O Grêmio que eu queria ver

0 Postado por - 11 de maio de 2017 - Artigos

No domingo o tricolor estreia no Brasileirão 2017 (o de verdade, não o que certos times dizem que vão jogar). O jogo contra o Botafogo vem num momento que, embora com bons resultados (o time titular perdeu só duas vezes no ano) há uma cobrança de melhores desempenhos. Mesmo sem tempo pra treinar, existe a pressão por um futebol mágico que o Grêmio não joga desde 2002. Sem compromissos desde quarta passada, o tempo finalmente veio. Agora pode haver aquela mudança que muito torcedor queria ver.

A pressão no Renato repete 2010 e 2013, diga-se. O nosso treinador tem essa maneira de trabalhar que, às vezes, chega a ser irritante. Ele pede que o time faça o que é preciso em cada jogo. Aí partidas como aquela contra o Iquique fora são “partidas ruins”. O Grêmio precisava não deixar o adversário jogar para garantir o empate. O desempenho foi pra isso (o Iquique só foi perigoso depois dos 40 do segundo tempo) mas o resultado não. Aí a avaliação do “bom jogo”, mesmo com o péssimo desempenho ofensivo.

Pois bem, contra o Botafogo isso deve se repetir. O time do Jair Ventura é daqueles que gosta de ficar com a bola, defender compacto e joga se derem espaço. O Renato vai dar espaço, ficar com a bola na sua linha defensiva e usar o passe vertical no Pedro Rocha, provavelmente, pra ele centrar pra um centroavante fazer gol  no contra ataque. Né? Ou não. Se tem uma coisa que também caracteriza o Renato é se reinventar. Ele não tem nenhum pudor em mudar de esquema de jogo com as peças que tem. E eu queria ver isso agora, inclusive.

Eu reclamei depois da semifinal com o Novo Hamburgo que o time não apresentou nenhuma novidade. Pois bem, contra o Guaraní, veio o que eu queria ver. A entrada do Barrios na frente com o Luan flutuando junto com o Pedro Rocha e o Miller mudaram completamente a dinâmica do ataque (e resultaram em dois gols). O equatoriano lesionou e o Arthur entrou e ficamos mais parecidos com 2016. Mas precisa continuar assim?

Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Um dos melhores jogos do Luan no ano foi o em casa contra o Iquique. E foi decisivo jogando na frente, onde o Barrios também se destacou logo em seguia. Eu queria ver o Grêmio novamente jogando como em 2010, onde o cara de área era o André Lima e o livre pra fazer o que queria era o Jonas. E aquele Grêmio foi muito goleador.

Pra repetir isso é preciso pensar na proteção. E aí a ascensão do Arthur vem numa hora decisiva. Jogar com um losango no meio, com Michel (ou Maicon, quando voltar) na proteção – mais pelo passe longo que pela roubada de bola), Ramiro na direita e Arthur na esquerda, armando o jogo e recompondo na fase defensiva. O guri mais novo não é volante, segundo o Renato (pra mim, é), mas desarma muito. Teríamos um meio que poderia virar linha de três quando defendendo, como a Holanda fez na copa de 2014. Na defesa, 4 (no domingo Léo Moura, Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira). Na ponta do losango o Miller, quando voltar, ou o Pedro Rocha/Fernandez, agora. O importante é os três da frente pisando bastante na área, pra chutar pro gol.

Enfim, há espaço para jogar diferente com tempo de treinamento. Há também a possibilidade do Renato estar fazendo exatamente o que eu queria ver nos treinos fechados. Mas não há dúvida que temos muito mais opção que em 2016. O Brasileirão está chegando e vamos brigar pelo título. Aguarde e confie.

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1 comentário

  • Rafael 12 de maio de 2017 - 09:27 Responder

    O Jonas daquele Grêmio de 2010 fazia muito gol. Algo que falta aos nossos atacantes.
    Acho que para dar certo nesse esquema a pontaria tem que melhorar, senão só teremos o Barrios fazendo os gols.
    No esquema de 2010 o Pedro Rocha sobraria, o que eu acho que nem seria tão ruim.

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