Um bom trabalho da direção

0 Postado por - 6 de junho de 2017 - Artigos

Lá em Janeiro, no episódio da venda do Walace, eu cometi essa frase sobre a direção de futebol do Grêmio: “É um trabalho novo que não pode ser abonado pelo título de 2016, mas pelas decisões de 2017”. Isso porque houve uma mudança que alguns pareciam não se dar conta. Se temporada passada começamos com Rui Costa, não foi assim que terminamos. Dia 06/05 completamos um ano da sua demissão, depois da eliminação da Libertadores em uma derrota para o Rosário. Três dias depois foi anunciado o Alberto Guerra na vice presidência de futebol, que também não durou até o título da Copa do Brasil. Ele foi saído em setembro, junto com o Roger, depois de levar 4×0 da Ponte.

“Então quem ganhou a Copa do Brasil?” Obviamente foi o elenco, né. Mas o quadro do clube no momento do título tinha Adalberto Preis de vice de futebol – isso é certo. Como a política do clube nem sempre é clara, fotos do título mostram o Antônio Dutra, que já foi diretor em algum momento, junto. Ambos saíram no início do ano para dar lugar aos membros atuais. Odorico Roman ocupa a vice-presidência de futebol e o Saul Berdichevski é o atual diretor*. Porém, as últimas contratações foram quando Junior Chiávare estava provisoriamente como executivo de futebol (época do Guerra VP e Dutra assessor). E ele teve 50% de aproveitamento. Se Wallace Reis e Negueba foram contratações ruins, Edílson e Kannemann foram fundamentais para o título da Copa do Brasil.

Contratações de Chávare. Fechamos 2016 com 10 contratações.

De qualquer forma, no início desse ano finalmente Odorico e Berdichevski eram os responsáveis pelas contratações. E se por um lado eu tinha uma enorme de uma cisma com o último (a ponto de chamar ele de Série Berdichevski), por outro eu sou obrigado engolir isso e elogiar muito o trabalho de 2017.

Contratações de 2017

Da mesma forma que fiz nas outras vezes (sobre o Rui e sobre os anteriores desde 2005) usei a cor verde para boas contratações, amarelo para as com alguma ressalva e roxo para as ridículas. E veja bem: é a primeira vez desde que comecei a acompanhar que não tem uma contratação ridícula pra mostrar. Bruno Rodrigo e Beto da Silva ainda não dá pra dizer nada, recém estrearam. Jael se lesionou no terceiro jogo, também está nessa situação. Gastón Fernandez já dava até pra botar um verde ali, mas vou esperar um pouco mais só pra ter certeza absoluta (mas não será roxo, isso é certo). E o Leonardo Gomes, mesmo que não brigue por titularidade, já mostrou mais bola que Wallace Oliveira, que deve sair do clube agora (contrato termina em 30/06, a princípio).

Já quem está em verde na listinha tá MUITO em verde. Cortez, pra mim, é titular. Vem jogando tão bem ou melhor do que quando apareceu pro futebol no Botafogo. Léo Moura incinerou a minha língua. Na época que veio eu tava tão irritado com a decisão que chamei de “contratação de série B”. Está jogando o fino da bola e não é exagero manter ele no time titular. Michel está numa ótima fase desde que teve sequência no time titular. Depois daquele 1×1 no Paraguai, quando começou a parceria com o Arthur, então, tá beirando a perfeição. E o Barrios, não tem do que falar. São 12 jogos como titular e 12 gols pelo Grêmio. Algo que não acontecia desde 2010, com Renato comandando outro fazedor de gols, o Jonas.

A maior contratação desde o Jonas. E também “grátis”. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Mas o que me faz pegar um chicote e me açoitar pedindo perdão por ter duvidado do trabalho do Odorico e do Saul é a precisão. Contratamos bem, com pouco dinheiro (o dinheiro mais alto foi no Beto). Quase todos só pelos salários. E completamos o elenco. Veja bem, estamos só com um time titular desde, sei lá, 1995. Se considerarmos que o time titular campeão da CB é imexível temos um Banguzinho com Léo (base), Léo Moura, Bruno Rodrigo, Thyere (base) e Cortez; Michel, Jaílson (Base); Fernandinho, Gastón Fernandez, Everton (base); Miller. É muita força pra um “time B”.

Em resumo: dos 9 contratados esse ano, 4 são contratações ótimas (44%). É o maior aproveitamento do Grêmio em contratações ao menos desde 2005. E isso sem ter um profissional para tanto, algo que eu peço sempre (André Zanotta foi contratado em março e não participou dessas escolhas). Os amadores fizeram bonito demais.

*Há lugares que informam que ele já era o diretor no título do ano passado. E ele aparece erguendo também a taça nas fotos das comemorações (como todo mundo com acesso ao vestiário naquele dia, inclusive aspones). Porém, em lugar nenhum aparece oficialmente no posto nas notícias de 2016.

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5 + comentários

  • betho 6 de junho de 2017 - 12:04 Responder

    NÃO TEMOS REPOSIÇÕES PARA GROHE E NEM NA ZAGA. QUERO VER QUANDO UM DESTES NÃO PUDER JOGAR. AÍ A VACA VAI PRO BREJO.

    • Fagner 6 de junho de 2017 - 14:30 Responder

      Pro Grohe eu concordo. Mas não tem muita opção nem perto do nível dele, quem dirá para ameaçar a titularidade de um cara desses como ocorre com outras posições.

      Sobre o Geromel é quase o mesmo esquema, mas o Thyere deu conta do recado quando ele não esteve presente. Tanto Bressan quanto Bruno Rodrigo costumam jogar pela esquerda, são reservas do Kannemann.

      Saludos,
      Fagner

  • Cristiano Zanatta 6 de junho de 2017 - 15:13 Responder

    Quando a fase é boa, todo mundo se destaca. Eu estou ansioso até pela volta do Jael! Certeza que vai fazer gols!
    Agora, a prova de fogo vai ser manter o nível pelos próximos meses. Elenco temos!

  • Ezio 6 de junho de 2017 - 17:07 Responder

    Fagner o Saul sempre foi bom dirigente. Não dá pra pegar 2004 como base de seu trabalho pq com o Obino na presidência não tinha como se fazer um bom trabalho. O Hélio Dourado que é O cara no mesmo livel do Dr Koff se espantou com a falta de comando que tinha no clube, o velho na oportunidade tentou contribuir mas com a falta de comando que se tinha a queda era inevitável. Em 1998 Saul junto com o Preis fizeram parte da direção que conseguiu levar um time virtualmente rebaixado ao G-8 e só não tirando a chinelagem de Itaquera no play-off por uma bobeira no Olimpico (lembrando que a chinelagem de Itaquera veio a ser campeã naquele Brasileirão). Agora com o Romildo de fato mostrando no clube quem manda fica fácil pro Saul desenvolver seu bom trabalho na diretoria.

    • Fagner 7 de junho de 2017 - 20:23 Responder

      Olha, o próprio Hélio Dourado detonou o vestiário que recebeu do Saul em 2004, quando tentou um último suspiro do Grêmio (a matéria do CP tá aqui: http://www.correiodopovo.com.br/Jornal/A110/N84/HTML/36RELATO.htm). E ele já era o diretor de futebol desde 2003, pediu as contas com o Grêmio lanterna há várias rodadas em 2004. E a base do time que ele recebeu tinha sido semifinalista de Libertadores em 2002, né. Tenho meus motivos pra birra. 😉

      Saludos,
      Fagner

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