Quanto é ser sócio?

3 Postado por - 17 de junho de 2015 - Artigos

Uma das regras de ouro para conseguir uma sequência satisfatória de resultados é o departamento de futebol ter grana o suficiente para trabalhar e escolher os nomes menos pela etiqueta de preço do que pelos atributos que pode acrescentar ao elenco. E existem várias maneiras de fazer isso. Uma das mais importantes nos últimos anos tem sido o Quadro Social. Tanto que times estão utilizando espaços não aproveitados do seus uniformes (já que patrocínios master estão cada dia mais supervalorizados e caros) para promover seus programas. Mas a pergunta que não quer calar, faz tempo, é: quanto é ser sócio?

http://www.gremio.net/news/view.aspx?id=18287&language=0

http://www.gremio.net/news/view.aspx?id=18287&language=0

Não, não estou falando apenas do valor da mensalidade. Ser sócio é se unir a uma agremiação. No passado era usufruir de benefícios SOCIAIS (jantares, bailes, espaço para praticar esportes, piscina, etc). Hoje a coisa passou mais a ser um híbrido entre isso e bancar o capital de uma fábrica. Não é o primeiro porque quase nenhum clube no Brasil tem essa estrutura e nem o segundo porque não recebemos participação nos lucros (que não existem, aliás) no final do exercício fiscal.

Hoje pago cerca de R$90,00 para mim como sócio titular. É a menor mensalidade que existe. Há uma série de “benefícios” (descontos em lojas próximas ao Grêmio e um programa de descontos para o qual o Grêmio se INSCREVEU, porque não criou – não muito melhor do que o que tínhamos há 3 anos) que são furados. Mas o grosso do valor que pago, dizem, é porque eu posso definir o futuro do Grêmio votando.

Pois bem, minha esposa é minha dependente. Sabem o quanto ela paga? Exatamente o mesmo valor. Bem, ela pode usar os mesmos descontos que eu (o que não é um benefício, visto que não é necessário que duas pessoas na mesma família comprem as mesmas coisas, né?). Com uma situação EXTRA: ela NÃO pode votar. Por ser dependente existe, para o estatuto CAQUÉTICO do Grêmio (revisado por múmias em algum lugar do início desse século), uma obrigação de VOTAR IGUAL AO PROVEDOR. No caso eu, só por acaso, já que ela ganha mais que eu e, inclusive, paga a minha mensalidade.

Pra fechar esse pequeno vislumbre que passo pra vocês, temos uma filha. Ela é uma gracinha, queridona, gremistona, que vai no estádio desde quando tinha DOIS meses. Em julho ela fará 3 anos. Sabem quanto ela vai pagar? Isso mesmo: EXATAMENTE O MESMO VALOR que eu e minha esposa. Ela não sabe ler, ela não compra nada e, mesmo se quisesse, não poderia votar nem ser votada para qualquer coisa dentro do Grêmio.

Em resumo, ao que parece, julgando o quanto cobra e como se pensa uma família inteira e sua relação com o clube,  o Grêmio não pensa SÓCIOS como algo a mais que alguém que dá dinheiro por mês pra poder entrar “de graça” na Arena. E, se é assim, bem, esquece 100 mil sócios, esquece ser um time nacional, esquece qualquer coisa. Não há seriedade alguma. Não há programação, não há nada. O que sustenta o programa de sócios do Grêmio é a paixão. E, sem reciprocidade (títulos, nesse caso), ela enfraquece. E aí, meu, fica difícil pra correr atrás depois.

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8 + comentários

  • mano 17 de junho de 2015 - 15:34 Responder

    O mais curioso disso tudo é que há uns 10 anos se falava que o futuro do Grêmio passava por um quadro social forte. Que garantiria receitas capazes de montar times fortes e competitivos blablabla
    Pois bem, o quadro social cresceu. E apesar de poder crescer mais, não dá pra chamar de pequeno se comparado ao resto do Brasil.
    No entanto, a resposta que o torcedor mais espera não vem.
    Tenho certeza que a galera aceitaria pagar 100, 150 ou até mais pra ver um time competitivo e de vez em quando campeão.
    Mas só torram nosso dinheiro lá, obrigando a gente a pesar se a vantagem de 5% de desconto na Grêmio mania compensa ser sócio. Se ter a jaqueta mais bonita, o site, o ônibus e o buraco do amor mais gostoso compensa.

    • Ota 18 de junho de 2015 - 13:10 Responder

      O grande problema é quando “empenham” receitas do quadro com outras coisas, no caso de agora a Arena. Aí quando bate a crise, o futebol é o primeiro que sofre os cortes. Justamente o futebol, que é a razão de ser do clube.

  • Lucas Blos 17 de junho de 2015 - 22:25 Responder

    Eu moro na China e eu gostaria SIM ser socio, mas eu eu tenho a possibilidade de assistir um jogo por ano, e o Gremio nao da alternativas mais “em conta” pra torcedores overseas…

  • Adelar Jr 17 de junho de 2015 - 22:28 Responder

    Sou sócio Torcedor do clube á 5 anos e moro no estado do Acre logo de cara se vê que benefícios para o meu caso é praticamente zero. Já que os descontos dado nos produtos é praticameten engolido pelo frete, que dependendo do que for enviado pode chegara a 70 dilmas. Tinha como sócio minha esposa e minha filha, mas atual crise não me permite mais manter 3 mensalidades para se ter só o direito de 5% de descontos na GM. Então sou sócio por amor ao clube porque vantagens mesmo…

  • Marcelo 18 de junho de 2015 - 00:58 Responder

    Sou sócio-torcedor com um filho de 1 ano.

    Juro que não entendo o Grêmio não ter um modalidade em que crianças até 9 anos pagassem R$ 5,00 (sim, CINCO reais por mês) mais o custo da carteira com dois ganhos: poder comprar o ingresso (no seu valor integral!) antecipadamente pela internet e…ser sócio do Grêmio.
    Se tal modalidade existisse, eu associaria meu filho.

    “Ah, qual o ganho para o clube?”…qual o ganho???????
    Deus, quanto o clube da Padre Cacique lucra com o migué dos 100 mil sócios? Quantos sócios eles não ganham a mais com este migué?? Quantos sócios, mesmo em dificuldades ou mesmo com o clube em um mau momento não continuam pagando, apenas para manter o migué dos 100 mil???

    Além do clube receber uns trocados de quem não receberia nada, aumentaria seu quadro social.

  • LNM 18 de junho de 2015 - 09:08 Responder

    O GRÊMIO trata o associado muito mal.. se pararmos para analisar friamente, para o torcedor que é passional bastaria “pelo menos” o time honrar a camiseta quando entra em campo. Torcedor de verdade não quer saber de descontos em shopping, estacionamento ou na hora de comprar um chaveiro do time… Quer sim uma equipe que dê o sangue. Nos últimos 14 anos a unica coisa que o gremista recebe do clube (independente de ser sócio ou não) é o desânimo e a vergonha que muitas vezes dura uma semana inteira (salvo algumas partidas) que por sorte, mágica ou alinhamento dos astros o time consegue ganhar algum jogo. A direção do Grêmio precisa mudar URGENTE, a politicagem e o jogo de interesses entre as várias vertentes políticas precisa se UNIR antes que seja tarde. O Grêmio tem que entender que não é só mais um time de futball de Porto Alegre.. é algo muito maior que estrapola cidades, estados e país. SE LIGA GRÊMIO ENQUANTO AINDA É TEMPO. Se algum conselheiro estiver lendo isso que escrevi que por favor coloque na pauta das reuniões do clube pois pra ficar igual ao VAXCO não falta muito.

  • Gustavo Dettenborn 18 de junho de 2015 - 13:43 Responder

    O clube não é dos sócios, e não é dos torcedores.
    O clube é dos “proprietários”, eles é que mandam e demandam….

    É duro admitir, mas esta é a realidade.

    Abs

  • Jair 20 de junho de 2015 - 00:39 Responder

    Perfeitos os argumentos (infelizmente).
    Só não entendo como é que o título do post foi parar num outro blog gremista ontem (19/06) escrito pelo seu Algoz.
    Este texto e aquele título foram feitos um para o outro.

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