Grêmio Libertador

O cadastro biométrico da discórdia

Eu não ia falar sobre o cadastro biométrico dos torcedores da arquibancada Norte. Mas hoje, enquanto pilotava o twitter do Blog, fui surpreendido por questionamentos de torcedores sobre esse silêncio. O blog foi acusado (junto com a Tribuna 77) de “não se importar” com a “””discriminação””” da qual eles estavam se sentindo vítimas. E como não podia deixar de ser, geralmente quando gritam CADÊ [NOME]ISTAS NUMA HORA DESSAS, ninguém se importa em efetivamente saber onde esse grupo anda. Ou o que pensa. Na verdade, querem apenas dar uma reforçada na birra que tem contra esse grupo.

Por que se quisessem mesmo saber onde andamos, era só procurar no blog. Já nos manifestamos várias vezes sobre a questão da violência nos estádios. Eu, pessoalmente, já critiquei a criminalização do MP/Polícia sobre a Geral. Também bati pé contra a criminalização de formas de torcer. E nem foi ontem, muito menos caçando cliques. Até mesmo, veja, só, já criticamos aqui os pesos e medidas diferentes da segurança pública pra dupla Grenal. Aliás, a gente aponta isso mesmo quando a violência não é contra um gremista. Já atacamos e defendemos a Geral no mesmíssimo episódio, até.

Mas isso é parte de um contexto maior. Precisamos lembrar que torcedor é considerado marginal – pela BM e por setores da sociedade. Mesmo quando não é. Se a BM pudesse só liberaria jogos sem torcida alguma. E dentro da torcida como um todo, a Geral é aquela que a corporação mais odeia. E isso por vários motivos. Mas, o principal, é que ela não se considera uma torcida organizada. E isso traz muitos problemas pra Brigada – alguns que eu sou obrigado a concordar.

Mas esse é um post sobre o cadastro biométrico. Os parágrafos anteriores (além de uma defesa) serviram pra contextualizar esses poucos tópicos sobre o que ainda não abordamos sobre o tema.

Com o compromisso assumido, Grêmio e a Arena devem implementar um sistema de acesso biométrico para a arquibancada norte. Para tanto, o Clube está desenvolvendo o banco de dados que já conta com 138 cadastros, dos quais 52 já possuem o registro biométrico. Seguindo o acordo firmado junto ao Ministério Público e o Juizado do Torcedor, o compromisso do Tricolor é atingir o número mínimo de 300 torcedores cadastrados biométricamente, nos próximos 60 dias. Atingindo este montante, os ornamentos das torcidas continuarão liberados nos jogos na Arena até o final do ano.

Acho que era isso. Se lembrar de alguma coisa não terei pudor em editar o texto. Comentários estão abertos, como sempre. Seja você da Geral ou não. Mas lembrem-se sempre: o cadastro biométrico é só um episódio de uma novela que começou há tempos. Desde a época que a Geral mandava a Imprensa Vermelha tomar no cu.

Torcida não é só a da arquibancada norte. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

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