eram só um paliativo e asiáticos deveriam ser evitados). Monteiro Lobato, embora não fosse “cientista”, era um dos grandes divulgadores da ideia. E isso quase nos anos CINQUENTA.

Até os anos 40 o racismo não era apenas aceito, ele era “natural”. A Eugenia era considerada científica. Negros não podiam jogar “não por serem negros”. Nunca houve uma proibição étnica escrita. O futebol era um esporte amador; ou seja, só quem não precisava trabalhar podia jogar. O que tirava os negros do esporte era um racismo nas entrelinhas, velado. Isso criou a Liga da Canela Preta, um campeonato de várzea onde os negros podiam jogar. E fizeram isso tão bem que atraíram os olhares dos clubes quando a profissionalização começou a ser permitida. E foi nessa época que o apelido “macaco” se originou, junto com a dissolução da Liga. O Inter se declarou “o time do povo”  depois que uma equipe quase inteira da liga acabou substituindo os seus jogadores em uma tacada só. Sim, já haviam jogadores negros jogando nos dois times há “muito” tempo. Mas eles eram “meus amigos” – logo, não eram “os pretos”. É como aquele teu  amigo que vai na Geral “mas não é marginal”, tu conhece ele, é um cara bem legal. Além da história que o Lupicínio contou, há outra, sobre o time que o pai dele treinava, na liga. Dizem que só podiam jogar lá mulatos ou porteiros de hotel. Ou seja, uma conotação clara de posição social: qualquer preto que conseguisse ser porteiro de hotel era branco o suficiente para ser mulato.

Isso tudo é, aos olhos de hoje, completamente absurdo. Mas, por exemplo, minha avó nasceu em 1929. Nos anos 40, quando ainda existia a liga, ela já tinha idade para ser preconceituosa. Ou seja, tudo isso ocorreu há menos de duas gerações. É completamente histórico que o seu avô, seu pai, possam ser racistas. Nós,  não. Quem tem aí seus vinte anos, menos ainda. Faz tempo que se sabe que não existe diferença significativa entre as “raças” – só traços fenotípicos. O racismo não é uma ciência, é só preconceito e viralatismo. E aceitar que tua criação foi racista – a minha foi, e muito – não faz dos teus pais gente pior. Já disse: pelo contexto social onde se encontravam, era necessário muito esforço para não ser. Era bonito saber piadinha de preto. Hoje já superamos essa criancice.

Então, por mais que hoje tu diga que quando canta macaco não está querendo ofender ninguém, tu pode estar e vai estar. Só não me venha manobras para provar “historicamente” que uma coisa não tem a ver com a outra – isso só é possível no reino da fantasia. E, finalmente, se tu acha  que não é ofensivo chamar alguém de macaco,  não dá bola quando eu te chamo de racista. Eu também faço isso “sem intenção de ofender”.  Só quero te ajudar a se dar conta do que tu tá fazendo.

PS: embora seja o segundo texto seguido que está falando sobre o tema, essa posição não é DO BLOG, é dos seus autores.

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40 + comentários

  • Rafael 11 de março de 2014 - 13:00 Responder

    Eu, branco, hétero e gremista, chamar um colorado igualmente branco e hétero de macaco é racismo? Vendo do ponto que os colorados adoram chamar os gremistas de “Gazela”, isso tornaria eles homofóbicos? ou seria só contra os gremistas gays que isso seria homofóbico? Assim como só é racismo chamar de macaco os colorados negros?

    Mas eles falam isso pra mim… pq?eles querem que eu seja gay pra poder me ofender? é isso?

    Acho que não… “Ofensas” no futebol, principalmente apelidinhos como Gazela ou Macaco, são coisas do futebol… Provocações, piadas, quem mais me chama de gazela, é um ex-colega da época do colégio, conheço ele desde meus 8 anos eu acho, seguido saímos para rir e beber, ele colorado macaco, eu, gremista gazela… mesmo nenhum de nós gostando desses apelidos, não somos racistas nem homofóbicos… Ou somos?

  • Fagner 11 de março de 2014 - 13:10 Responder

    Sim pras duas, Rafael. Quem chama de macaco é racista, quem chama de gaymista é homofóbico. Ofensas no futebol são ofensas na vida social. São pouquíssimos os termos que ofendem dentro das quatro linhas que sejam ofensivos fora delas. Por exemplo, chamar de perna de pau é coisa do futebol. Chamar juiz de ladrão, não. Assim como os casos do macaco e gaymio.

    E mais, se eles falam isso, não por quê ser idiota só porque eles são.

    Saludos,
    Fagner

  • Denis 11 de março de 2014 - 13:31 Responder

    Pois é. Esta cada vez mais chato torcer, ou ir qo estadio. Tudo é motivo para discussão. E ainda vcs levantam a lebre contra. O Racismo existe, todo mundo sabe. Os proprios colorados se intitulam “macacos”. Todas as torcidas sao mistas, não entendo pq isso agora. Apoio contra o racismo. Mas isso é babaquise, querer um mundo politicamente correto. Não se pode mais piada de nada, tudo “ofende” alguem. O país mais racista é o EUA, que elegeu um presidente negro. O cara mais correto nos ultimos tempos é Negro JB. O rei do Futebol é? Negro. Ainda vê racismo? Não posso beber em estadio, não posso xingar meu coermão. Posso ao menos olhar o Jogo? Posso torcer? Ou assisto pelo PFC?

  • Fabiano 11 de março de 2014 - 13:47 Responder

    racismo pra mim é tu ter dois profissionais em igualdade de condições e preparo para determinada função e basear a escolha somente pela raça de um deles,ou seja toda vez que alguém perante uma situação que preze pela igualdade seja preterido pela sua cor,credo ou sexo.
    Esse coitadismo que o negro brasileiro desenvolveu é patético procurem pelo que diz o ator (eu poderia dizer “ATOR NEGRO” mas não é preciso ele é apenas um ator) Morgan Freeman sobre este coitadismo que se tentou introduzir na América do Norte e os próprios negros americanos rejeitaram.
    Não sou racista tenho amigos negros que fazem piadas sobre si mesmos e quando viajo para Porto Alegre sou carinhosamente chamado pelos meus amigos de comedor de polenta, me perguntam como vai a colônia,se cheguei de trator puxando uva entre outros apelidos comuns para nós aqui da gringolãndia devo processa-los?
    Eu prefiro me preocupar com torcedores negros,brancos,judeus,índios que são espancados ou mortos em estádios de futebol e isso não acaba e ninguém se choca mais isso sem falar na violência nossa do dia a dia que somos reféns.

  • Miguel Grazziotin 11 de março de 2014 - 14:00 Responder

    Ótimo texto Fagner, realmente temos que fazer isso chegar em toda a torcida, de todos os clubes, não existe “perdão” por xingamento “no futebol”, é tudo xingamento, racismo, homofobia, machismo (“até que joga bem pra uma mulher”) e deve ser tratado como o crime que é.

    Talvez com iniciativas como a tua e dos outros autores consigamos melhorar a sociedade como um todo e o “consumo” de futebol no Brasil.

  • Romeu Finato 11 de março de 2014 - 14:02 Responder

    Excelente texto.

  • Dalmir Meneguzzo 11 de março de 2014 - 14:05 Responder

    é o reino da HIPOCRISIA imperando no Brasil, desde o ano de 1500.

  • Egberto 11 de março de 2014 - 14:35 Responder

    Belo texto, com estudo bastante criterioso. Concordo que deveremos alterar nossos cânticos para não prejudicar o Gremio. Os tempos são outros e o “politicamente correto” esta ai para ficar.
    Apenas mais um pouco de história: quando a Liga da Canela Preta tentou participar do citadino de futebol, o SC Internacional vetou a sua participação. Dai surgiu o Gremismo de Lupicínio e todos os seus familiares. Clube do Povo? pois sim!!!!!!

  • gremista cego 11 de março de 2014 - 14:44 Responder

    Ótimo texto, o melhor que eu li sobre o tema.
    Parabéns!

  • Agenda Negativa 11 de março de 2014 - 14:54 Responder

    Parabéns Fagner, belo texto.

    Concordo que chamar “alguém” de macaco é racista. Alguém = pessoa, logo Ofensa pessoal, então é crime !

    Agora associar macaco e racismo com uma torcida de um clube, não vi argumentos que me fizessem mudar de idéia, isso NÃO é racismo.

    Mas assim como falei no post do Minwer, concordo em retirar o termo “macaco”, pois ainda vão prejudicar o Grêmio por causa dessa idiotice. Vamos pelo mais fácil, como fizeram com a ceva no estádio.
    Abraço.

  • Raukoores 11 de março de 2014 - 15:08 Responder

    Bravo, belo texto.
    Já discuti em blogs que tinhamos o direito de chamar os colorados de macacos; hoje pensei melhor no assunto e acho que não. Afinal, entre cantar um “macaco” e fazer barulho de “uh-uh-uh” é um passo. Não sou a favor do políticamente correto como religião. Mas acho que o Brasil só tem a ganhar com mais civilidade entre as torcidas. Afinal, comercialmente, faz bem mais sentido sermos rivais, do que sermos inimigos mortais raciais sanguinários. Em relação ao racismo, como conta o Fagner no seu texto, se era normal em 1950, não o é hoje. E se as outras torcidas continuarem a nos chamar de gazela ou outro não vem ao caso. Temos que dar exemplo.
    Abraço.

  • TGS 11 de março de 2014 - 15:13 Responder

    Belo texto, parabéns, das reflexões mais lúcidas que li sobre o tema.

  • kleber 11 de março de 2014 - 15:45 Responder

    O brasil virou a ditadura do politicamente correto e nossas autoridades ficaram especializadas em “resolver” o problema pelo modo mais fácil, mas totalmente inoquo e que atesta a sua incompetencia.

    Existiam brigas entre torcidas, em vez de buscar identificar e punir os responsáveis, vamos tirar a cerveja por que é mais fácil.

    Pessoas se drogam nos estádios, vamos tirar as barras e bandeiras pois são usadas para acobertar(ouvi isto de um brigadiano)!

    Existem racistas que xingaram o juiz? pois se identifique os mesmos e faça-se cumprir a lei.

    Certamente o termo Macaco nasce com o viés racista, como bem colocado no texto, mas hoje não mais está vinculado a ele, ao menos no caso do inter e sua torcida.

    Tanto é assim que passou a ser adotado de maneira oficial pelo próprio inter como mascote.

    Não vejo esta necessidade de alteração dos canticos.

  • Adriana 11 de março de 2014 - 17:03 Responder

    Macaco ou não, se no próximo jogo cantarmos macaco…o grêmio vai perder o mando de campo…vai ser brabo… até pq a imprensa tá direcionada pra torcida do grêmio (geral) e estão fazendo uma pressão…Alerta GERAL!! Mulher escuta cada M e no estádio aceitamos muitas vezes por se tratar de futebol..as pessoas as vezes perdem a noção!!!Pra diminuir o preconceito só a educação que está decadente, não basta retirar apenas o MACACO…

  • Luciano 11 de março de 2014 - 17:21 Responder

    Imagino que os blogueiros superstars estejam felizes:

    http://globoesporte.globo.com/rs/noticia/2014/03/torcedores-criam-movimento-para-tirar-palavra-macaco-de-cantos-na-arena.html

    Isso é bastante para saciar o ego pavãozinho de vcs?
    Ou agora que iniciaram a ‘campanha’ esperam que o Grêmio seja punido?
    Chamar de pavão é racismo, aliás?
    Eu devo pagar o flanelinha?
    Devo xingar o juiz?
    Posso tomar ceva no entorno?
    Se eu apanho de brigadiano sem motivo, devo aceitar?
    Me ajudem a ser um torcedor correto, por favor!

  • marco 11 de março de 2014 - 18:02 Responder

    Nao sou racista , tenho amigos negros , colorados e gremistas.Tenho um amigo colorado que é de descendencia alemã , eu o chamo de macaco na arriaçao assim como ele me chama de gaymista , brincadeira e flauta normal , sera que eu sou racista e ele homofobico?O maior racismo que existe é a pessoa lembrar do negro quando se fala em macaco..Se essa conotaçao em relaçao aos colorados ja foi um dia talves racista , o que eu nao acredito , ela ganhou outro sentido a milhares de anos ja.O mais ridiculo dessa historia toda é que um dos lugares que mais tem negro no estadio do gremio é na geral e eles mesmo cantam e chamam colorados de macaco sem jamais se ofender e fazem isso por nao terem um pensamento racista igual o do blog.Me desculpem mas vcs tem um pensamento racista por lembrarem de um negro quando se fala em macaco.E nao me venham falar em “contexto historico da palavra” pq isso é babaquice , a maior coisa q se deve fazer pra superar o racismo nao é parar de falar macaco e sim parar de ter um pensamento racista dando so essa conotaçao a palavra.Isso ai que vcs estao fazendo , essa campanha é ridicula e essa campanha é q é preconceituosa , voces estao acusando o preconceito que ah em voces , lamentavel que esse blog tenha tanto mimimi encima de uma coisa que nao faz o menor sentido..

  • Rafael 11 de março de 2014 - 18:22 Responder

    Que baita desserviço esse blog está prestando ao Grêmio. Num momento que o clube vinha bem, com tudo se encaminhando para um ano realmente iluminado, dinheiro entrando no caixa, um time redondo, vocês acendem uma página já superada do clube.

    Racismo dentro do Grêmio? Pelo amor de Deus!

    Se os colorados se sentissem ofendidos, mas não. Vocês estão fazendo fogo-amigo, auto-bulling, coisa de guri.

    Lamentável, é de nunca mais entrar nesse site para nunca mais dar audiência para pessoas tão ingênuas, tão inocentes como vocês.

    Lamentável! Tem que ficar 20 anos sem ganhar com esses caras. Vão apoiar o Grêmio e fechem a matraca! Apaguem isso tudo!!

  • Rafael 11 de março de 2014 - 18:24 Responder

    http://globoesporte.globo.com/rs/noticia/2014/03/torcedores-criam-movimento-para-tirar-palavra-macaco-de-cantos-na-arena.html

    Conseguiram o que queriam???

    Agora o STJD vai ficar bem atento aos “cantos racistas de parte da torcida do Grêmio”

    Que desserviço vocês estão prestando ao clube!!!

  • Gremista sempre apoiando MACACO puto segue sempre imitando 11 de março de 2014 - 18:30 Responder

    http://globoesporte.globo.com/rs/noticia/2014/03/torcedores-criam-movimento-para-tirar-palavra-macaco-de-cantos-na-arena.html

    PARABÉNS!!

    Ficaram famosos!!!!

    Quando o Grêmio está mal das pernas, ficam caladinhos… Quando o Grêmio está bem, mesmo sem a imprensa fuder o clube, vocês mesmos tratam de promover o clube ao contrário.

    Fica difícil vencer alguma coisa com a própria torcida jogando contra.

    Precisava levantar esse assunto agora? Nesse momento em que tudo está bem para nós?

    Pensem nisso e apaguem essa bobageira antes que, daí sim, a coisa fique preta. Ops, preta não…

  • Fagner 11 de março de 2014 - 19:03 Responder

    Olha, se está lá, na mídia, é porque é relevante. Não?

    A única coisa que vocês precisam se dar conta, como a Adriana colocou: vocês achando racismo ou não, o Grêmio é quem vai se ferrar se vocês seguirem cantando macaco no estádio. Querem seguir achando que estão com a razão? Beleza. Só não venham botar a culpa no Blog pela interdição do estádio. Eu não canto macaco.

    Saludos,
    Fagner

    PS.: o problema do MACHISMO também é uma merda. E põe merda nisso. Só posso ser solidário ao comentário da Adriana. É outra coisa que me enoja muito no estádio.

  • Paulo 11 de março de 2014 - 19:08 Responder

    Que coisa mais besta que levantaram:
    Atlético Mineiro (galo), Flamengo (urubu), Palmeiras (porco), Cruzeiro (raposa), Sport (leão). Só estes para exemplificar. Por que só Inter (macaco) é racismo? Que conceito fazem desse animal? Seria ele inferior? Quanta hipocrisia!!!

  • Ronaldo 11 de março de 2014 - 19:39 Responder

    O problema todo do politicamente correto é atribuir à linguagem um peso maior do que ela tem, como se pudesse controlar o mundo real controlando o que se diz. Me desculpem, mas isso é uma grande babaquice, algo que não torna a sociedade melhor, apenas a torna mais hipócrita, mais falsa.
    Ainda, sabemos que o futebol é uma guerra simulada, que o xingamento e a provocação aos adversários é parte desse mise-en-scène e ali dá-se uma liberação da natural agressividade do ser humano (sim, o ser humano é agressivo por natureza), que se não for liberada ali, o será em outro lugar, em outra circunstância menos controlada. O que é pior, torcedores se xingando no estádio ou brigando nas ruas?

  • Marcelo 11 de março de 2014 - 21:01 Responder

    Que blog m… virou esse.. puta hipocresia ein tche!

  • Lucas Santos 11 de março de 2014 - 21:05 Responder

    esse blog deveria se chamar blog fabiano baldasso, até acho que quem mande neste blog é o baldasso.

  • Guillermo 11 de março de 2014 - 21:06 Responder

    hipocrisia*

  • Guillermo 11 de março de 2014 - 21:08 Responder

    É tanto erro de português que não dá para entender anda.

  • Gabriel 11 de março de 2014 - 21:09 Responder

    Esse tema ja e bem antigo. O fato e que a Geral Do Gremio canta essa musica chamnado os colorados de macacos porque eles copiaram muitas coisas que o Gremio fez, ou seja, nada a ver com racismo. Nunca interditaram o Olimpico e a Geral cantou essa musica por uns 6 anos seguidos. O foco desse blog tem que ser de apoiar a equipe na Libertadores, nao ficar falando de racismo que nem existe.

  • Willian Quevedo 11 de março de 2014 - 21:15 Responder

    Fui jogador de basquete, me criei em Livramento portanto além dos campeonatos estaduais,jogávamos torneios no Uruguai,e sempre fomos chamados de macacos pelos jogadores e torcedores daquele país,não tínhamos nenhum negro no time, por que nos chamavam assim? Por que macaco é considerar o outro ser inferior,é dizer que tu é melhor que ele simplesmente pq ele não é do teu time, do teu país, da tua cor,é preconceito,é racismo,é tudo junto.

    P.S.:Hoje sou árbitro, e já vi alguns casos de racismo por parte de torcedores em ginásios do estado,infelizmente todos em Lajeado,Caxias e região.

  • heraldo 11 de março de 2014 - 22:09 Responder

    Acho que tirando a palavra macaco dos cantos,não existira maisracistas que torcem pro GRÊMIO, quanta babaquice.

  • Ricardo 11 de março de 2014 - 23:37 Responder

    Cara o racista da história é você por afirmar que a palavra macaco esta fazendo referencia a negros. Cale-se e vai se ocupar com coisas importantes, você como um ser insignificante na sociedade esta tentando se promover nesse momento que passa o futebol.

  • Rafael 12 de março de 2014 - 00:11 Responder

    Fagner,

    Há quase 15 anos se canta ‘macaco imundo’ e nunca teve repercussão. Está tendo agora único e exclusivamente porque vocês levantaram isso. Duvido que os árbitros vinham apitar aqui sabendo de alguma música “racista” do Grêmio. A palavra ‘macaco’ passava desapercebido de qualquer que seja, até de nós.

    Se por algum acaso o Grêmio vir a ser punido por causa disso, a culpa é de vocês que levantaram uma situação sem ninguém chamar vocês para falar absolutamente nada. Ninguém requisitou a opinião de vocês (nem preciso dizer que é uma opinião absurda, infundada e inoportuna). Deveriam ter se calado e, se por algum acaso houvesse a oportunidade, em outro momento, fora de toda essa avalanche afortunada de Libertadores que estamos vivendo, terem levantado a opinião para falar com representantes da torcida, como o Alemão da Geral, o Brum, Branco, ou qualquer referente da torcida do Grêmio. Simplesmente jogar o que vocês acham que é uma merda no ventilador é 100% um desserviço ao clube. Toda essa história, tudo o que foi levantado contra o clube, enfim, o que passou nesses 2 últimos dias não ajudou em absolutamente NADA o clube. Ao contrário, prejudicou. Agora, árbitros virão para Porto Alegre sabendo que atrás do gol se cantam músicas racistas (elas não são racistas!). O presidente do STJD, assim como o Pedro que mora em São Paulo ou o João que mora no Pará, qualquer um que tenha acesso ao globo.com sabe que no Grêmio se cantam músicas racistas.

    Mas, agora que já foi, ok. Também não quero dar mais repercussão para um assunto besta, aliás, muito besta: AS MÚSICAS NÃO TEM CUNHO RACISTA, CARALHO!!!!!!

    E a ideia está dada: Estão insatisfeitos com as músicas ou as letras da torcida do clube? Dirijam-se aos que pensam a torcida. Tenho certeza que todos receberão com ouvidos atentos a qualquer tema que venha a ajudar o clube, mas SEM JOGAR A MERDA NA PORRA DO VENTILADOR. ISSO SÓ PREJUDICA O CLUBE. Tenho certeza que a intenção de vocês foi das melhores.

    Abração!

  • vinícius 12 de março de 2014 - 00:28 Responder

    texto simplesmente fantástico. e a pior revelação que ele traz nem é nada que esteja escrito nele. está escrito nos nossos comentários.

    do caralho isso ter ido pra mídia. tem que bombar essa merda e ELIMINAR isso da nossa torcida. nada me deixa mais puto do que ouvir colorado dizendo que o grêmio é um clube racista. primeiro porque não é verdade desde os anos 50. segundo porque por causa de quase um centenário de mentiras bem contadas, OS COLORADOS NÃO SABEM (ou esquecem) QUE O INTER NASCEU TÃO RACISTA QUANTO O GRÊMIO.

    os comentários deixam bem claro que vai ser difícil vencer essa batalha. mas venceremos.

    AGUANTE!

  • ramão marques neto 12 de março de 2014 - 00:48 Responder

    velho…
    muito OBRIGADO pelo seu resgate histórico.
    a partir dele passaremos, no mínimo, a sermos taxados como a torcida mais racista do brasil…
    de minha opinião? totalmente ridícula e sem fundamento… até os maca… colorados… tem um macaco, com o nome de escurinho, como símbolo… escurinho este que, sabemos, foi um dos grandes jogadores que eles tiveram.
    sou negro, conheço a história dos clubes e comungo do pensamento de que, se fosse ofensivo, um símio não era destaque.
    valeu por chamar a responsabilidade…
    acredito que ela, a responsabilidade, vc mate no peito e faça embaixadinha.
    é quase que certo que, por causa de vc, umas das mais belas rivalidades do futebol tenha sido transformada em ódio!
    valeu mesmo… por despertar algo que nem sei se adormecido estava, e principalmente, dar munição para uma imprensa que se sabe nunca estará a nosso favor…
    nunca me senti racista por entoar macaco para MACACADA… e tenho certeza que nenhum maca… colorado… se sentiu inferiorizado por isto… até pq motivos não existem…
    blogueiro tem que ser responsabilizado pelo que escreve.
    muito provavelmente a ponte preta, a partir de agora, não poderá ser mais a “macaca”.
    o chico, artesão da novela da tarde, passará a se chamar francisco e VC, inconsequente, deverá aguentar a consequência trazer a tona uma assunto para o quall ninguém fazia relação.

  • ferrari 12 de março de 2014 - 07:52 Responder

    tá certo, o gremio e seus ilustres torcedores diferenciados devem estar a frente de seu tempo, sendo o unico ente no mundo que nao cometa deslizes e que mereça a patrulha doentia do politicamente correto.
    voces estão de parabens!
    toma meu clique!
    abraços

  • Mau Haas 12 de março de 2014 - 11:31 Responder

    Apesar de achar que xingar o adversário DENTRO do estádio faz parte do jogo, bato palmas para este texto. Baita colaboração.

  • Marcelo 12 de março de 2014 - 13:28 Responder

    Parabéns, cara. Melhor texto sobre o assunto que eu já li até agora.

  • marcos 12 de março de 2014 - 13:53 Responder

    Parabéns Fagner e demais blogueiros do gremiolibertador!
    Cansei de propor esse tema em outros blogs de torcedores, que são muito corajosos em xingar direção, técnicos e jogadores, mas sempre fugiram da raia.

    Não entendo esse “apego” de alguns torcedores a um termo pejorativo que tem um cunho racista, tão triste e inaceitável, como esse. Aliás, que era vivo já na década de 80 pode atestar que o termo ainda era usado com cunho racista. Esse negócio de “imitar o Grêmio” eu só ouvi nesse século, uma racionalização para justificar o injustificável.

    Parabéns ao Blog pela coragem!

  • Catharina von Hoonholtz 13 de março de 2014 - 00:17 Responder

    Se somos tão racistas como dizem, pq a única homenagem na nossa bandeira é para um negro? Pq que a única menção a um jogador no nosso hino é para um mestiço? Pq aceitamos um hino escrito por outro negro e ainda por cima por um filho de técnico de canelas pretas?????

    Eu mesmo explico: Pq eles foram grandes jogadores, grandes pessoas, (grande musico), grandes Gremistas, independente da cor.

    O fato de chamar alguém de macaco só pode ser considerado racismo se for com tal intenção, com intenção de ofender e agredir, o que hoje não é mais. Minha mãe é alemoa, loira do olho azul e eu chamo ela de macaco sim! É colorada, que culpa ela tem. E ela ainda brincava comigo e com o meu irmão pq nós íamos para a avalanche para sermos “encoxados”!

    Como a musica mesmo diz, os macacos “seguem imitando”, ela não diz os macacos “seguem sendo negros e por isso piores que nós brancos, filhos de europeus”. A palavra macaco já teve conotação racista, pois os macacos são menos desenvolvido intelectualmente e se acreditava que os negros também eram. Só que conotações evoluem, assim como as pessoas. Pergunta para uma criança de 10 anos pq os colorados são chamados de macacos e ela te responderá que é por causa do mascote deles. Já para o teu avó, ele dirá que é pq o inter aceitou negros no time antes.

    Como tu mesmo levantou no texto Fagner, a escravidão é muito recente e infelizmente não é possível introduzir o não preconceito na cabeça das pessoas. Os mais velhos preconceituosos vão morrer assim, do mesmo jeito. Mas é possível modificar certas conotações. E os mais novos aprenderão essas palavras de outra forma. Pois se pensarmos apenas nas origens”denegrir” é extremamente racista. Mas ela não é usada de tal forma.

    Esta onda do politicamente correto é tão absurda, que é capaz de punir quem chama um preto de preto, pq o certo é negro, ou afro Brasileiro… Como diz um amigo da Guiné Bissau, “quando eu era pequeno eu sempre me desenha e pintava de preto, pq eu sou preto, “negro” é uma formalidade Brasileira! Nem tem lápis de cor com esse nome!”

    Tudo isso é formalidade e conotações de palavras! Como um amigo disse ali em cima, racista é a pessoa que entende que Macaco e Negro se equiparam. Eu não entendo assim, meus filhos serão educados para não entenderem assim e os filhos deles também.. E provavelmente, nem meus filhos ficaram sabendo que um dia a palavra Macaco teve relação com a cor da pele de uma pessoa.

    A minha criação não foi nada preconceituosa, talvez por isso eu ache tudo isso um exagero. Obvio, que o que fizeram com o Márcio Chagas, com o Tinga e tantos outros é CRIME(!!!!!) e deve ser punido com muito vigor. Mas isso tem que acontecer com todas as formas de preconceito, não esse bobo, de chamar quem é preto de neguinho (que é uma forma carinhosa, pelo menos pra mim), nem esse que acha que chamar uma torcida, que é provavelmente formada por mais de 70++++% de brancos, de macaco. O preconceito real, esse que acha que alguém é inferior pela cor, opção sexual, etnia, partido político, classe social e até nível de beleza ou peso!

    Provocação dentro do futebol é valida, assim como em qualquer outra disputa, jogo, brincadeira… Desde que não chegue na agressão ou na infelicidade de alguém.

    O apelido pegou, nós somos gays, gazelas, gaymistas.. Por causa de uma torcida e um episódio que a maioria nem lembra. Eles são os macacos, meros imitadores.

    (Desculpa por me estender)

    DA-LHE GRÊMIO! PRA CIMA DELES, TODOS JUNTOS!

    Já que somos todos pretos, brancos e azuis.

  • Nauber 13 de março de 2014 - 09:59 Responder

    Fagner e demais,
    parabéns por levantar o tema em momento crucial.

    Para aqueles que pensam que isso prejudica o clube, vocês não sabem de nada. Eu quero ver daqui uns anos, quando conseguirmos abolir o racismo do futebol, a gurizada gremista do futuro com orgulho em dizer que nossa torcida um dia teve coragem para enfrentar o tema. E se tem gente que “pensa a torcida”, como alguém falou, essas pintas deveriam se ligar e admitir nossa herança racista. É o momento.

    E sem esse papo de que o pessoal que toca no assunto está prejudicando o clube. Não invertam causa e efeito: o que prejudica o Grêmio é a existência do racismo entre nós, não admitirmos que ele está aí, como sempre esteve.

    Saudações gremistas e historiadoras,
    Nauber.

  • vanz 13 de março de 2014 - 18:10 Responder

    sera que ficaria melhor assim CHORA “COLORADO” IMUNDO QUE NUNCA GANHOU DE NINGUEM” oque voces acham?

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