Primeiras lições

3 Postado por - 4 de agosto de 2014 - Artigos

O Felipão começa a trabalhar nessa semana e, ao que parece, tem muito trabalho pela frente. E uma parte assustadoramente grande disso é ensinar o time a ser vencedor. As entrevistas pós jogo são proibidas para quem não tem sangue de barata. Não tem como não ficar irritado com a falta de noção da maioria dos jogadores. Como foi o caso do Rhodolfo, na última derrota. Alguns pontos que precisam mudar podem ser facilmente vistos através da fala dele.

Um dos únicos que mantém o padrão desde o ano passado. Foto: Wesley Santos

Um dos únicos que mantém o padrão desde o ano passado. Foto: Wesley Santos

Lição um: não é porque o time está jogando melhor que o adversário que ele está jogando bem. Há uma diferença quilométrica entre essas duas coisas. Não jogamos bem o primeiro tempo contra o Vitória. Nenhum time que erre tantos passes em um só tempo pode dizer que jogou bem. Grêmio e Vitória, juntos, erraram 99 (isso mesmo, NOVENTA E NOVE) passes ao longo da partida. Tentou sair jogando, teve um pouco mais de posse, mas dizer que jogou bem é não saber qual a sua capacidade (ou admitir ser o cúmulo da ruindade).

Lição dois: dizer que vai fazer o seu melhor para ganhar o jogo não é se limitar ao pensamento positivo. Como o fator de indignação com o resultado é praticamente zero (na verdade, um pouco menor), os discursos pós partida são pasteurizados. O Enderson e o seu “resultado normal de jogo” (aliás, só é anormal um resultado que não seja empate, vitória ou derrota, tipo, abrir uma cratera e o jogo se encerrar sem vencedor por isso) fizeram um estrago enorme nos jogadores. Só idiotas como eu vão dormir as quatro da manhã de raiva de ter tomado uma virada tão ridícula de um time lamentável como o Vitória. Não basta dizer que “vão fazer o possível” se o cara considera que já está fazendo o possível. Não resolve. Não vem resolvendo. Então, precisa mais. Precisa de dor, sacrifício. Se um jogador disser que vai fazer o seu melhor, ele tem que fazer o seu melhor (a não ser que seja muito ruim, aí não adianta).

Duas coisas que exigem trabalho. O time do Grêmio é melhor do que o que vem jogando. Mas não é só padrão de jogo que falta. Falta dedicação, levar a sério. Precisa do Felipão nos cascos. Vamos torcer que algo já possa ser visto no Grenal.

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8 + comentários

  • Michel de Freitas 4 de agosto de 2014 - 13:17 Responder

    Justo, como foi o “papo no twitter”. É nisso que me apego no Felipão: recuperar o brio dos jogadores, nisso ele é bom. Nosso time não tem “cara”. Aliás, tem sim, cara de bundão. Um time que até agora parece que treinou assim: “escolhe 11, da o colete e manda pra campo”, pois não tem padrão de jogo, não tem jogada ensaiada, e nem me lembro quando foi o último gol de bola parada a nosso favor. Não sei, mas acredito que eu também seja idiota ao depositar todas as minhas esperanças de que o Big Phill vai arrumar isso…

    • Fagner 4 de agosto de 2014 - 19:19 Responder

      Foi o que me motivou a escrever, Michel. 😉

      Saludos,
      Fagner

  • Fausto 4 de agosto de 2014 - 13:57 Responder

    É isso aí! Prioridade número 1 é acabar com a bundamolice a paumolescência que se instaurou no tricolor e que com o Enderson atingiu níveis de overdose.

    Problema que não são só os jogadores. Diretoria também sofre desses sintomas e aí não sei se é com o Felipão pra resolver isso…

  • Fernando Audibert 4 de agosto de 2014 - 14:06 Responder

    Isso vem atestar o que eu falo com meus amigos, de quem a grande maioria dos jogadores apenas cumpre um horário de trabalho, bate o ponto e depois vai para casa, amanhã ou depois está em outro clube e assim a vida segue. O que o Grêmio precisa são de jogadores que joguem por uma causa, de preferência a do clube, a consequência natural é a evolução da carreira profissional.

  • FÁBIO GREMISTA 4 de agosto de 2014 - 15:22 Responder

    A desorganização tática juntamente com a questão anímica criou um fenômeno que venho chamando de BOTAFOGO DO SUL, termo que, em poucas palavras, pode ser definido como um time sem pegada, popularmente conhecido como brocha.

    Provavelmente, Felipão já tenha um desenho do time que colocará em campo, assim como da estratégia motivacional que pretende usar. De qualquer maneira, ele tem apenas esta semana para ensinar duas coisas muito importantes: o que significa, verdadeiramente, o Grenal e, claro, qual o papel do Grêmio no clássico.

    Eu espero que os membros do ‘Paumolescência Futebol Clube’ tenham feito sua última partida contra o Vitória, porque no domingo só deve entrar em campo quem está com vontade de dar o troco nos vermelhos.

    Abraço.

  • Otávio Calegari 4 de agosto de 2014 - 19:41 Responder

    Prezados: sempre que a arbitragem erra e prejudica o Grêmio eu costumo usar o discurso “politicamente correto”: errar é humano, às vezes erram a nosso favor também, etc… Até porquê, se eu estivesse certo de que o erro foi proposital, com a intenção de manipular o resultado por motivos escusos, para beneficiar A ou B, ou coisa assim, eu imediatamente deixaria de pagar o PFC (moro a 700Km de POA) e deixaria de acompanhar futebol… simples… eu não sou idiota.
    Dito isso, permitam-me comentar os eventos do último jogo:
    1) Ao meu ver gol do Grêmio legal, nas repetições das imagens me pareceu que a bola de fato toca o peito e não no braço do Barcos…
    2) Primeiro gol do Vitória, falta clara, o árbitro errou… até aí, entra no pressuposto de que qualquer um pode errar (até aquele considerado o melhor árbitro atual)… mas o que me incomodou é que eu não vi nenhuma reclamação FORTE do time do Grêmio. Parece um time que aceita tudo, humilde, fraco… E como ninguém reclamou do primeiro erro … vamos para o próximo erro….
    3) Penalty inexistente… alguém diria “pode errar à vontade contra estes caras, não reclamam mesmo… são uns frouxos”…. e os 3 pontos se foram…

    Ora, se a reclamação tivesse sido FORTE no primeiro erro, provavelmente o segundo erro não teria ocorrido… (isso faz parte da natureza humana).

    É verdade que o Grêmio não fez um bom jogo, podia ter matado o jogo no primeiro tempo e bla bla bla…. mas eu estou vendo todo mundo (torcedores.. dirigentes) apenas fazendo a auto-crítica… ok, auto-crítica é bom, mas nesse campeonato BR, se não colocar a boca no trombone não tem jeito… Vejam quando erram contra determinados times da mídia.. a própria mídia se encarrega de reclamar… Nós não temos a mídia a favor e ainda somos muito auto-críticos… Sim, precisamos aprender a reclamar e a exigir ser o mínimo de RESPEITO… Neste caso, no mínimo, a diretoria deveria ter feito uma reclamação formal e aberta para a comissão de árbitros… Só que eu não vi nada disso… Quando será o próximo erro?

  • Mano 5 de agosto de 2014 - 10:11 Responder

    Gente, não tem desculpa pro grêmio.
    Dá pra achar erro de arbitragem na última partida pra justificar essa derrota, blz.
    Mas e o resto? E o Coritiba?
    E a goleada pros morangos no gauchão?
    E a libertadores?

    É muito jogo ruim, inconstante, sem padrão.

    Estamos em Agosto e alguém sabe dizer qual o time titular do Grêmio?

  • Cruyff 5 de agosto de 2014 - 13:35 Responder

    Meu velho Grêmio teria 4 jogadores expulsos, com a marcação desse pênalti e ainda ganharia o jogo, com 7 em campo!

    BUNDAMOLICE!!! E a culpa maior é sim da DIREÇÃO, ao não traçar um perfil correto dos jogadores que pisam aqui na nossa terra e vestem nossa camisa!

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